Olá
Quando menos se espera surgem sinais não de fraqueza mas da força que brota de um coração humilde.
Abraço
Carlos
12/3/2009 | |
Em rara admissão de erro, Papa explica perdão a bispo polêmico | |
O Papa Bento XVI escreveu uma rara carta pessoal a bispos de todo o mundo explicando por que revogou a excomunhão do bispo Richard Williamson, que nega o Holocausto, e admitindo erros na forma como o Vaticano conduziu o caso. A notíica é do jornal O Globo, 12-03-2009. A notícia é destaque em vários jornais do mundo como Folha de S. Paulo, La Repubblica, Clarín, 12-03-2009. O Papa também disse ter sofrido com as críticas recebidas de católicos e prometeu prestar mais atenção em como as informações se espalham pela internet, admitindo que o Vaticano poderia ter previsto a crise caso usasse mais a rede. Bento XVI também alertou que a Igreja Católica poderia “se destruir com brigas internas”. É extremamente raro na História da Igreja que um Papa explique a bispos suas ações a posteriori e admita erros. A carta, que o Vaticano divulga hoje, é uma tentativa de atenuar a crise criada pela readmissão de Williamson na Igreja, dias depois de ele ter dado uma entrevista em que dizia não acreditar que judeus tenham morrido em câmaras de gás e que, no máximo, 300 mil morreram, e não 6 milhões. O Vaticano disse que não sabia da posição do bispo sobre o Holocausto quando o readmitiu junto com três outros bispos. Mas críticos disseram que bastaria uma simples busca na internet para conhecer suas decisões. Um vídeo postado no YouTube com a entrevista do bispo circulou na rede nos dias que precederam sua readmissão na Igreja, no fim de janeiro. Ressentimento com críticas dentro da própria Igreja A decisão foi condenada por sobreviventes do Holocausto, por alguns católicos, pelo Rabinato de Israel e pela chanceler federal alemã, Angela Merkel. Passagens da carta foram postadas ontem no blog de um experiente repórter especializado no Vaticano, Andrea Tornielli. Segundo o texto, o Pontífice considerou a revogação da excomunhão um “ato modesto de piedade” em relação aos bispos, cujas ordenações eram “válidas mas ilícitas”. “E no entanto”, escreveu o repórter reproduzindo a carta, “de repente pareceu algo completamente diferente: a negação da reconciliação entre cristãos e judeus”. “Até católicos, que deveriam ser capazes de ter entender melhor as coisas (pareciam envenenados) com uma hostilidade e prontos para o ataque”. Williamson é um dos quatro religiosos que foram ordenados bispos em 1988 por Marcel Lefebvre, líder da FSSPX, um grupo ultraconservador que não aceita diversas das mudanças do Concílio Vaticano II que modernizaram a Igreja nos anos 1960. Os bispos foram excomungados por João Paulo II e, em janeiro, perdoados por Bento XVI. O Vaticano disse que o Papa não teceria comentários antes da divulgação formal da carta. Em maio, Bento XVI fará sua primeira visita a Israel como Pontífice. Segundo o jornal La Repubblica, 12-03-2009, na carta o Papa lamenta que tudo aconteceu por “um erro de comunicação” e anuncia que a comissão Ecclesia Dei, presidida pelo cardeal colombiano Dario Castrillón, responsável pela relação com os lefebvrianos, será submetida à Congregação para a Doutrina da Fé e aos dicastérios da Liturgia e do Clero. Uma decisão, segundo o jornal, que soa como uma reprimenda e retirada de cena da Ecclesia Dei, ainda que o secretário desse organismo, o bispo Camille Perl, tenha classificado isso “de especulações jornalísticas gratuitas e excessivas sem terem lido a carta oficial do Santo Padre que será distribuída hoje”. Mas na carta o Papa parece criticar propriamente a Ecclesia Dei porque repreende os que, antes da revogação da excomunhão, poderiam facilmente ter detectado pela internet as teses negacionistas de Williamson. Daí o desabafo do Papa: a crise que emergiu com a revogação da excomunhão foi “algo desagradável e imprevisível para mim”. |
in: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=20612