ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 28.01.11 às 22:45link do post | favorito

Porque será que os homossexuais incomodam tanta gente? O que está verdadeiramente por trás destes actos assassínos? Uma homossexualidade não assumida? Será medo de provar e descobrir quem se é e do que se gosta?

 

Pode dizer-se que David Kato, ugandês activista pelos direitos gay ontem encontrado morto em casa, perdeu a vida pela causa que defendia. O homicídio do activista volta a concentrar atenções mundiais no país onde os homossexuais continuam a ser vítimas de perseguição e violência - e onde, em Março, um projecto de lei contra a homossexualidade esteve em discussão para penalizar criminalmente a orientação sexual dos gays, condenando à pena de morte quem se envolva sexualmente com pessoas do mesmo sexo ou quem esteja infectado com VIH/Sida.

A causa do homicídio de David Kato (os vizinhos dizem ter visto um homem a bater-lhe na cabeça com um objecto e a fugir de carro na tarde de ontem) remonta a Outubro último, quando o jornal nacional "Rolling Stone" publicou fotos de activistas gays proeminentes na sociedade ugandesa. A lista era composta pelos "Cem principais homossexuais" do país e fez a capa do jornal,com uma etiqueta onde se lia: "Enforquem-nos".

Junto aos nomes e fotos de cada um dos alvos a abater foram incluídas as suas moradas. Desde a publicação dessa lista, pelo menos quatro homossexuais apresentaram queixa por agressão e muitos outros passaram a viver escondidos. Por essa altura, David Kato, líder da Organização do Uganda para as Minorias Sexuais (SMUG), começou a receber ameaças de morte. O caso foi levado a tribunal pelo activista, que venceu a batalha judicial contra o jornal há menos de um mês.

A perseguição a homossexuais no Uganda, contudo, já estava inflamada antes do artigo. Março de 2010 foi a data que inaugurou a despenalização completa de violência popular contra gays. O projecto de lei apresentado ao Parlamento ugandês em Outubro de 2009 chegou a entrar em vigor em Março por algumas semanas, mas a pressão da comunidade internacional e o meio milhão de assinaturas na petição online para travar a lei forçaram o Presidente Yoweri Museveni a formar um comité para investigar as implicações de aprovação dessa lei. Sob a nova legislação, seriam condenados à morte os culpados de "homossexualidade agravada", ou seja, por "repetidas ofensas", ou os seropositivos que mantivessem relações com pessoas do mesmo sexo. Esse documento previa ainda pena de prisão perpétua para quem cometesse o "delito" da homossexualidade ou quisesse obrigar outros a serem homossexuais. A pena mais leve, de três anos de prisão, seria sentenciada a todos os que fossem assumidamente homossexuais. Em Maio, o comité recomentou o abandono do projecto de lei.

Apurar responsabilidades

A polícia ugandesa já está no encalce do alegado homicida de David Kato, ontem recordado por inúmeras figuras, ugandesas e internacionais, dedicadas à defesa dos direitos dos gays, lésbicas, bissexuais e transgéneres. "A morte de David Kato", disse à BBC Maria Burnett, da Human Rights Watch (HRW), "é uma perda trágica para a comunidade dos direitos humanos". A ONG já pediu uma investigação meticulosa à morte de Kato. No rescaldo do homicídio, o jornal "Rolling Stone" foi contactado pelos media internacionais. Reagindo ao acontecimento, o editor Giles Muhame garantiu que condena o crime. "Nós queremos que o governo enforque quem promove a homossexualidade, não que o público ataque os homossexuais."

 

Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/101095-uganda-homicidio-activista-reacende-luta-pelos-direitos-gay




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