ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 10.12.14 às 18:47link do post | favorito

Make the Yuletide gay!

Se você participa da blogosfera católica, provavelmente já ouviu falar de Ron Pirola e Mavis Pirola, o casal devoto australiano que falou no recente Sínodo dos Bispos a respeito do assunto “o plano de Deus para o matrimônio e a família”. Casados há 55 anos, o casal foi motivo de manchetes por, entre outras coisas, se referir ao matrimônio como um “sacramento sexual com a sua mais completa expressão no intercurso sexual”, sugerindo que os documentos da igreja, que deveriam orientar os fiéis, não são, em geral, “muito relevantes para as nossas próprias experiências”. Porém, o que mais chamou a atenção da imprensa (num Sínodo em que muitos achavam que as questões referentes à comunidade LGBT seriam evitadas) foi uma interrogação cheia de significado, em particular nesta época do ano: o casal perguntou aos 200 bispos [1] reunidos: “Os pais deveriam receber para o Natal o filho gay e seu parceiro?”

A reportagem é de Eddie Siebert, SJ, publicado pelo The IN Network, 05-12-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Ron e Mavis deram um exemplo tirado da vida real de dois amigos que discerniram sobre esta questão e escolheram acolher o filho gay e seu parceiro: “Eles acreditavam, por completo, nos ensinamentos da igreja. A resposta destas pessoas para a situação pode ser resumida em poucas palavras: “Ele é nosso filho”.

Estas palavras podem fazer frente a toda e qualquer contrarresposta teológica, pois derivam daquilo que o colunistaEugene Cullen Kennedy, do National Catholic Reporter, chamou de o aspecto mais importante do Sínodo: “aquele elemento sacramental da vida comum e do tempo comum, a base fundamental para a recepção da crença: a experiência humana”.

Kennedy escreveu: “O poder em muitas das declarações sinodais bem como na maior parte das ações e falas do papa vem não por elas terem base nas teses teológicas abstratas, mas por aquilo que podemos chamar de a sacada do confessor para com a experiência pedregosa humana”. O casal australiano instou os bispos a refletirem a partir desta história como sendo um modelo para as paróquias acolherem os casais homossexuais e verdadeiramente “deixarem o mundo todo saber do amor de Deus”.

Enquanto muitos bispos aplaudiram (figurativa e literalmente) a declaração de Ron e Mavis Pirola, outros se mostraram menos animados. O cardeal Raymond Burke, ex-prefeito da Assinatura Apostólica, disse ao LifeSite News:

Se as relações homoafetivas são intrinsecamente desordenadas, o que realmente são – a razão nos ensina isso e também a nossa fé –, então o que significa aos netos ter presente, numa reunião de família, um membro familiar que está vivendo um relacionamento desordenado com uma outra pessoa?

Burke acrescentou: “Nós não iríamos, se este fosse um outro tipo de relacionamento – algo que fosse profundamente desordenado e prejudicial –, nós não iríamos expor os nossos filhos a um relacionamento como este, à experiência direta com ele. E não deveríamos também expô-los no contexto de um membro familiar que não só sofre de uma atração homoafetiva, mas que também escolheu viver esta atração, agir em relação a ela, cometer atos que são, sempre e em qualquer lugar, errados, maléficos”.

No espírito do convite do Papa Francisco a se falar livremente sobre estas questões, tenho que dizer que, simplesmente, não entendo uma resposta como esta. Penso nos jovens que vêm até mim durante estes anos, lutando contra sua orientação sexual – alguns aterrorizados consigo mesmos, alguns cheios de vergonha e ódio de si próprios, outros na escuridão, em depressão (preciso mencionar o risco concreto de suicídio cometido por jovens LGBTs?) [2]. Penso nos pais que confiam em mim. Alguns se sentem traídos pela Igreja, quando esta define seus filhos como “intrinsecamente desordenados”. Alguns destes pais não estavam falando com os seus filhos e filhas. [3]

Tenho escutado estas pessoas partilharem suas verdades e tentarem se abrir ao “movimento dos espíritos”, para localizar Deus nestes encontros. (Em conversas como estas, acho salutar fazer uma leitura do Espírito Santo, em vez de dar uma reposta rápida e pronta.) Não há dúvida de que Deus quer que resistamos, denunciamos e nomeamos o mal. Mas nunca senti que Deus quisesse que eu usasse palavras como “mal” e “desordenado” quando me refiro a estas pessoas. A mim soa mais como uma linguagem para dividir e pôr à parte estas pessoas vulneráveis do que se aproximar delas. Tentei falar sobre o amor insondável de Deus, de como ele não comete erros – até mesmo no dom da sexualidade – e de como ele sempre quer tratar a nós, e a qualquer outra pessoa, como seus filhos.

Estas minhas palavras não contrariam o ensinamento eclesial [4]. Estou, porém, ciente de que alguns na Igrejapoderão considerar errada esta resposta, um desvio da “linha partidária”. Eis a realidade arriscada do discernimento – ele pode nem sempre concordar com as mensagens da autoridade vigente. Felizmente, o papa é um firme fiel do discernimento. Preciso mesmo mencionar que Jesus mesmo encontrou uma contradição entre a vontade divina e a abordagem dos fariseus em relação às coisas? Este é o mesmo Deus que buscamos quando discernimos. Não se trata de desconsiderar o ensinamento da Igreja ou abraçar o relativismo. Em vez disso, trata-se de uma prova de que a nossa relação com Deus não é estática; que todos nós estamos constantemente desafiados a aprofundar-nos em nossas compreensões parciais de Deus, a amá-lo e a amar os seus filhos de forma mais profunda, e a notar o Espírito Santo trabalhando através das pessoas ao nosso redor.

Então, o Natal está chegando. Alguns de vocês podem estar se fazendo a mesma pergunta que o casal australiano fez aos bispos. O vídeo, feito como parte da nossa série “Gay Catholics”, conta as histórias “pedregosas, humanas” dos pais de dois homens gays. Tal como os amigos do casal Ron Pirola e Mavis Pirola, estes pais compreenderam o poder e a completude daquelas poucas palavras: “Ele é nosso filho”. Vale a pena assistir, em particular aqueles que enfrentam uma divisão familiar (e não apenas relacionada à sexualidade). Tentem tomar nota do que ressoa no lado de dentro de você ao assistir e tente “ouvir as coisas de Deus a partir do ponto de vista d’Ele”.

Com a quantidade de divisão existente no mundo, rezo para que, neste momento de Natal, os problemas em se ser um ser humano e ter uma família sejam espaços onde possamos encontrar a graça, e não só julgamento e isolamento. Rezo para que se tivermos a chance de receber alguém ou virar-lhe as costas, que o recebamos. Por fim, rezo para que lembremos do fato de que Deus não comete erros quando ele cria e que nada pode tirar a nossa dignidade inata – nem mesmo quando não a reconhecemos.

Notas

[1] E uma freira.
[2] Jovens lésbicas, gays e bissexuais são quatro vezes mais propensos a tentarem o suicídio do que os demais.
[3] Confira o interessante ensaio de Jason Welle sobre os jovens LGBTs cristãos desabrigados, publicado no Jesuit Post em setembro.
[4] O catecismo afirma que os homossexuais deveriam ser acolhidos com “respeito, sensibilidade e compaixão”. Ele também diz que os gays são capazes da “perfeição cristã”.


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publicado por Riacho, em 09.01.14 às 00:09link do post | favorito

A imprensa começou a repercutir uma palestra dada pelo Papa Francisco em novembro no colóquio com os membros da União dos Superiores Gerais - USG - dos institutos religiosos masculinos, publicada em reportagem da revista Civiltà Cattolica no dia 03-01-2014. Temos visto manchetes como a do Globo, "Papa afirma que casamento gay é desafio educativo para a Igreja", ao do G1, "Papa Francisco pede nova atitude da Igreja com os filhos de homossexuais", e a do UOL, "Papa Francisco pede nova atitude da igreja com os filhos de homossexuais". Desde ontem, vi essas matérias despertarem reações positivas e negativas dentro da comunidade LGBT. Contudo, me parece que há um esclarecimento importante a fazer, que coloca o caso sob uma nova perspectiva.

O comentário é de Cristiana Serra e publicado por Diversidade Católica, 5-01-2014.

Um exame do documento revela que o papa não se referiu ao casamento gay em sua palestra em nenhum momento, ao contrário do que essas manchetes podem dar a entender. Provavelmente o mal entendido se deve ao fato de que o papa citou o caso de uma menina que estava triste porque "a namorada da minha mãe não gosta de mim". Esse é o único momento em que ele fala em gays. Acontece que o trecho completo é o seguinte:

"Para o Papa, os pilares da educação são: 'transmitir conhecimentos, transmitir modos de fazer, transmitir valores. Através deles se transmite a fé. O educador deve estar à altura das pessoas que educa, de interrogar-se quanto a como anunciar a Jesus Cristo a uma geração em transformação'. Para tanto, insistiu: 'a tarefa da educação hoje é uma missão chave, chave, chave!', e citou algumas de suas experiências em Buenos Aires sobre a preparação necessária para que se receba, em contextos educativos, crianças, adolescentes e jovens que vivem em situação complexa, especialmente em família: 'lembro-me do caso de uma menina muito triste que acabou confidenciando à professora o motivo de sua tristeza: 'a namorada da minha mãe não gosta de mim'. A porcentagem de crianças que estudam nas escolas e têm pais separados é altíssima. As situações que hoje vivem criam, portanto, novos desafios que, para nós, às vezes são até difíceis de entender. Como anunciar Cristo a esses meninos e meninas? Como anunciar Cristo a uma geração em transformação? É preciso que estejamos atentos, para que não lhes ministremos uma vacina contra a fé." (p. 14)

O curioso, portanto, é que essa frase da menina não é citada para falar sobre casais gays. Não é uma crítica aos gays, como a matéria do G1, por exemplo, pode fazer parecer. Pelo contrário: ele está falando sobre os desafios da educação da nova geração, fala que há situações complexas, dá esse exemplo, da menina que estava triste porque "a namorada da minha mãe não gosta de mim", e segue falando sobre a alta porcentagem de filhos da pais separados nas escolas, que as situações requerem novas estratégias, etc. Quer dizer: ele se refere, no contexto de um colóquio para religiosos, falando sobre a formação de religiosos, a um casal de mulheres com uma filha como um casal separado qualquer.

Vou repetir: o papa se refere a um casal de mulheres como um casal separado qualquer e que usa esse exemplo para refletir sobre como as fórmulas antigas para se lidar com as novas situações familiares não servem mais, estão alienando e afastando as pessoas ("ministrando uma vacina contra a fé"), e, em vez de assumir alguma postura rígida e preestabelecida, pergunta e convida os demais a pensar com ele:

"Como anunciar Cristo a esses meninos e meninas?". Pode parecer sutil, mas o impacto disso, no contexto de uma instituição milenar que não pode mudar por meio de grandes rupturas, é imenso, e vai muito, mas muito além do que a maneira apressada e até equivocada como a imprensa vem repercutindo essas suas palavras.

Que a abertura do papa Francisco para a dúvida, o questionamento das certezas preestabelecidas, o encontro e o diálogo com o outro nos sirvam de exemplo e inspirem, também nós, a partir ao encontro do nosso irmão.

Veja também:

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/527041-o-que-o-papa-disse-e-o-que-ele-nao-disse-sobre-o-casamento-gay-


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publicado por Riacho, em 06.01.14 às 21:38link do post | favorito

Papa Francisco considera que as distintas realidades pessoais que se dão na sociedade atual, como a existência de filhos que convivem com casais homossexuais, supõem um novo desafio educativo para a Igreja Católica, sobretudo na hora de anunciar o Evangelho.

Esta é uma das mensagens que o pontífice argentino deu no mês de novembro, no colóquio com os membros daUnião dos Superiores Gerais - USG - dos institutos religiosos masculinos e publicada na reportagem da revista Civiltà Cattolica, no dia 03-01-2014.

A informação é publicada por Religión Digital, 04-01-2014.

"Lembro do caso de uma menina muito triste que no final confessou para a professora o motivo do seu estado de ânimo: "a noiva da minha mãe não me quer", narrou Francisco aos superiores gerais dos institutos religiosos.

"A porcentagem de crianças que estuda nos colégios e quem têm pais separados é muito alto - acrescentou. As situações que vivemos hoje, portanto, nos colocam novos desafios que para nós, muitas vezes, são difíceis de compreender. Como anunciar Cristo a estes meninos e meninas? Como anunciar Cristo a geração que muda?"

Francisco alertou aos religiosos que é preciso estar atentos para que não se dê a estas novas gerações uma "vacina contra fé". Ele lembrou que os piliares da educação são "transmitir o conhecimento, transmitir formas de fazer e transmitir valores, através dos quais se transmite também a fé".

"O educador deve estar à altura das pessoas que educa, deve se perguntar como anunciar a Jesus Cristo para uma geração que muda. A tarefa educativa hoje é uma missão chave, chave, chave", asseverou o pontífice argentino.

A "Civiltà Cattolica", revista dos jesuítas, ordem donde provém Francisco, narra também que no encontro o PapaBergoglio narrou suas experiências em Buenos Aires.

O tema da familia e sua pastoral é o tema central da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos que aocntecerá no mês de outubro. Em preparação do evento, a Santa Sé enviou um questionário às Conferências Episcopais de todo o mundo.

"Qual é a atitude das Igrejas locais para com o Estado como promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo? Que atenção pastoral se pode dar às pessoas que escolheram viver este tipo de uniões?", pergunta o documento.

No caso de adoções por casais do mesmo sexo, "o que se pode fazer pastoralmente para transmitir a fé?", prossegue o questionário, que também dedica uma seção à educação das crianças nas chamadas "famílias irregulares" e a forma como seus pais se aproximam da Igreja.

Nota da IHU On-Line:

Para ler a initegra, em espanhol, da reportagem sobre a Conversa do Papa Francisco com os Superiores Religiososclique aqui.

 

Veja também:

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/526954-realidades-novas-como-os-filhos-de-casais-homossexuias-exigem-sao-um-desafio-educativo-novo-diz-o-papa


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publicado por Riacho, em 09.08.12 às 23:09link do post | favorito

Um rapaz nova-iorquino de dez anos tornou-se recentemente no maior exemplo de tolerância numa América que ainda discute o casamento homossexual. 

Há dois meses, Kameron Slade foi desafiado a participar num concurso na sua escola, em Queens. A sua mãe deu-lhe a ideia de falar sobre o casamento homossexual e o menino escreveu um discurso a favor da união entre duas pessoas do mesmo sexo.

«Tal como o presidente Barack Obama, eu defendo que todas as pessoas devem ter o direito de casar com quem quiserem. O casamento é sobre amor, apoio e compromisso. Quem somos nós para o julgar?», questionou.

Kameron Slade foi impedido de participar em concurso na escola, mas as suas palavras ganharam ainda mais ecoNo entanto, o diretor da escola não gostou desta escolha. Kameron Slade foi impedido de participar no concurso, com a justificação que o discurso era «inadequado» a uma criança de dez anos. «Disseram que era inapropriado para crianças da minha idade», explicou, numa entrevista à CNN, assegurando que ficou «muito chateado» com esta nega.

Mas a Internet tratou do assunto. Uma série de vídeos colocados no YouTube com Kameron a recitar o discurso tornou-se viral e o rapaz acabou não só por ser autorizado a ler as suas palavras na escola, mas também na Câmara de Nova Iorque.

«Senti-me muito bem e senti-me muito honrado, porque a maioria das crianças não tem esta oportunidade», afirmou, garantindo que não ficou nervoso por falar à frente de pessoas tão importantes, na semana passada. «Tentei não pensar muito nisso e aproveitar o momento», acrescentou.

No discurso, Kameron Slade conta que conheceu um casal de amigas gay da mãe, que tem uma filha. «Depois de passar um dia com elas, a minha mãe explicou-me a relação delas. Esta família é como outra família qualquer. Parecem felizes e, acima de tudo, parecem amar-se», apontou.

O jovem apela aos pais e aos professores para falarem da homossexualidade às crianças. «Qual é a intenção de o tentarem esconder?», perguntou, concluindo que espera que «toda a gente perceba como é importante respeitar todos pelo que são».

 

Fonte: http://www.iol.pt/push/iol-push---internacional/kameron-slade-casamento-gay-homossexual-discurso-tvi24/1365773-6184.html


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publicado por Riacho, em 07.02.12 às 22:33link do post | favorito

Uma família às direitas!

 

06/02/2012 - Mãe escreve depoimento sobre filho de 6 anos apaixonado por personagem gay da TV Por redação Amélia é que é mãe de verdade. Mas essa Amelia não se chama assim, ela escolheu este nome para assinar um blog e uma coluna no site Huffinton Post. Mãe de três filhos, ela resolveu contar no ano passado que seu filho mais velho, de apenas seis anos, pode ser gay. O texto foi publicado em agosto do ano passado e virou hit na internet. Nós traduzimos o depoimento para você. Amelia conta em um texto emocionante como o filho descobre que ama um personagem da série Glee e como ela e o esposo não ligam para o fato de ele gostar de meninas ou de meninos. O filho se apaixona por Blaine, um dos gays da série e começa a perguntar para a mãe se é possível um menino gostar de meninos e não de meninas, uma questão comum na infância de muitas crianças, que fazem muitos pais surtarem. Confira a reação sem preconceito dos pais e como conduziram a situação. Veja a tradução do texto original da Amélia: “Mãe, eles são iguaiszinhos a mim” Meu filho mais velho tem seis anos e ele está apaixonado pela primeira vez. Ele está apaixonado pelo Blaine de Glee. Para quem não sabe, Blaine é um garoto… um garoto gay, namorado de um dos personagens principais, Kurt.Não é um tipo de amor como “ele acha o Blaine muito massa”, é do tipo de amor em que ele devaneia olhando para uma foto de Blaine por meia hora seguido por um intenso “ele é tão lindo”. Ele adora o episódio no qual os dois meninos se beijam. Meu filho chama as pessoas que estão em outros cômodos pra ter certeza de que não perderão "sua parte favorita”. Ele volta o vídeo e assiste de novo… e obriga os outros a fazerem o mesmo, se achar que as pessoas não prestaram atenção suficiente. Essa paixão não preocupa a mim e nem ao seu pai. Nós vivemos em uma vizinhança liberal, muitos de nossas amigos são gays e a idéia de ter um filho gay não é algo que nos preocupa. Nosso filho vai ser quem ele é, e amá-lo é nosso dever. Ponto final. E ele tem seis anos. Crianças de seis anos ficam obcecadas com todo tipo de coisa. Isso pode não significar nada. Nós sempre brincamos que ou ele é gay, ou nós teremos o melhor material de chantagem na história da humanidade quando ele tiver 16 anos e for um cara hétero (Imagina as fotos tomando banho pelado). E então, dia desses estávamos viajando para outra cidade ouvindo o CD dos Warblers (é claro),quando no meio de Candles, meu filho, do banco de trás, aumenta a voz: “Mamãe, Kurt e Blaine são namorados.” “São sim,” eu afirmo. "Eles não gostam de beijar meninas. Eles só beijam meninos.” “É verdade.” “Mamãe, eles são como eu.” “Isso é ótimo, querido. Você sabe que eu te AM, aconteça o que for?” “Eu sei…”. Eu podia ouvi-lo revirando os olhos pra mim. Quando chegamos em casa, eu recapitulei a conversa para o pai dele, e nós simplesmente olhamos um nos olhos do outro por um momento. E então, sorrimos. “Então se aos 16 anos ele quiser fazer o grande anúncio na mesa de jantar, poderemos dizer: Você disse isso pra gente quando tinha 6 anos. Passe as cenouras - e ele ficará decepcionado por roubarmos o grande momento dramático dele”, disse meu marido, rindo e me abraçando. Só o tempo dirá se meu filho é gay. Mas, se for, estarei feliz de ele ser meu. Eu estou feliz que ele tenha nascido na nossa família. Uma família cheia de pessoas que o amarão e o aceitarão. Pessoas que jamais vão querer que ele mude. Com pais que não procurarão dançar no casamento dele. E eu tenho que admitir, Blaine seria realmente um genro lindo.

 

Fonte: www.revistaladoa.com.br/website/artigo.asp?cod=1592&idi=1&moe=84&id=18958

 


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publicado por Riacho, em 05.01.12 às 19:33link do post | favorito

Alguém me explica porque é que o anúncio pela Igreja de que o agora ex-bispo de Los Angeles tem dois filhos é uma triste e difícil notícia? De acordo com a Igreja era preferível o aborto que condena destas crianças? Onde está o crime de ser pai e dar vida a duas crianças? Em que é que o facto de ser pai diminui as suas qualidades de bispo? Quando é que a Igreja acaba com o crime do celibato obrigatório? Hipocrisias!!!

 

Bispo renuncia após divulgação de ser pai de dois filhos

O bispo auxiliar de Los Angeles Gabino Zavala renunciou depois de revelar aos seus superiores que ele é pai de dois filhos.

A reportagem é de John Travis, publicada no sítio National Catholic Reporter, 04-01-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O Vaticano anunciou a renúncia do bispo no dia 4 de janeiro em um comunicado de uma linha que citava a lei da Igreja sobre a resignação por doença ou outras razões graves.

O arcebispo de Los AngelesJose Gomez, anunciou a "triste e difícil" notícia em uma carta aos católicos da arquidiocese. Ele disse que Dom Zavala, que era bispo auxiliar para aRegião Pastoral de San Gabriel, havia informado no início de dezembro que era o pai de dois filhos adolescentes que vivem com sua mãe em outro Estado.

Dom Zavala contou ao arcebispo Gomez que havia apresentado a sua renúncia ao Papa Bento XVI. Desde aquela época, Dom Zavala não esteve ativo no ministério e "irá viver de forma privada", disse o arcebispo Gomez.

"A arquidiocese foi ao encontro da mãe e dos filhos para fornecer assistência espiritual, assim como financiamento para ajudar as crianças com os custos universitários. A identidade da família não é conhecida do público, e eu gostaria de respeitar o seu direito à privacidade", afirmou o arcebispo Gomez. Ele pediu orações por todos os afetados pela situação.

Zavala também atuou como bispo-presidente da Pax Christi USA, o braço nacional do grupo internacional de paz, desde 2003.

John Zokovitch, diretor de comunicações do Pax Christi USA, disse em um e-mail ao NCR que a organização soube da renúncia de Zavala na manhã desta quarta-feira, 4 de janeiro, e gostaria de "oferecer nossas orações por todos os envolvidos e todos os afetados por essa notícia durante este momento difícil".

Zokovitch também disse em um breve telefonema que, embora a notícia da renúncia de Zavala era inesperada, ela vem enquanto a organização já está se preparando para substituir o bispo como seu presidente, já que o seu terceiro mandato de três anos está por encerrar.

Aqui está o texto da carta de Dom Gomez, datada de 4 de janeiro:

Queridos irmãos e irmãs:

Eu tenho algumas informações tristes e difíceis para compartilhar com vocês. Dom Gabino Zavala, bispo auxiliar da Região Pastoral de San Gabriel, informou-me no início de dezembro que ele é o pai de dois filhos adolescentes, que vivem com a sua mãe em outro Estado.

Dom Zavala também me disse que apresentou ao Santo Padre a sua renúncia, em Roma, que foi aceita. Desde esse momento, ele não esteve ativo no ministério e irá viver de forma privada.

A arquidiocese foi ao encontro da mãe e dos filhos para fornecer assistência espiritual, assim como financiamento para ajudar as crianças com os custos universitários. A identidade da família não é conhecida do público, e eu gostaria de respeitar o seu direito à privacidade.

Rezemos por todos os afetados por essa situação e uns pelos outros enquanto refletimos sobre esta carta.

Que o Senhor Jesus, por intercessão de Maria, lhes conceda a paz.

Reverendíssimo Jose H. Gomez
Arcebispo de Los Angeles

As informações biográficas sobre Zavala no site da arquidiocese de Los Angeles dizem que Zavala é natural deGuerreroMéxico, mas cresceu em Los Angeles. Depois de frequentar o St. John's Seminary, foi ordenado padre em 1977 pelo cardeal Timothy Manning e foi designado para a Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em East Los Angeles.

Obteve uma graduação em direito canônico pela Universidade Católica dos EUA, trabalhou no tribunal eclesiástico e foi nomeado reitor do St. John's Seminary em 1992.

Dois anos depois, o cardeal Roger Mahony ordenou-o bispo auxiliar para a região de San Gabriel.

 

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/505402-bispo-renuncia-apos-divulgacao-de-ser-pai-de-dois-filhos


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publicado por Riacho, em 01.03.11 às 22:27link do post | favorito
 
1/3/2011

Durante décadas, na batalha travada entre forças conservadoras e ativistas pelos direitos dos homossexuais, houve um polêmico assunto que centrou uma quantidade ingente de debates e discussões. Afinal, uma criança é afetada pelo fato de seus pais serem homossexuais? Devido ao fato de que até o final dos anos 1980 não se afiançou um movimento de visibilidade gay, não havia forma empírica de averiguá-lo. Agora, os filhos de pais e mães homossexuais começaram a falar. Nos Estados Unidos, criaram um movimento de defesa de seus pais. Garantem que nada os distingue de seus companheiros de sala de aula e amigos. E pedem plenos direitos para seus progenitores.

A reportagem é de David Alandete e está publicada no jornal El País, 28-02-2011. A tradução é do Cepat.

Zach Wahls, de 19 anos, é um deles. O Tribunal Supremo de seu Estado, Iowa, aprovou o matrimônio gay em 2009. Suas duas mães se casaram. Em fevereiro, os republicanos levaram ao parlamento estatal uma norma que legalizaria apenas as uniões heterossexuais. Zach apelou ao debate público. “Nos meus 19 anos de vida jamais me encontrei com uma pessoa que tenha sido capaz de imaginar por si mesma que eu fui criado por um casal homossexual. Por quê? Porque a orientação sexual dos pais não tem nenhum efeito sobre o caráter de uma pessoa”, disse. “Se eu fosse seu filho, creio que lhe daria motivos de sobra para estar orgulhoso de mim. É certo que não sou tão diferente dos seus filhos”. O vídeo de seu discurso já teve 1,6 milhão de acessos no YouTube.

“É irônico que queiram tirar direitos de outros cidadãos sem saber de que estão falando, sem conhecer as pessoas que atacam”, explica agora Wahls. “Este tipo de visibilidade é muito importante, porque lhes mostramos que somos pessoas como elas, como seus amigos e vizinhos, que não prejudicamos ninguém”. Zach é um jovem brilhante. Estuda engenharia. Já tem seu próprio negócio. Cuida de uma de suas mães, que em 2000 foi diagnosticada de esclerose múltipla. “Os detratores das uniões gays usam sempre todos estes argumentos do quanto a homossexualidade pode afetar os filhos, dos males que vão sofrer. Nós somos a prova de que não é assim”, afirma.

O certo é que as organizações conservadoras usam a falta de estudos sobre os efeitos do matrimônio gay nos filhos para traçar um panorama aterrador. O poderoso lobby de Washington Family Research Council publicou recentemente um relatório no qual dizia que “as crianças criadas em famílias com um pai e uma mãe são mais felizes, saudáveis e mais bem sucedidas que as crianças que foram criadas em ambientes não tradicionais”. Acusava também os casais homossexuais de serem cronicamente promíscuos. O estudo citava uma pesquisa de 1984 no qual, de 156 casais gays, apenas sete eram totalmente fiéis.

O panorama que retratam é desolador: as relações homossexuais são violentas, as lésbicas abusam do álcool, a esperança de vida entre gays é menor que a dos heterossexuais. Tudo isto, asseguram pode prejudicar os filhos que criarem, provocando sérios problemas de ajuste na sociedade. “Há um maior número de provas de que as crianças criadas em lares com pais homossexuais têm mais probabilidade de experimentar sexualmente e cometer atos homossexuais”, acrescenta o documento.

É provável que, caso se recitasse esta lista de males a Chelsea Montgomery-Duban, esta risse. Chelsea é uma alegre jovem de 17 anos que adora os seus dois pais, que estiveram juntos 29 anos. “Me falam de compromisso?”, pergunta. “Meus pais estiveram juntos muito mais anos que os da maioria de meus amigos! Com o atual alto índice de divórcio entre casais heterossexuais! Eu me considero igual a eles, não há nada que nos diferencia, com a exceção de que eu me considero mais tolerante que algumas pessoas da minha idade, aceito mais a diferença”, conta. Tal é a naturalidade com que Chelsea fala destas coisas, que em outubro o maior lobby gay dos Estados Unidos, o Human Rights Compaign, a escolheu para compartilhar o cenário com estrelas como Ricky Martin, Bette Midler ou Pink para pedir mais direitos para os gays.

Na semana passada, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou que deixaria de defender nos tribunais a constitucionalidade de uma lei federal de 1996 que define o matrimônio como a união de um homem e de uma mulher. Foi uma decisão pessoal do presidente Barack Obama que não suscitou respostas iradas por parte dos conservadores. Muitos deles, como o ex-vice-presidente Dick Cheney ou a ex-primeira dama Laura Bush, se manifestaram, de fato, a favor do matrimônio gay. Sem dúvida, o trabalho de visibilidade de jovens como Chelsea teve muito a ver com isso. Ela e sua família são um poderoso argumento. “Muitas vezes conhecemos pessoas que não sabem que tenho dois pais. Pensam que somos amigos. Veem como nos damos bem, o quanto somos felizes. E quando se dão conta de que somos uma família, entendem. Não somos tão diferentes. Então eu lhes digo: ‘Já é tarde, já estás convencido’”.

Para ler mais:

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=41013


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publicado por Riacho, em 18.10.10 às 23:36link do post | favorito

Publicamos hoje uma carta do Pe. Luís Corrêa Lima, S.J, que esteve recentemente entre nós e que desmistifica muitas ideias pré-concebidas sobre a condição homossexual numa perspectiva de um padre católico jesuíta.

 

Carta aos pais dos homossexuais¹

Prezados pais,

Os seus filhos são um presente de Deus criador a vocês e à humanidade, assim como a vida de todo ser humano. E vocês são para eles um instrumento da Providência divina para tenham vida, afeto, educação e valores.

Nós chamamos a Deus de ‘Pai’, conforme a nossa tradição judaico-cristã. Usamos a nossa linguagem e experiência humanas para nos dirigirmos a alguém que ultrapassa os limites do mundo e da nossa vivência. Também reconhecemos nele os traços da ternura materna. A experiência do amor incondicional, que os pais proporcionam, é fundamental para o despertar da fé e para uma sadia relação com Deus.

Ter filhos homossexuais lhes remete à complexa realidade da diversidade sexual. Ao longo da história e em diferentes culturas, esta questão foi tratada de vários modos.

A nossa tradição de séculos longínquos e recentes já considerou a relação entre pessoas do mesmo sexo uma abominação e uma séria doença, impondo um pesado fardo a gays e lésbicas. No entanto, há mudanças que não podem ser negligenciadas, como a evolução dos direitos humanos, a superação da leitura da Bíblia ao pé da letra e, nos anos 1990, a supressão da homossexualidade da lista de doenças da Organização Mundial de Saúde. Trata-se de uma condição, e não de opção, que alguns carregam por toda a vida.

A sociedade e as famílias estão por aprender uma nova maneira de lidar com a homoafetividade; a Igreja Católica, que é parte da sociedade, também. Ao se falar da Igreja, freqüentemente se pensa em proibições e condenações. Este não é um ponto de partida adequado.

A Igreja ensina que ninguém é um mero homo ou heterossexual, mas antes de tudo um ser humano, criatura de Deus e, pela graça divina, filho Seu e destinado à vida eterna. E acrescenta que os homossexuais devem ser tratados com respeito e delicadeza. Deve-se evitar para com eles toda forma de discriminação injusta.

No nível local, há mudanças importantes acontecendo na Igreja. Em 1997, os bispos católicos norte-americanos escreveram uma bela carta pastoral aos pais dos homossexuais. O título é: Always our children (Sempre Nossos Filhos). Segundo eles, Deus não ama menos uma pessoa por ela ser gay ou lésbica. A Aids não é castigo divino. Deus é muito mais poderoso, mais compassivo e, se for preciso, mais capaz de perdoar do que qualquer pessoa neste mundo. Os bispos exortam os pais a amarem a si mesmos e a não se culparem pela orientação sexual dos filhos, nem por suas escolhas. Os pais de homossexuais não são obrigados a encaminhar seus filhos a terapias de reversão para torná-los heteros. Os pais são encorajados, sim, a lhes demonstrar amor incondicional. E dependendo da situação dos filhos, observam os bispos, o apoio da família é ainda mais necessário.

Prezados pais, os seus filhos serão sempre seus filhos. Vocês não fracassaram e nem erraram por causa da orientação sexual deles. O estigma de infâmia e de doença ligado à homossexualidade precisa ser vencido. A aceitação da condição de seus filhos torna a vida de ambos muito melhor e mais feliz. Esta tarefa não é fácil, mas também não é impossível. A prova disso é o depoimento de tantos pais que já conseguiram, ainda que tenham levado alguns anos.

A confiança no bom Deus, fonte de todo o bem e do amor incondicional, há de tornar este caminho mais suave e exitoso.

Cordialmente,

Pe. Luís Corrêa Lima, S.J.

 

¹ Enviada ao Grupo de Pais de Homossexuais (www.gph.org.br), em 3/8/2007.

 

Fonte: http://www.diversidadecatolica.com.br/ponto_vista_detalhes.php?id=6




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publicado por Riacho, em 09.10.10 às 12:01link do post | favorito

No filme Patrik 1.5, Göran (Gustaf Skarsgård) é um médico e tem o sonho de ser pai. O seu companheiro Sven (Torkel Petersson), pouco sensível, e alcoólatra no passado, teve um casamento heterossexual e tem uma filha adolescente. É este é o casal que se candidata a adoptar uma criança numa pequena e conservadora cidade sueca.

Apesar das dificuldades em conseguir a autorização para a adopção, eles não desistem. Quando recebem uma notificação a dizer que foram aprovados para adoptar uma criança, começam a decorar o quarto do fiho com muito cuidado. Berço, carrinho e tudo o que um bebé de um ano e meio precisa.

Porém, por um erro de digitação da Segurança Social, que colocou uma vírgula fora do sítio, o filho deles é Patrik (Thomas Ljungman), um adolescente de 15 anos, homofóbico, órfão e com um passado criminal. A convivência é hostil no princípio, mas, aos poucos, Patrik começa a aproximar-se dos seus pais adoptivos com os seus dotes de jardinagem.

 

Para mais informações sobre o filme clica aqui: http://www.megaupload.com/?d=1KS8Q0LF

 


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