ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 29.01.11 às 21:30link do post | favorito

A posição da Igreja Adventista sobre os cristãos homossexuais é muito clara, científica, bíblica e magnânime e um exemplo a seguir por muitas igrejas cristãs.

 

O que é homossexualidade?

Homossexualidade é um termo cientifico cunhado no final do Século IXX para descrever o fato de que algumas pessoas descobrem que têm atração emocional e física inata a pessoas do mesmo sexo, não do sexo oposto. O termo heterossexualidade, usado para descrever pessoas atraídas ao sexo oposto, se originou no mesmo tempo. Sexualidade envolve muito mais do que a quem alguém é atraído; é parte integral da personalidade e da maneira como o indivíduo observa a vida e outras pessoas.

O que a homossexualidade não é

Assim como muitas pessoas confundem adventistas com mórmons, heterossexuais frequentemente confundem a homossexualidade com outros termos. A homossexualidade não é:

  • Pedofilia: Indivíduos que têm relações sexuais com crianças, o que é considerado um ato criminoso. Pedofilia é resultado de problemas que envolvem força e poder, ou problemas relacionados à estagnação do desenvolvimento social por conta do indivíduo haver sido abusado sexualmente quando criança.
  • Transexualidade: Indivíduos que identificam a si mesmos como pertencendo a um gênero sexual, mas têm órgãos sexuais de outro sexo.
  • Intersexualidade: Indivíduos que têm órgãos genitais ambíguos ou órgãos genitais de ambos os sexos.
Você conhece alguém que é homossexual?

Provavelmente. Mas pode ser que você não tenha conhecimento a respeito da homossexualidade dessa pessoa. Alguns pesquisadores acreditam que 10% da população têm orientação sexual homossexual, mas muitos deles estão escondidos “no armário” por medo de serem rejeitados e perseguidos. Uma pesquisa desenvolvida há alguns anos atrás pelo departamento dos Ministérios da Família da Conferência Geral revela que aproximadamente 10% dos membros da Igreja ao redor do mundo estão lidando com a homossexualidade. Atualmente com uma membresia de aproximadamente 15 milhões a Igreja Adventista deve ter ao menos 1,5 milhões de membros homossexuais. Infelizmente muitos eventualmente deixam a Igreja, portanto provavelmente o número é menor.

Homossexualidade é uma escolha?

Vamos colocar de uma maneira diferente: Você se lembra quando faz a consciente escolha de se tornar heterossexual? A atração física não é uma escolha. Pessoas com uma orientação sexual homossexual experimentam uma crescente realização, comumente na adolescência, de que sua atração física é diferente da maioria das pessoas ao seu redor. Muitos homossexuais perguntam (em contestação à idéia de que a homossexualidade é uma escolha); “porque alguém iria escolher ser rejeitado, odiado e alienado de seus amigos e familiares?” Além disso, o comportamento sexual poder ser ou não equivalente à orientação sexual. Na verdade alguns heterossexuais podem escolher se envolver em relações íntimas com o mesmo sexo e alguns homossexuais podem escolher se casar com o sexo oposto tentando se adaptar às expectativas sociais, mas isso não revela sua orientação sexual.

O que causa a homossexualidade?

Pesquisas nas últimas três décadas apontam para o desenvolvimento do cérebro antes do nascimento e para a genética como os prováveis fatores determinantes da homossexualidade masculina. A concentração de hormônios masculinos no ventre materno pode alterar a área do cérebro responsável pelo acasalamento. Além disso, estudos genéticos de gêmeos idênticos e não idênticos sugerem fortemente que a genética desempenha um papel importante na orientação sexual. Menos pesquisas se têm feito na área da homossexualidade feminina, mas há evidências de diferenças biológicas. Alguns especialistas acreditam que fatores ambientais podem fortalecer ou diminuir essas diferenças biológicas. Estes fatores biológicos não são comparáveis à tendência genética para o alcoolismo e outros vícios ou para a promiscuidade. Muitos pesquisadores acreditam que a orientação sexual é uma variação natural assim como a cor dos olhos ou dos cabelos, ou o fato do indivíduo ser destro ou canhoto, uma vez que os mesmos fatores têm sido observados em praticamente em todas as espécies.

Existe cura para a homossexualidade?

Extensiva e revisada pesquisa demonstra pouca evidência de permanente mudança. Muitos que dão testemunho de superar a homossexualidade o fazem pela fé. Frequentemente se casam e têm filhos, mas eventualmente descobrem que seus sentimentos permanecem os mesmos. Muitos homossexuais criados em lares Cristãos têm passado anos rogando a Deus que os transforme. Eles tentam terapia, programas de “mudança”, terapia de condicionamento e até exorcismo, sem sucesso. É cruel dizer a eles que eles poderiam mudar se somente tivessem tido suficiente fé ou orado mais. Essa atitude lembra a prática cristã do século passado de condenar pessoas canhotas como tendo “parte com o demônio” e insistir que elas se tornariam destras se tivessem fé suficiente. Pessoas que constantemente ouvem que não têm suficiente fé tendem a concluir que Deus os têm rejeitado. Em desespero alguns cometem suicídio ou se mutilam.

O que a Bíblia diz sobre a homossexualidade?

A Bíblia não faz referência direta à orientação homossexual no contexto de relações estáveis e monógamas. A homossexualidade não é mencionada nos Dez Mandamentos, ou por Jesus, ou pelos profetas. Muitos cristãos ainda citam as seis passagens bíblicas que condenam específicos tipos de relacionamento do mesmo sexo, assim como condenam específicos relacionamentos com o sexo oposto. Um significativo número de cautelosos e respeitados líderes adventistas têm considerado o assunto seriamente em oração num esforço de entendê-lo da forma mais acurada e redentora possível. Quando as lentes do preconceito são removidas os avanços da Ciência, da Psicologia e da Medicina dão à Igreja novos instrumentos para ver e entender esse complexo assunto como verdade presente.

A explanação a seguir não tem nenhuma intenção de exaurir o assunto e também não intenta ser um argumento acadêmico, mas sim um convite ao estudo. (Para um estudo mais profundo veja o capítulo escrito por John R. Jones em Christianity and Homosexuality: Some Seventh-day Adventist Perspectives.)

Gênesis 19:4-9: Não é provável que todos os homens, jovens e velhos, de todas as partes de Sodoma fossem homossexuais. Eles provavelmente eram homens heterossexuais que tencionavam estuprar os estrangeiros que tinham entrado em sua cidade. Talvez eles suspeitassem que os visitantes fossem espiões uma vez que Ló, que também era estrangeiro, os tinha hospedado. Estupro homossexual, ou tratar alguém “como mulher” era uma maneira costumeira de humilhar os inimigos naquela cultura. Quando mais tarde os escritores bíblicos descreveram os pecados de Sodoma eles não se referiram à homossexualidade, mas à arrogância, falta de hospitalidade e falta de consideração para com o pobre e necessitado. Veja Ezequiel 16:49 e Lucas 10:12.

Levítico 18:22 e 20:13: As leis encontradas em Levítico 17-26 são concernentes aos ritos de pureza na vida diária da sociedade hebraica e alguns crêem que se aplicam especificamente aos levitas. Essas leis têm sido reconhecidas como sendo separadas, e elas são referidas como “código de santidade”. No prefácio do capítulo 18 Moisés exorta a refrear-se de seguir as práticas das nações idólatras de Canaã e do Egito. A intenção das leis era proibir o uso misto de dois tipos de espiga no mesmo campo, do uso de indumentária tecida com dois tipos de tecido, do cruzamento entre dois tipos diferentes de animais ou corte de cabelo e barba semelhante aos das nações pagãs vizinhas a fim de que os israelitas estivessem separados das práticas dos povos pagãos. (Veja Levítico 20:26.) Sexo entre homens era visto como uso de um homem como se fosse mulher, um atentado contra a clara distinção entre os sexos, portanto deveria ser evitado para se manter a pureza ritual. No Novo Testamento Paulo diz que em Cristo as distinções entre judeu e gentio estavam eliminadas. Assim como a circuncisão as leis rituais não mais estão presas aos seguidores de Cristo. Nós não temos autoridade para escolher quais leis ainda estão presas a nós.

Romanos 1:24-31: Nos primeiros três capítulos de Romanos Paulo coloca que todos, judeus e gentios, são pecadores e necessitam da graça de Deus. Escrevendo de Corinto, o centro da idolatria a Afrodite (deusa que representava ambos os sexos). Paulo descreve os gentios usando uma ilustração que ele sabia que os judeus iriam associar negativamente com idolatria – orgias entre pessoas do mesmo sexo nos templos.

Assumindo que todos naturalmente são atraídos pelo sexo oposto Paulo diz que homens e mulheres deixaram o que era naturalmente para eles e se queimaram em paixão por seu próprio sexo e, como resultado, se tornaram cheios de inveja, assassinato, malícia, acusação, insolência, ódio a Deus, etc. Todavia concluímos que o que é natural para heterossexuais não o é para homossexuais. Além disso, paixão e outros pecados mencionados não são necessariamente parte da vida do homossexual cristão. É difícil aplicar as palavras de Paulo a uma relação estável cristã homossexual.

I Coríntios 6:9-11 e I Timóteo 1:8-10: Nesta lista de pecados Paulo usa duas palavras gregas – Malakos e arsenokoitai. Malakos literalmente significa suave e ocorre três vezes nos Evangelhos como um modificador para vestuário implicando certa voluptuosidade efeminada no estilo de vida dos opressores romanos em contraste com a virtuosa força encontrada entre os perseguidos cristãos. Se houverem conotações sexuais elas provavelmente se referem a prostitutos que pintavam suas faces e usavam roupas de seda para atrair clientes masculinos e femininos. Arsenokoitai é uma combinação das palavras cama e macho. Esse é o primeiro uso conhecido da palavra que também é encontrada posteriormente na literatura secular, usualmente em similares listas de faltas e em conjunto com palavras de natureza econômica abusiva, como ladrões (1 Coríntios 6:10) e traficantes de homens (1 Timóteo 1:10). A referência pode ser a gigolôs ou a homens que usam prostitutos. Quando essas palavras têm sido traduzidas em referência à homossexualidade uma conotação cultural moderna está presente.

As passagens bíblicas discutidas aqui podem ser vistas como referência a estupro homossexual, práticas idólatras entre pessoas do mesmo sexo, impureza cultual, ou práticas sexuais não consensuais, comportamentos que podem ser mudados, o que não é o caso da orientação sexual.

Quais são as opções para o homossexual cristão?

Casamento Heterossexual: Um conselho dado frequentemente por pastores e professores é: “Encontre um(a) moço(a) cristão(ão) e se case.” Você realmente deseja que seu filho ou sua filha se case com alguém que é homossexual e que não poder se sentir genuinamente atraído ou apreciar plenamente a beleza de alguém do sexo oposto? Cônjuges heterossexuais em casamentos de orientação sexual mista geralmente pensam que há algo errado com eles, que não são suficientemente atrativos ou desejáveis, enquanto seus parceiros homossexuais lidam com o estresse de fazer de conta que eles são algo que na realidade não são até que eventualmente a situação se torna insustentável. Esse tipo de relacionamento raramente dura mais de uma década.

Celibato: Alguns líderes da Igreja defendem o celibato vitalício para membros homossexuais. Paulo chama o celibato de dom e diz que é “melhor casar-se do que abrasar-se.” Como esse conselho se aplica ao homossexual? Como muitos protestantes nós consideramos o requisito do celibato para os padres, mesmo em uma comunidade de apoio espiritual, uma condição pouco natural. De qualquer maneira aqueles que tentam viver uma vida de celibato continuam a luta com sentimentos de culpa pelos desejos inatos e pelas atrações com as quais têm que lutar. Vulneráveis a tentações em momentos indefesos, essas pessoas correm o risco de sofrer de conflitos emocionais e de se envolver em situações de alto risco. Existem muitos estudos que demonstram benefícios à saúde, em termos de satisfação e felicidade, encontrados em relacionamentos íntimos resultando em vida mais longa e feliz. Temos nós, como cristãos, o direito de relegar os homossexuais de nossa comunidade a uma vida mais curta e estressante? Se negarmos relações significativas e amorosas a homossexuais não estamos nós os privando da oportunidade de melhor entender o amor de Deus para eles?

Relacionamentos de Compromisso: Muitos adventistas homossexuais anseiam por ter uma família unida e amorosa como a que tiveram enquanto cresciam. Eles anseiam ter um(a) companheiro(a) para com o(a) qual possam construir um vida saudável mutuamente satisfatória. Sexualidade é uma pequena, porem importante, parte de suas vidas. Assim como os heterossexuais eles sentem a responsabilidade de se manter castos até que estejam em um relacionamento de compromisso. Enquanto isso desprezam pornografia, promiscuidade e adultério. Muitos cristãos, e um crescente número de adventistas, têm dado suporte a essa alternativa porque o é amor o fundamento desses relacionamentos e também o fundamento do reino dos céus.

Qual deveria ser a resposta da Igreja?

Uma vez que ainda nos falta muito para entender da homossexualidade é importante lembrar que a Bíblia diz “não é bom que o homem esteja só,”“não julgueis para que não sejais julgados,”“levai as cargas uns dos outros,”“amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

A disposição de ouvir as experiências daqueles que são homossexuais é o primeiro passo para poder enxergá-los como seres humanos de verdade que têm sentimentos e emoções. Eles são iguais aos heterossexuais em todos os sentidos (menos um), têm as mesmas necessidades e aspirações que outros cristãos e compartilham conosco a mesma humanidade e o mesmo Criador.

Nosso Salvador, que era conhecido por passar muito tempo com os marginalizados da sociedade, era conhecido também por ser gentil e paciente. Quando um homem homossexual, ou uma mulher homossexual, ou um casal homossexual, chega a nossa igreja no Sábado, temos nós sido impulsionados pelo amor e graça do Salvador a recebê-los como sendo tão pecadores quanto nós? Se os desprezamos e recusamos nos aproximar estamos negando ao Espírito Santo a oportunidade de operar em nosso coração e no deles.

Devemos apoiar os direitos civis dos gays?

As convicções adventistas da separação da Igreja e do Estado nos devem inspirar a apoiar os direitos civis de gays e lésbicas a fim de que sejam protegidos contra crimes de violência e preconceito no trabalho e no lar.

Posições tomadas por organizações profissionais
  • A Associação Psiquiátrica Americana (APA – American Psychiatric Association) tirou homossexualidade de sua lista de doenças mentais em 1973.
  • O Instituto legal Americano (ALI - American Law Institute) continuamente atualiza seu código penal, que é um grupo de leis que sugere o que deve ser implementado em nível governamental. Eles recomendam aos legisladores que “o comportamento sexual consensual entre adultos deve ser tirado da lista de crimes e com isso legalizado.”
  • A Associação de Advogados Americanos (American Bar Association) em 1974 aprovou o Código Penal que inclui a discriminação de atos homossexuais entre adultos.
  • A Organização Mundial de Saúde (WHO - World Health Organization) retirou homossexualidade da sua lista de enfermidades mentais em 1981.
  • A Associação Americana de Psicologia (APA - American Psychological Association) passou uma resolução em 1997 que “suscita preocupação ética sobre a tentativa de mudança de orientação sexual, reafirma oposição da psicologia à homofobia e ao direito do paciente de receber um tratamento que não seja tendencioso.”

A Associação Médica Americana (American Medical Association - AMA) imprimiu um artigo em 1994 no qual clama por “um reconhecimento da orientação sexual destituído de prejuízo por parte dos médicos.”

Academia de Pediatria e Conselho de Saúde da Criança e do Adolescente (Academy of Pediatrics and Council on Child and Adolescent Health) tem declarado que homossexualidade não é uma escolha e que não pode ser mudada.

~ ~ ~ ~ ~
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Tradução para Português
Pastor Marcos Apolonio

Fonte: http://www.sdakinship.org/en/leaflets/leafletportuguese.html


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