Nimer, um estudante palestiniano, sonha com uma vida melhor no estrangeiro. Uma noite conhece Roy, um advogado Israelita, e apaixonam-se. À medida que a sua relação se aprofunda, Nimer é confrontado com a dura realidade de uma sociedade Palestiniana que se recusa a aceitá-lo pela sua identidade sexual e a sociedade Israelita que o rejeita pela sua nacionalidade. Quando o seu amigo próximo é apanhado ilegalmente em Tel Aviv e enviado de volta para a Cisjordânia, onde é brutalmente assassinado, Nimer tem que escolher entre a vida que julgava querer e o seu amor por Roy.
É o caso do filme de abertura deste ano: Weekend, do cineasta inglês Andrew Haigh, sobre um encontro de fim-de-semana entre dois homens que parece abrir a porta para uma relação a tempo inteiro. Weekend tem sido aclamado um pouco por todo o mundo como um grande filme sobre a dificuldade de encontrar e agarrar o amor no mundo em que vivemos, mais do que apenas um “filme gay”.
Alguns outros filmes da selecção competitiva têm igualmente transcendido a gaveta gay; casos de Keep the Lights On, vencedor do prémio Teddy em Berlim 2012, assinado pelo cineasta independente americano Ira Sachs, cuja obra anterior dificilmente encaixaria na catalogação queer, ou Beauty, do sul-africano Olivier Hermanus, sobre a homofobia e a homossexualidade na comunidade afrikaner na África do Sul. Keep the Lights On e Beauty são duas das dez longas-metragens a concurso, que serão avaliadas por um júri composto pela actriz Mónica Calle, pelo cineasta João Rui Guerra da Mata e por João Federici, director do festival brasileiro Cinema Mix.
O Queer propõe igualmente uma competição para Melhor Documentário e, pela primeira vez, um concurso para a melhor curta-metragem portuguesa, à qual concorrerão entre outros Gabriel Abrantes (com Fratelli, co-dirigido por Alexandre Melo e estreado em Vila do Conde 2011) e António da Silva (com Bankers e Pix).
Para lá das já tradicionais secções (Noites Hard, Queer Pop e Queer Art, esta última com a exibição do documentário sobre Marina Abramovic The Artist Is Present), o Queer 2012 apresenta uma retrospectiva sobre o cinema GLBT feito no Brasil, sob o genérico Queer Brasil, e outra sobre o cineasta underground britânico Peter de Rome.
De destacar ainda a apresentação de O Rei dos Gnomos, longa-metragem assinada pelo artista João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira à volta do caso do sucateiro da Lourinhã, encomendada por Guimarães 2012 Capital da Cultura. O programa pode ser consultado no site oficial em www.queerlisboa.pt.