ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
comentar
publicado por Riacho, em 08.02.14 às 23:22link do post | favorito

Crónica semanal do Pe Anselmo Borges no Diário de Notícias!

 

Não. Francisco não é o Papa dos "pobrezinhos", ao contrário do que, com menosprezo, escrevem certos comentadores. Ele é o Papa de todos, na justiça, na solidariedade, nas reformas da Igreja, e é esperável que tenha êxito.

Tem gigantescos desafios pela frente e, entre eles, está certamente a questão da sexualidade e da família no mundo actual. Nesse sentido, lançou um inquérito dirigido a todos os católicos do mundo e não apenas aos bispos e aos padres, precisamente sobre este tema, de tal modo que os fiéis todos puderam exprimir-se livremente a Roma, o que nunca tinha acontecido ao longo dos dois mil anos da Igreja. O Papa quer ter conhecimento directo da experiência e do pensar das pessoas sobre estas temáticas. Antes, a Cúria era informada pelos bispos, contendo os seus relatórios "mais desejos piedosos do que factos", como refere a Der Spiegel da passada semana (27 de Janeiro). Não se conhece ainda o número de respostas nem os seus resultados - em Portugal, o interesse parece ter sido diminuto e não se viu empenho forte por parte da Igreja oficial -, mas eles constituirão uma base de reflexão para o Sínodo extraordinário dos Bispos, em Outubro próximo.

O número referido da Der Spiegel, com capa com o título acima - Der Papst und der verdammte Sex -, adianta já respostas de algumas das 27 dioceses alemãs, mostrando "o abismo entre a Igreja e os fiéis". Mesmo na Baviera conservadora, 86% dos fiéis não consideram pecado a utilização da pílula ou do preservativo; 63% dos casados que voltaram a casar continuam a comungar e 90% não foi por causa disso que o não fizeram; 70% declararam que nas fases difíceis da separação não receberam apoio por parte da Igreja.

Muitos condenaram a doutrina católica por "estranha à realidade" e alguns, atendendo à linguagem das perguntas, sentiram-se enquanto "europeus da Europa Central a recuar pelo menos cem anos". Segundo a BDKJ (União dos católicos alemães - juventude), "a moral sexual católica não tem qualquer importância para nove em cada dez jovens católicos"; "sexo antes do casamento e anticonceptivos fazem evidentemente parte da sua vida em relação". Ainda segundo a BDKJ, 96% das pessoas que mantêm "vida sexual" sem casamento católico não têm nenhum problema com isso e, apesar disso, os jovens católicos participam nos sacramentos. O Vaticano está enganado quando pensa que os casais só depois do casamento vivem e dormem juntos. Uma vida em comum à experiência "é hoje uma realidade de que já se não pode abstrair", comunica a diocese de Augsburgo. E assim por diante, na sequência alfabética das dioceses, até Würzburg, onde "uns 90% dos casais praticam uma vida em comum ad experimentum" - Friburgo: "a vida comum antes do casamento pela Igreja não é nenhum caso extraordinário, mas normal".

Alguns sentiram-se inclusivamente "chocados", quando o interrogatório usa, para os divorciados, a expressão "situações irregulares", sendo excluídos da comunhão e não se tendo a Igreja preocupado com os seus "problemas" ou "necessidades de fé". Outro grupo que recebe grande apoio da base é o dos homossexuais. Comunidades houve que acharam muito importante que se acrescentasse um ponto às perguntas do Vaticano, exigindo que se ponha fim à lei do celibato obrigatório.

Os resultados das respostas, que dão um mau testemunho da instituição eclesiástica e mostram a discrepância entre a doutrina e a realidade mereceram este comentário do bispo de Mainz, o famoso cardeal Karl Lehmann, uma voz constante a favor de um catolicismo aberto: "Estes resultados, mesmo que não sejam representativos, testemunham e fortalecem a impressão de uma situação infeliz, fatal." "Há muito que já sabíamos", disse sobre o profundo abismo entre o povo fiel e a hierarquia, "muita coisa foi reprimida".

Os fiéis exigem agora a publicação integral dos resultados. Seja como for, mesmo com todas as suas deficiências, o inquérito desencadeou uma dinâmica que será difícil parar. A pergunta é: como vai Roma lidar com a questão?

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

 

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=3675659&page=-1


comentar
publicado por Riacho, em 10.12.10 às 21:05link do post | favorito

A homossexualidade é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.

Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência à existência de mulheres e homens homossexuais. Apesar dessa constatação, ainda hoje esse tipo de comportamento é chamado de antinatural.

Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (ou Deus) criou órgãos sexuais para que os seres humanos procriassem; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou Ele).

Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?

 

Se a homossexualidade fosse apenas perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de espécies de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.

Em virtualmente todas as espécies de pássaros, em alguma fase da vida, ocorrem interações homossexuais que envolvem contato genital, que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.

Comportamento homossexual envolvendo fêmeas e machos foi documentado em pelo menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.

 

Relacionamento homossexual entre primatas não humanos está fartamente documentado na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no Journal of Animal Behaviour um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.

 

Masturbação mútua e penetração anal fazem parte do repertório sexual de todos os primatas não humanos já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.

Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas rigorosas.

Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela simples existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por capricho individual. Quer dizer, num belo dia pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas como sou sem vergonha prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.

Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.

A sexualidade não admite opções, simplesmente é. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.

 

Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países fazem com o racismo.

Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais na vizinhança, que procurem dentro das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal costumam aceitar a alheia com respeito e naturalidade.

 

Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.

Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser fascistas a ponto de pretender impor sua vontade aos que não pensam como eles.

Afinal, caro leitor, a menos que seus dias sejam atormentados por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu trinta anos?

 

Fonte: http://www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/6375/violencia-contra-homossexuais


comentar
publicado por Riacho, em 12.09.10 às 23:58link do post | favorito
Padre Jesuíta defende o baptismo das crianças de casais compostos por pessoas do mesmo sexo e que homoafectividade levará a Igreja Católica a reformular concepções de família. Luís Corrêa Lima trabalha com grupos de católicos homossexuais e acredita que Deus quando fez o Mundo não criou só o universo heterossexual.

 

NUNO MIGUEL ROPIO

 
foto António Cotrim/LUSA
"Deus criou os homossexuais"
 
 

A relação da Igreja Católica com os novos modelos de famílias, onde impera a homoafectividade, é apenas um dos seus temas de estudo. Docente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Luís Corrêa Lima viaja pelo mundo propalando a mensagem de aceitação da comunidade católica LGBT (lésbica, gay, bissexual e transgénero) e de que nenhum ser humano é mero hetero ou homossexual, mas antes uma criatura divina.

Ou não fosse este padre da Companhia de Jesus fundador do grupo Diversidade Católica, que no Brasil desenvolve um trabalho com católicos homossexuais. Numa breve ponte por Portugal não deixou de admitir, ao JN, que tal postura já lhe trouxe alguns dissabores.

 

Se a Igreja Católica surgiu há 2000 anos com um pensamento vanguardista à época, não é menos verdade que teve tantos outros até corrigir com o Concílio Vaticano II graves discriminações. Quanto anos levará então, na sua perspectiva, a adaptar-se à diversidade sexual?

Sinto e vejo a mudança. Mas é difícil saber quanto tempo vai levar. Porque na história as coisas são imprevisíveis. E a mudança é irreversível. Devo de admitir que não esperava que o líder de uma grande Conferência Episcopal, como a alemã, se manifestasse a favor da União Civil homossexual. Não esperava que a Santa Sé se posicionasse a favor da discriminalização da homossexualidade em todo o mundo. Isso aconteceu, agora, por isso outras mudanças podem acontecer. Só que são desiguais, porque a Igreja é heterogénea.

 

Mas na Alemanha discute-se entre o casamento e a União Civil, existente desde 2002, e aí a Igreja opta pela segunda. Em Portugal, discutia-se o nada e o casamento. E a Igreja defendeu o nada. Isto é, a postura é ou não sempre a do arrastamento e a que causa menos transtornos?

(Silêncio) Temos um exemplo de um grupo de sacerdotes da Argentina que se manifestou a favor do casamento gay. A Igreja é tudo isso.

 

O 'tudo isso' inclui o Cardeal Bertone (secretário de Estado do Vaticano) comparar a homossexualidade com a pedofilia?

Em 2008, o Papa deu uma entrevista na imprensa e sobre pedofilia vincou que não se trata de homossexualidade. É outra coisa. Após essa entrevista, o padre Federico Lombardi (porta-voz do Vaticano) salientou que não cabe à autoridade religiosa se pronunciar sobre psicologia.

 

E quando a Igreja considera um homossexual menos apto para o sacerdócio?

Na senda do debate da pedofilia havia esse debate acolorado. Um documento de 2005, sobre candidatos com tendências homossexuais, dizia que não são desejáveis no sacerdócio pessoas que apresentam tendências homossexuais enraizadas. E que cabe ao bispo local aprovar o candidato. A intenção é que o sacerdote tenha uma relação sadia com os fiéis. Onde possa surgir uma paternidade espiritual. E, assim, há coisas que atrapalham. Ou seja, as tendências homossexuais. É claro que alguns dizem o seguinte: o sujeito pode ter as tendências e não prejudicar a relação com os seus fiéis, desde que tenha maturidade. Então, o documento tem essa dualidade de quem interpreta. O padre Timothy Radcliffe considera que é menos importante saber se o candidato ama ou não. Importante é saber se ele odeia alguém. Isso é que deveria ser um preceito. Se o sujeito é homofóbico, se é machista, se é racista, então isso é que deveria ser empecilho. Mas há um documento mais recente, de 2008, sobre esse candidato, que refere que se enfrentarem de maneira realista as suas tendências homossexuais profundamente enraizadas, então não deve ser vetado.

 

Defende o baptismo das crianças de casais homossexuais?

Esse tema se colocou nos Estados Unidos. Em 2006, um documento dos bispos americanos, sobre a Pastoral para os homossexuais, se coloca contra a adopção de crianças por homossexuais. Mas diz que é permitido o baptismo dessas crianças, se houver uma promessa de que elas venham a ser baptizadas na fé cristã. Lá (nos Estados Unidos) muitas dessas crianças estudam em escolas católicas. Têm uma conduta igual às outras crianças. São aceites pelos colegas e outras famílias. São poucas as reclamações. Recentemente, a Diocese de Boston posicionou-se a favor do acolhimento de crianças de casais homossexuais em escolas católicas.

 

Sim. Mas qual é a sua opinião sobre o assunto?

Não vejo que haja evidência de que essas crianças sejam diferentes. Porque se fala muito do risco dos casais homossexuais e do que isso pode originar para elas. Mas uma universidade alemã já fez uma pesquisa com 2400 crianças e não notou qualquer diferença. Enquanto não houver uma evidencia que há um dano...

 

Já teve problemas devido à sua posição?

Na universidade tive longos meses de negociação, para que as barreiras fossem diluídas. As coisas tiveram uma evolução positiva. Tenho o apoio da Companhia de Jesus e superiores, graças a Deus. Tomo o cuidado de não ser hostil e ter uma posição apaziguadora. E avançar por onde só posso avançar. Mas é caminhar no fio da navalha.

 

Ajuda, enquanto padre, pertencer à Companhia de Jesus?

Muito. Até pela sua génese e pela missão que os Papas têm confiando à Companhia. Paulo VI disse que, sempre que na Igreja há conflito entre as legítimas aspirações humanas e a verdade evangélica, aí estão os jesuítas, nos campos mais difíceis e nas trincheiras sociais. A função da Companhia é o trabalho apostólico de fronteira. O Papa Bento XVI confirmou isso e desenvolveu esse trabalho de fronteira. Ver os jesuítas estarem onde os outros não estão, de estabelecerem pontes de compressão e dialogo.

 

Deus criou o homem e a mulher, heterossexuais. E os homossexuais, foram criados por quem? Por Deus?

Claro. Não tenho dúvidas disso. Deus criou todo mundo. Se Deus criou todo o mundo, Deus criou os homossexuais. A sociedade é diversa, na cultura, nas raças e diversidade sexual. Temos inclusive diversidade sexual no mundo animal. Fala-se de 400 espécies de animais que têm indivíduos homossexuais. E a Humana também tem. É importante que a Igreja aprenda a viver com a diversidade sexual.

 

Fonte: http://jn.sapo.pt/Domingo/Interior.aspx?content_id=1660516


comentar
publicado por Riacho, em 16.02.10 às 14:52link do post | favorito

"Quando no interior do grupo de homossexuais católicos de Milão denominado “Il Guado” se discutiu em convidar Luigi Bettazzi, bispo emérito de Ivrea, para falar sobre o Concílio Vaticano II, alguns expressaram o medo de que o encontro pudesse colocar na sombra a questão dos homossexuais na Igreja e as dificuldades que estes encontram no confronto com uma hierarquia que parece ser incapaz de acolher e compreender a experiência gay de católicos. Mas, no fim, o encontro com o bispo emérito de Ivrea, no dia 06-02-2010, no salão paroquial de S. Maria Bartrade, superou qualquer temor.

A notícia é da agência italiana Adista, 15-02-2010.

Testemunho privilegiado do evento conciliar (uma “graça” – afirmou – pela qual ainda hoje agradeço a Deus”), uma experiência vivida em estreito contato com um protagonista importante, o cardeal Lercaro (de quem era bispo auxiliar), Bettazzi encarnou a novidade do Concílio Vaticano II na realidade dos grupos eclesiais que buscam, com muito esforço, manter a sua especificidade de gênero com a própria pertença eclesial. Na sua reflexão, o bispo indicou alguns ensinamentos importantes daquela experiência e que podem ser lidos como um paradigma interpretativo da atualidade. Ele os organizou partindo das três grandes Constituições que o Concílio aprovou.

Começou falando da Gaudium et Spes, a constituição com que a Igreja optava, de maneira solene, de não ter mais como únicos interlocutores somente os católicos, mas todos os homens e todas as mulheres “de boa vontade”. Esta opção significou uma escolha definitiva do próprio magistério: não é por acaso que, desde então, nenhuma encíclica é publicada sem que os interlocutores sejam sempre todos os homens.
Quem crê no Cristo está salvo!, é o título de um livro que o próprio Bettazzi publicou há alguns anos, retomando um versículo do Evangelho de São João (3,15). Durante o encontro o próprio Bettazzi observou como aquele mesmo versículo pode ser lido de muitas maneiras: a primeira, (Quem crê em Cristo, será salvo) coloca o acento sobre a adesão de fé em Cristo, vê na adesão à Igreja a única estrada para a salvação. A segunda (“Quem crê, em Cristo será salvo”) que coloca o acento sobre a seriedade com que nós respondemos à nossa vocação humana, vivendo-a com a fidelidade de quem “crê”, de quem assume a responsabilidade de ter em conta, nas suas opções, as exigências e as necessidades dos que partilham da sua humanidade.

Lida à luz desta mensagem, Bettazzi recordou com força, que a condição homossexual adquire um significado radicalmente novo que expulsa as polêmicas que, nestes últimos dias, foram protagonizadas por alguns bispos italianos ao fazerem afirmações muito duras em relação aos homossexuais, taxando como “aberrante” a sua condição e pedindo o afastamento da Igreja e dos sacramentos. Somente quem esquece o ensinamento do Vaticano II na Gaudium et Spes, afirmou Bettazzi, pode pensar que a homossexualidade seja em si mesma um motivo que pode afastar as pessoas da Graça e que se possa, de fora, julgar o estado de Graça de uma pessoa que não esconde a sua própria homossexualidade, negando-lhe à priori, o acesso aos sacramentos.

Depois de ter analizado, por meio da Sacrosanctum concilium, a importância da recuperação da centralidade da liturgia na vida, não só da Igreja, mas também dos crentes, para realizar, inclusive, uma relação diferente entre a instituição eclesiástica e a experiência vivida pelos indivíduos, Bettazzi refletiu sobre a Dei Verbum, convidando a não considerar a Palavra de Deus como algo estranho nas nossas vidas, mas na direção de uma escuta atenta e responsável do texto bíblico para chegar àquele discernimento requerido pelas situações específicas. Neste sentido, a história de tantos homossexuais crente se insere, como a história de todos os homens e como a história de cada um, no percurso, do qual o próprio Concílio foi um capítulo particularmente significativo e particularmente importante: a história de um Deus que se comunica e se narra ao homem e que, usando os instrumentos de que o homem pode entender, chama a humanidade toda à salvação. Uma história em que nenhum de nós deve se sentir como o utilizador final de serviço que outros lhe confeccionaram, mas deve sentir-se como o protagonista da história do amor com o qual o próprio Deus, em Jesus Cristo, de modo admirável o chamou à existência e, de modo ainda mais admirável, o chamou à salvação."
 

 

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=29905

 


comentar
publicado por Riacho, em 08.10.09 às 23:53link do post | favorito

 Por Paco Llistó 7/10/2009 - 14:07

 

Pegue um filme bem "Sessão da Tarde", troque o casal de protagonistas héteros e os substitua por dois personagens gays. Depois mude o cenário - uma cidadezinha da Califórnia, por exemplo - e o transforme em um local semelhante, mas agora localizado na fria e distante Suécia. A comparação é válida para definir a atmosfera de "Patrik 1.5" (Patrik, Age 1.5, Suécia, 2008), um dos filmes com temática homossexual que a 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo apresenta a partir do próximo dia 23. Em "Patrik 1.5", um casal gay tenta adotar uma criança, apesar das leis ainda pouco compreensíveis de seu país e da vizinhança aparentemente inofensiva. A própria história desse casal tão diferente já contribui para o enredo inusitado do filme, que lembra às vezes a excelente comédia francesa "Baby Love", que esteve em cartaz no país no ano passado.


Göran (Gustaf Skarsgård) é médico e um de seus sonhos é ser pai. Seu marido, o grandalhão e insensível Sven (Torkel Petersson), teve um casamento heterossexual e foi alcoólatra no passado. Nem mesmo as autoridades do país, que decidem negar a primeira tentativa de adoção, desanimam o casal. Com esmero e dedicação, os futuros papais decoram o quarto de bebê, compram um carrinho para carregar a criança e se preocupam até com uma babá eletrônica.


Mas eis que, sem ao menos esperarem, surge à porta do casal Patrik (Thomas Ljungman), um menino arredio e homofóbico, com um passado criminal e ainda por cima órfão. Num primeiro momento, Göran e Sven tentam devolver o adolescente, que os rejeita com palavras ofensivas, como "pedófilos" e "bichas". Mais tarde, vem a explicação: por erro do Serviço Social - uma vírgula mal colocada - Patrik, na verdade um jovem de 15 anos, vai parar na residência do casal e deve aceitar conviver com a nova família se não quiser voltar para o orfanato.


Apesar do dia a dia hostil, Göran é o primeiro a se simpatizar com o jovem. Com o passar do tempo, o médico leva o menino para acompanhá-lo em suas corridas diárias. Por sua vez, Patrik usa sem querer seus dotes de jardinagem para se aproximar de seus pais adotivos. Daí para frente, o filme transforma o que poderia ser um tema batido e convencional em uma divertida e espirituosa comédia.


"Patrik 1.5" é um filme despretensioso e delicado. Coloca lado a lado dois opostos rejeitados pela sociedade - o jovem criminoso e órfão e os pais homossexuais - para que ambos possam se resolver em suas diferenças. No filme da cineasta Ella Lemhagen, Göran, Sven e Patrik têm que lidar com as dificuldades diárias e comuns a todo e qualquer casal se quiserem passar a ser, de fato, uma família "normal".

 

Fonte: http://www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=9429&titulo=%22Patrik+1.5%22+transforma+o+tema+da+ado%E7%E3o+por+gays+em+uma+inusitada+e+divertida+com%E9dia


comentar
publicado por Riacho, em 04.10.09 às 22:16link do post | favorito

 


comentar
publicado por Riacho, em 08.09.09 às 23:35link do post | favorito

 "A Bíblia contém seis condenações aos homossexuais e 362 aos heterossexuais. Isso não quer dizer que Deus não ame os heterossexuais. Significa apenas que eles precisam de mais supervisão"

 

Lynn Lavner

 


comentar
publicado por Riacho, em 12.08.09 às 00:03link do post | favorito

 Olá

 

O Pedro Almodovar deu um passo significativo no convite ao Vaticano. A argumentação do Vaticano é mesmo fraquinha, sem qualquer fundamentação teologica. Parece ser tudo uma questão de números. Água mole em pedra dura tanto há-de bater que há-de furar.

 

Segue a notícia. Abraço!

 

"O aclamado diretor de cinema, Pedro Almodóvar, pediu a Bento XVI que reconheça as famílias homossexuais. Almodóvar, gay assumido, disse ao jornal El Mundo que o papa "Bento XVI deve reconhecer que existem famílias diferentes". Para ele, "há milhares de pessoas que vivem de maneira diferente daquela imposta pela Igreja Católica e é uma loucura que a Igreja ignore isso". O diretor ainda afirmou que o papa "deveria dar um passeio fora do Vaticano e ver como realmente são as famílias". 

"Há mais de vinte anos a família tem sido composta por um grupo de pessoas que constroe um núcleo central onde o amor se dá independente da orientação ser gay, travesti, padres separados, ou transexuais", divagou o diretor a respeito do sentimento e da resistência da Igreja Católica em reconhecer a diversidade das famílias atuais. 

As declarações de Almodóvar foram feitas durante o lançamento do seu novo filme, "Os abraços tortos", na Alemanha. Na ocasião ele aproveitou e falou da sua ligação com o fazer cinema. "O cinema para mim é que nem uma droga. Necessito dele assim com um viciado precisa dela para injetar", disse o diretor.

Vaticano responde
Frente as declarações de Almodóvar, o Vaticano respondeu através do presidente do Tribunal Vaticano e reitor da Universidade Lumsa, Giuseppe Dalla Torre. Para ele o "papa Bento XVI não precisa sair do Vaticano para se dar conta da existência de certos fenômenos sociais". Della Torre disse ainda a Almodóvar que a "Igreja está presente em todos os aspectos da vida humana e sabe muito bem como funciona o mundo".

Sobre a nova realidade da família a qual, segundo Almodóvar, é composta hoje por vários personagens sociais e não apenas por aqueles tradicionais que conhecemos, Giuseppe Dalla Torre as classificou como "marginais". Para o religioso, o fato de a família heteronormativa existir em número maior do que as homoparentais, justifica a marginalização das uniões gays."

 

Fonte: http://www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=8956&titulo=Almod%F3var+pede+a+papa+que+reconhe%E7a+as+fam%EDlias+gays%3B+Vaticano+responde


mais sobre nós
Fevereiro 2018
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
13
14
15
16
17

18
19
20
21
22
23
24

25
26
27
28


pesquisar
 
blogs SAPO