ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 06.03.09 às 15:13link do post | favorito

Olá

 

O caso que ultimamente esteve na ordem do dia, no Brasil com a criança de nove anos violada que engravidou e entretanto abortou está a virar toda a gente contra a Igreja que a acusa de se preocupar mais em punir, na esfera judicial e na esfera religiosa, quem agiu com base na lei, no bom senso e nas recomendações médicas, utilizando a fé para penalizar quem tenta permitir que uma criança de nove anos junte cacos de uma infância despedaçada. O que mais conta para a Igreja local é salvaguardar vidas humanas (os gémeos) do que a vida da mãe com apenas 9 anos. São os resquícios da Inquisição ou o restaurar da Inquisição? É desta forma que se dá testemunho do amor cristão?

 

A reportagem que se transcreve é da Unisinos.

 

Abraço

 

Carlos

6/3/2009
 
A fé e a intolerância
 

Às vezes vejo na calçada meninas empurrando seus carrinhos de bebê de brinquedo. Uma delas tem um carrinho cor-de-rosa, com dois lugares para carregar as bonecas gêmeas.

O artigo é da jornalista Fernanda da Escóssia e publicado no jornal O Globo, 06-03-2009.

Lembrei-me desse carrinho quando li a história da menina pernambucana de 9 anos de idade que engravidou de gêmeos, depois de ter sido estuprada pelo padrasto. Como a maioria das crianças vítimas de abuso sexual, a garota de Pernambuco conhecia seu agressor. Era alguém que poderia - deveria - protegê-la de ameaças.

Mas, ao contrário, ele abusava sistematicamente da menina e de sua irmã de 14 anos, até que a mais novinha engravidou.

Levada ao posto de saúde, constatou-se a gravidez. O suspeito foi preso. A menina foi encaminhada para atendimento médico e psicológico, aí incluído o direito ao aborto legal.

Duplamente legal, aliás, visto que resultou de estupro e acarretaria risco à vida da mãe. Seu corpo de menina, segundo os médicos, poderia não suportar a gravidez. O aborto foi feito.

O que poderia ser o fim triste de uma história de silêncios tenebrosos - a menina teria sofrido abuso pelos últimos três anos - arrasta-se mais do que deveria. A Arquidiocese de Olinda e Recife ameaçou usar recursos judiciais para tentar impedir o aborto. Malsucedida, excomungou quem patrocinou a interrupção da gravidez.

E talvez ainda vá à Justiça para acusar de “homicídio” os envolvidos na realização do aborto, como se fossem eles os criminosos.

Em 1997 houve caso semelhante em Sapucaia, no Estado do Rio. Uma menina de 10 anos, que o Brasil passou a conhecer como M. de Sapucaia, engravidou depois de ser violentada por um lavrador da região. A família conseguiu autorização judicial para o aborto, mas, pressionada por grupos católicos, acabou desistindo.

A Comissão em Defesa da Vida, ligada à diocese de São José dos Campos, levou M. para São Paulo, onde seu filho nasceu.

Depois, ela voltou a Sapucaia.

Em 1999, então com 12 anos, engravidou novamente. O aborto não foi autorizado, pois a Justiça não se convenceu de que a relação sexual fora forçada. M. de Sapucaia sumiu dos jornais e entrou para a estatística brasileira de gravidez precoce.

Fui criada como católica apostólica romana. Sou batizada e crismada. Meus dois filhos são batizados. Acreditar ou não na vida desde a concepção é questão de foro íntimo, e a crença de cada um não é debate do interesse da esfera pública.

No caso pernambucano, o que diz respeito ao interesse público é a atitude da Igreja Católica de punir, na esfera judicial e na esfera religiosa, quem agiu com base na lei, no bom senso e nas recomendações médicas.

O absurdo, o covarde, o inaceitável, é a ideia de usar a fé para penalizar quem tenta permitir que uma criança de nove anos junte cacos de uma infância despedaçada.

Em nome da fé, a Arquidiocese de Olinda e Recife volta aos tempos medievais e patrocina uma pequena Inquisição. Mas a fé não pode ser empecilho para o amor de uma mãe por uma filha, de um médico por seu paciente. Em nome da fé, a Arquidiocese atira a primeira pedra.

in: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=20431


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publicado por Riacho, em 05.03.09 às 22:41link do post | favorito

A menina de 9 anos, do estado nordestino de Pernambuco, engravidou de gémeos após ter sido violada pelo padrasto. A criança era vítima de abuso sexual desde os seis anos, acreditam as autoridades brasileiras, que capturaram o suspeito.

O caso, que foi amplamente noticiado no Brasil, chamou a atenção da Igreja Católica, que tomou posição contra a interrupção da gravidez.

No entanto, os médicos que acompanharam o caso garantiram que a menina não estaria suficientemente desenvolvida para aguentar uma gravidez de gémeos, estando em risco a vida da criança.

O aborto foi realizado na quarta-feira, e a reacção da igreja brasileira surpreendeu pela violência.

O Arcebispo de Olinda e do Recife, José Cardoso Sobrinho, autoridade máxima dos católicos em Pernambuco, defende agora a excomunhão da família da menina, bem como dos profissionais clínicos que acompanharam o caso.

A posição da Igreja Católica, apesar de não ser inédita, está a ser muito mal recebida por grupos de apoio às vítimas de violência sexual, partidos políticos e sociedade civil.

SOL com agências

in: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=128021


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publicado por Riacho, em 04.03.09 às 21:00link do post | favorito

Olá

 

Qual a vossa opinião sobre este caso?

 

Abraço

 

Carlos

 

2009-03-04 17:22:24

 
Igreja contra aborto de criança de 9 anos
Violação pelo padrasto resultou na gestação de gémeos
 

Uma criança brasileira de 9 anos foi violada pelo padrasto e está grávida de gémeos. A igreja brasileira quer impedir o aborto.

«A menina engravidou de maneira totalmente injusta, mas devemos salvar vidas», alegou o arcebispo de Olinda e do Recife, citado pela Globo.

A tenra idade da criança e o facto de estar grávida de gémeos motivaram a que os médicos classificassem a gravidez como de risco. Esta denominação possibilita a interrupção legal da gravidez, pretendida pela família.

Em resposta, a igreja brasileira garante que vai conduzir o caso para o Ministério Público para que a interrupção da gravidez não seja efectuada.

A gravidez foi descoberta quando a criança, alegadamente abusada desde os 6 anos, se queixou de dores na barriga e foi levada pela mãe ao hospital. Suspeita-se que o padrasto tenha praticado os mesmos actos sobre a irmã mais velha da menina, de 14 anos.

O homem foi preso na semana passada, quando se preparava para fugir.

 

in: http://www.fabricadeconteudos.com/?lop=artigo&op=e4da3b7fbbce2345d7772b0674a318d5&id=d5fe0b74f3fca950bbfa703313d0938b

 


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