ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 22.06.12 às 12:35link do post | favorito

Sr. Cardeal Patricarca, pedofilia na Igreja portuguesa? Era o que faltava! Prisão para quem pratica e para quem sabe e não denuncia o crime!

 

Em Azambuja a Polícia Judiciária prendeu um sacristão pedófilo. As famílias não acreditavam, por isso uma criança capta com um telemóvel os abusos de Rodrigo Pereira, na igreja, a menino de 11 anos.

Segundo o Correio da Manhã, Rodrigo Marques ajudava o padre na missa e cometia crimes na catequese. O homem de 28 anos gozava de reputação intocável. Até que no início desta semana, uma entre as mais de três vítimas filmou o pedófilo a abusar de um colega de 11 anos.

 

Fonte: http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2624480&especial=Revistas%20de%20Imprensa&seccao=TV%20e%20MEDIA


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publicado por Riacho, em 19.04.10 às 23:31link do post | favorito

por MANUELA PAIXÃO, Roma

Ícone 'gay' foi vítima de padre pedófilo

Francesco Zanardi denunciou abusos que sofreu em criança num colégio para crianças problemáticas.

 

Grande defensor dos direitos dos homossexuais em Itália há mais de 20 anos, Francesco Zanardi veio agora denunciar ter sido vítima de abusos sexuais por parte de padres pedófilos quando era aluno interno de um colégio religioso em Savona. Em plena polémica sobre pedofilia na Igreja Católica, este homem de 39 anos decidiu agora vir a público garantir ser uma das vítimas dos abusos alegadamente cometidos em 1983 pelo director daquela instituição para crianças problemáticas.

A polícia de Savona, no Norte de Itália, iniciou uma investigação para apurar responsabilidades sobre os abusos sexuais. O arcebispo Vittorio Lupi já suspendeu entretanto o padre suspeito de pedofilia, obedecendo às ordens da hierarquia da Igreja Católica. A revelação do escândalo de pedofilia por parte de padres obrigou não só as autoridades da região de Ligúria a abrir um inquérito como também a revelar os nomes dos sacerdotes que encobriram os casos apesar de terem conhecimento deles.

Além de revelar mais um escândalo de pedofilia, a denúncia de Zanardi representa um duplo desafio para o Vaticano. De facto, o defensor dos direitos dos homossexuais já em 2002 protagonizara uma greve de fome para forçar as autoridades de Savona a reconhecerem o seu casamento com o companheiro. Em vão.

Zanardi confessou ter sido interrogado pela polícia e ter revelado como foi vítima de abusos sexuais quando criança. "Não fui o único a ser violentado por sacerdotes. Aquele padre e vários outros abusavam de mim e dos meus companheiros. Isto prolongou-se durante anos e anos. Mas ninguém queria acreditar no que nós dizíamos", revela Zanardi. E acrescenta: "Agora recebemos mais atenção porque somos muitos a fazer as denúncias. E os culpados sentem-se ameaçados. Além disso, já desde 2009 que este padre não exerce a função sacerdotal, estando já em curso um processo para o seu afastamento do clero. Uma decisão que a Igreja assume somente em casos muito graves."

Nas últimas semanas, multiplicaram-se os casos de denúncias de abusos praticados por padres pedófilos. Depois dos Estados Unidos e da Irlanda, surgiram escândalos de pedofilia em países europeus como a Alemanha, Áustria e Suíça, mas também tem havido denúncias no México e no Brasil (o país com mais católicos do mundo - mais de 130 milhões). O escândalo atingiu a cúpula da Igreja, com o Papa a ser suspeito de ter ocultado os casos de abusos de que terá tido conhecimento. Bento XVI já enviou entretanto uma carta a pedir desculpas às vítimas irlandesas de padres pedófilos, mas tem evitado abordar o assunto em público.

Já em Savona, a investigação continua, com as autoridades a ouvirem várias testemunhas, inclusive o secretário económico daquela região. "É uma situação com zonas de sombra no que diz respeito à pedofilia", afirma Zanardi, que durante 12 anos foi técnico informático da diocese de Savona.

 

 

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publicado por Riacho, em 14.04.10 às 11:25link do post | favorito

por ANA BELA FERREIRA

Movimentos católicos pedem fim do celibato

O número dois do Vaticano relacionou a pedofilia com a homossexualidade, excluindo o celibato. Homossexuais católicos acreditam que pedófilos se escondem no celibato.

O grupo de homossexuais católicos Novos Rumos e o Movimento Nós Somos Igreja pedem o fim do celibato dos padres. O pedido surge em resposta às polémicas declarações do número dois do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, que relacionou a pedofilia com a homossexualidade, excluindo a influência do celibato.

O grupo Novos Rumos considera que nem o celibato nem a homossexualidade estão ligadas à pedofilia, no entanto, acreditam que o fim do celibato impede que os abusadores se escondam. "A hierarquia prestaria um grande serviço à Igreja se olhasse para a questão do celibato como algo que pode impedir as pessoas menos formadas de esconder atrás do celibato as suas perversões", defende o coordenador nacional do grupo, José Leote. Em comunicado de imprensa o grupo escreve que "talvez pondo fim ao celibato, a Igreja deixasse de ser o santuário para todos aqueles que se escondem dos seus demónios interiores ou mentes doentias".

Também o Movimento Nós Somos Igreja defende que está na hora da Igreja pôr fim à proibição dos padres casarem. "O celibato deve acabar porque não é essencial para o desempenho das funções de padre", refere Alfreda Ferreira da Fonseca.

A professora de filosofia acrescenta que as denúncias de pedofilia no seio da Igreja Católica podem servir para a instituição "resolver as questões da sexualidade, que devem ser pensadas não com critérios medievais, mas com critérios contemporâneos".

Na Igreja portuguesa, ninguém comenta as afirmações do secretário de Estado do Vaticano. Mas hoje a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que decorre em Fátima, irá divulgar oficialmente a sua posição. A polémica reacendeu-se por o cardeal Bertone ter dito: "Demonstraram muitos sociólogos, muitos psiquiatras, que não há uma relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros demonstraram, e disseram-mo recentemente, que há uma relação entre homossexualidade e pedofilia". Um argumento criticado por psiquiatras. "Não faz sentido cientificamente e é intelectualmente desonesto", aponta Júlio Machado Vaz, que elogia a postura da Igreja portuguesa nesta matéria. Já o presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria, António Palha, diz que "não vale a pena dar importância" a estas declarações.

 


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publicado por Riacho, em 04.04.10 às 23:30link do post | favorito

Aqui está um artigo do António Marujo no jornal Público, muito equilibrado, sobre a crise que a Igreja Católica vive presentemente. Leitura recomendada:

 

A Igreja Católica atravessa a mais profunda crise do último século. Para encontrar algo de dimensão semelhante, devemos recuar até ao início do século XX, com o anti-modernismo do Papa Pio X. Ou antes, a 1870 e ao Concílio Vaticano I, com o dogma da infalibilidade papal, o cisma dos velho-católicos e o fim dos Estados Pontifícios. Há uma diferença: esta crise atinge um catolicismo universal, ao contrário do de há um século, quando ainda era uma realidade pouco mais que europeia.

Será um Papa ferido o que vem a Portugal Será um Papa ferido o que vem a Portugal (Tony Gentile/Reuters)

Há várias questões à volta deste tema que, de repente, coloca um Papa académico perante um dos mais graves problemas pastorais da Igreja. Será ele capaz de afrontar o problema com a coragem necessária?

Ratzinger é um teólogo notável no diálogo cultural, mesmo com filósofos não-crentes como Jürgen Habermas ou Paolo Flores d’Arcais (como se pode perceber em Existe Deus?, editado na Pedra Angular). Eleito para um pontificado de transição, cuja marca seria afirmar a importância do facto cristão no diálogo multicultural contemporâneo, Bento XVI tem o desafio de “limpar a Igreja” da sua sujidade, como ele próprio afirmou na Via-Sacra de Sexta-Feira Santa de 2005, poucos dias antes da morte de João Paulo II.

1. Esta crise, como diz o étimo da palavra, pode ser uma oportunidade de mudança. A começar pela relação entre catolicismo e sexualidade – que o teólogo Hans Küng definiu como uma “relação crispada”. Não para dizer que o celibato é a causa da pedofilia. O celibato como opção voluntária pode ser dedicação extraordinária a uma comunidade. Como disciplina obrigatória (com excepções nas Igrejas Católicas orientais ligadas a Roma e, agora, com os anglicanos que decidiram aderir ao catolicismo), poderá ser revisto.

É certo que a esmagadora maioria de casos de abusos acontece com pais e familiares próximos das crianças. Como escrevia o Papa na carta aos católicos irlandeses, a pedofilia não é um problema que se restringe aquele país nem à Igreja Católica. Bem pelo contrário. Mas encarar a questão da sexualidade significa afrontar, desde logo, a formação nos seminários, tantas vezes castradora de afectos. E que é uma das causas profundas da pedofilia entre membros do clero.

A Igreja tem, na sua base bíblica e evangélica, uma fonte harmónica e integral que séculos de moralismo esconderam. Ao contrário do que diz Saramago, a Bíblia não é um manual de maus costumes. Mas, ao contrário do que pensam e dizem muitos católicos, ela tão pouco é um manual de bons costumes. A Bíblia é sobretudo uma proposta de relação – do ser humano com Deus e entre os seres humanos como imagem de Deus.

Aqui reside uma primeira dificuldade no exercício que a Igreja terá de fazer: muitos responsáveis católicos insistem numa abordagem dualista, legalista e pecaminosa (numa perspectiva greco-romana) da sexualidade. E que tem sido geradora de hipocrisias.

2. A crispada relação com a sexualidade reflecte-se também no modo como a doutrina católica olha a contracepção – e o preservativo, nomeadamente. Há quatro décadas, a encíclica Humanae Vitae interditou os métodos “artificiais” de planeamento familiar, apenas porque alguns cardeais da Cúria Romana não aceitavam a mudança doutrinal proposta por uma vasta comissão de médicos, teólogos e casais.

Se o Papa Paulo VI (que encarava a possibilidade de mudar a posição oficial) não tivesse cedido à pressão da Cúria, o preservativo não seria hoje um tabu doutrinal (mesmo se distribuído aos milhares por freiras e padres comprometidos na luta contra a sida, por exemplo). E o catolicismo das últimas décadas teria sido bem diferente.

Esta relação difícil do catolicismo oficial com a sexualidade tem manifestações visíveis como os abusos sexuais cometidos por padres sobre religiosas, em África, conhecidos há uma década; ou o padre mexicano Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo, de quem se sabe que teve filhos de várias mulheres às quais ocultava a sua identidade, foi pedófilo, incestuoso e toxicodependente.

A instituição por ele fundada é exemplo dos grupos católicos que hoje, na Igreja, insistem na perspectiva moralista e para os quais a vida só importa quando se fala de aborto, preservativo ou homossexualidade.

Não é de estranhar que mais se condene quem mais moralismo apregoa e acaba por ter tantos pecados (ou crimes) no seu interior. Com uma agravante: as pessoas que confiavam os seus filhos a responsáveis da Igreja eram, em grande parte, membros da própria comunidade cristã. Para elas, o sentimento de terem sido traídas por aqueles em quem confiavam é esmagador.

3. A acusação de encobrimento atinge agora o próprio Papa. Na carta que escreveu aos irlandeses, há oito dias, Bento XVI acusa vários bispos de terem falhado “por vezes gravemente”. Seria estranho que o Papa tivesse escrito o que escreveu, se tivesse telhados de vidro. De outra forma, estaria agora sob escrutínio e sem autoridade perante os seus “irmãos bispos”.

Pode haver aqui duas coisas diferentes. Como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), Joseph Ratzinger conhecia, obviamente, vários casos. Mas pode ser forçado dizer que os encobriu. O mais emblemático, noticiado pelo “New York Times” esta semana, revela que nem os poderes públicos agiram sobre o padre que abusou de 200 crianças – tal como aconteceu na Irlanda. E que Ratzinger só conheceu duas décadas depois dos factos.

O célebre documento de 1962 (que Ratzinger, então um padre com 35 anos, não escreveu, ao contrário do que muita ignorância afirma por aí), que defendia o secretismo, foi depois substituído em 2001, não para prosseguir a mesma orientação, mas para dar um passo em frente: o de obrigar os bispos a comunicar os casos de pedofilia ao Vaticano. Só nessa ocasião Ratzinger e a CDF passam a tomar conta destes casos, quando a questão já era um escândalo nos Estados Unidos (dois anos depois, João Paulo II chamaria vários bispos dos EUA para enfrentar a crise, pela primeira vez, de forma dramática). Só o total esclarecimento do papel do Papa em cada caso poderá aclarar de vez a sua quota-parte de responsabilidade – isso mesmo já foi pedido há dias pelo “National Catholic Repórter”.

4. O encobrimento e a tolerância social da pedofilia era a atitude normal até há três ou quatro décadas – o caso Polanski reapareceu a recordá-lo.

Durante séculos, a Igreja Católica entendeu-se como sociedade perfeita, sem necessidade de instâncias civis: tinha os seus tribunais, as suas penas, chegou a ter as suas prisões.

Também sabemos que a comunicação social é mais severa com a Igreja Católica do que com outros. E desproporcional: dá-se sempre mais dimensão aos escândalos do que aos caminhos de solução ou aos resultados, omite-se que o fenómeno atinge uma pequeníssima minoria do clero (embora bastasse um caso para que fosse grave). Sabe-se que os números aparecidos na Alemanha nas últimas semanas são resultado do trabalho iniciado pela Conferência Episcopal quando surgiram os casos nos Estados Unidos – mas isto também quase não é dito.

Mas desde 1990 há uma avalanche de casos. O que se passou na Irlanda, que durou até há poucos anos, mostra que não se atalhou o problema logo que ele começou. Em 1993, os bispos do Canadá publicaram um extenso documento com uma reflexão profunda sobre o tema e propostas de solução – que tiveram sucesso. O caminho deveria ter sido seguido em outros países.

Por isso não se entende a lamentável e infeliz declaração do cardeal Saraiva Martins: a Igreja é pela “tolerância zero”, mas não lava a “roupa suja” em público. Há mais de 60 anos, o Papa Pio XII dizia que a opinião pública é “vital” para a Igreja. Entenda-se, portanto, que a lavagem de “roupa suja” em público mais não é que uma desafortunada expressão para referir o debate interno, que está na matriz genética do cristianismo. E foi pela falta de tolerância zero que se chegou aqui.

5. A mês e meio da viagem de Bento XVI a Portugal, percebe-se que a crise continuará a revelar mais casos. Como em todas as histórias, percebe-se que também há interessados em atingir a credibilidade da Igreja. Mas esta tem que ser a primeira a reflectir o porquê dessa aversão e a procurar razões no seu interior – uma atitude própria desta Semana Santa que os cristãos hoje começam a viver. O cerco à volta de Ratzinger também continuará. Será, por isso, um Papa ferido aquele que virá a Portugal. Talvez rodeado por grupos interessados prioritariamente em defender a instituição dos “ataques” – já correm textos nesse sentido na Internet, em blogues, em mails…

Convém não esquecer que foi a preocupação pela defesa da honra da instituição que levou ao actual estado de coisas. Só uma atitude purificadora e aberta à mudança permitirá à Igreja recuperar a credibilidade perdida nesta crise. Os cristãos chamam a esse acontecimento ressurreição. E celebram-na no próximo domingo.

Fonte: http://www.publico.pt/Sociedade/a-maior-crise-da-igreja-catolica-dos-ultimos-100-anos_1429760

 

 


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publicado por Riacho, em 06.03.09 às 15:13link do post | favorito

Olá

 

O caso que ultimamente esteve na ordem do dia, no Brasil com a criança de nove anos violada que engravidou e entretanto abortou está a virar toda a gente contra a Igreja que a acusa de se preocupar mais em punir, na esfera judicial e na esfera religiosa, quem agiu com base na lei, no bom senso e nas recomendações médicas, utilizando a fé para penalizar quem tenta permitir que uma criança de nove anos junte cacos de uma infância despedaçada. O que mais conta para a Igreja local é salvaguardar vidas humanas (os gémeos) do que a vida da mãe com apenas 9 anos. São os resquícios da Inquisição ou o restaurar da Inquisição? É desta forma que se dá testemunho do amor cristão?

 

A reportagem que se transcreve é da Unisinos.

 

Abraço

 

Carlos

6/3/2009
 
A fé e a intolerância
 

Às vezes vejo na calçada meninas empurrando seus carrinhos de bebê de brinquedo. Uma delas tem um carrinho cor-de-rosa, com dois lugares para carregar as bonecas gêmeas.

O artigo é da jornalista Fernanda da Escóssia e publicado no jornal O Globo, 06-03-2009.

Lembrei-me desse carrinho quando li a história da menina pernambucana de 9 anos de idade que engravidou de gêmeos, depois de ter sido estuprada pelo padrasto. Como a maioria das crianças vítimas de abuso sexual, a garota de Pernambuco conhecia seu agressor. Era alguém que poderia - deveria - protegê-la de ameaças.

Mas, ao contrário, ele abusava sistematicamente da menina e de sua irmã de 14 anos, até que a mais novinha engravidou.

Levada ao posto de saúde, constatou-se a gravidez. O suspeito foi preso. A menina foi encaminhada para atendimento médico e psicológico, aí incluído o direito ao aborto legal.

Duplamente legal, aliás, visto que resultou de estupro e acarretaria risco à vida da mãe. Seu corpo de menina, segundo os médicos, poderia não suportar a gravidez. O aborto foi feito.

O que poderia ser o fim triste de uma história de silêncios tenebrosos - a menina teria sofrido abuso pelos últimos três anos - arrasta-se mais do que deveria. A Arquidiocese de Olinda e Recife ameaçou usar recursos judiciais para tentar impedir o aborto. Malsucedida, excomungou quem patrocinou a interrupção da gravidez.

E talvez ainda vá à Justiça para acusar de “homicídio” os envolvidos na realização do aborto, como se fossem eles os criminosos.

Em 1997 houve caso semelhante em Sapucaia, no Estado do Rio. Uma menina de 10 anos, que o Brasil passou a conhecer como M. de Sapucaia, engravidou depois de ser violentada por um lavrador da região. A família conseguiu autorização judicial para o aborto, mas, pressionada por grupos católicos, acabou desistindo.

A Comissão em Defesa da Vida, ligada à diocese de São José dos Campos, levou M. para São Paulo, onde seu filho nasceu.

Depois, ela voltou a Sapucaia.

Em 1999, então com 12 anos, engravidou novamente. O aborto não foi autorizado, pois a Justiça não se convenceu de que a relação sexual fora forçada. M. de Sapucaia sumiu dos jornais e entrou para a estatística brasileira de gravidez precoce.

Fui criada como católica apostólica romana. Sou batizada e crismada. Meus dois filhos são batizados. Acreditar ou não na vida desde a concepção é questão de foro íntimo, e a crença de cada um não é debate do interesse da esfera pública.

No caso pernambucano, o que diz respeito ao interesse público é a atitude da Igreja Católica de punir, na esfera judicial e na esfera religiosa, quem agiu com base na lei, no bom senso e nas recomendações médicas.

O absurdo, o covarde, o inaceitável, é a ideia de usar a fé para penalizar quem tenta permitir que uma criança de nove anos junte cacos de uma infância despedaçada.

Em nome da fé, a Arquidiocese de Olinda e Recife volta aos tempos medievais e patrocina uma pequena Inquisição. Mas a fé não pode ser empecilho para o amor de uma mãe por uma filha, de um médico por seu paciente. Em nome da fé, a Arquidiocese atira a primeira pedra.

in: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=20431


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publicado por Riacho, em 05.03.09 às 22:41link do post | favorito

A menina de 9 anos, do estado nordestino de Pernambuco, engravidou de gémeos após ter sido violada pelo padrasto. A criança era vítima de abuso sexual desde os seis anos, acreditam as autoridades brasileiras, que capturaram o suspeito.

O caso, que foi amplamente noticiado no Brasil, chamou a atenção da Igreja Católica, que tomou posição contra a interrupção da gravidez.

No entanto, os médicos que acompanharam o caso garantiram que a menina não estaria suficientemente desenvolvida para aguentar uma gravidez de gémeos, estando em risco a vida da criança.

O aborto foi realizado na quarta-feira, e a reacção da igreja brasileira surpreendeu pela violência.

O Arcebispo de Olinda e do Recife, José Cardoso Sobrinho, autoridade máxima dos católicos em Pernambuco, defende agora a excomunhão da família da menina, bem como dos profissionais clínicos que acompanharam o caso.

A posição da Igreja Católica, apesar de não ser inédita, está a ser muito mal recebida por grupos de apoio às vítimas de violência sexual, partidos políticos e sociedade civil.

SOL com agências

in: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=128021


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publicado por Riacho, em 04.03.09 às 21:00link do post | favorito

Olá

 

Qual a vossa opinião sobre este caso?

 

Abraço

 

Carlos

 

2009-03-04 17:22:24

 
Igreja contra aborto de criança de 9 anos
Violação pelo padrasto resultou na gestação de gémeos
 

Uma criança brasileira de 9 anos foi violada pelo padrasto e está grávida de gémeos. A igreja brasileira quer impedir o aborto.

«A menina engravidou de maneira totalmente injusta, mas devemos salvar vidas», alegou o arcebispo de Olinda e do Recife, citado pela Globo.

A tenra idade da criança e o facto de estar grávida de gémeos motivaram a que os médicos classificassem a gravidez como de risco. Esta denominação possibilita a interrupção legal da gravidez, pretendida pela família.

Em resposta, a igreja brasileira garante que vai conduzir o caso para o Ministério Público para que a interrupção da gravidez não seja efectuada.

A gravidez foi descoberta quando a criança, alegadamente abusada desde os 6 anos, se queixou de dores na barriga e foi levada pela mãe ao hospital. Suspeita-se que o padrasto tenha praticado os mesmos actos sobre a irmã mais velha da menina, de 14 anos.

O homem foi preso na semana passada, quando se preparava para fugir.

 

in: http://www.fabricadeconteudos.com/?lop=artigo&op=e4da3b7fbbce2345d7772b0674a318d5&id=d5fe0b74f3fca950bbfa703313d0938b

 


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