ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 15.07.09 às 00:00link do post | favorito

Aos poucos ser gay vai-se tornando uma rotina e uma "normalidade". A sociedade vai percebendo que só se teme o que se desconhece. Passando a conhecer, passa-se a compreender e a não temer. A diversidade é salutar e ajuda-nos a realizarmo-nos como pessoas e como membros da família humana. Quem quer ir jogar râguebi?

 

A curiosa notícia é da Time Out:

"Bruno Horta conversa com o treinador de uma equipa desportiva onde os homossexuais têm protagonismo.


Filipe tem 32 anos e jogou râguebi numa equipa amadora quando era estudante universitário. Agora está a preparar uma equipa própria, da qual será o treinador. Lançou um site (www.bjwhfrugby.org ). Criou perfis nas redes sociais Facebook e Manhunt (ambos com o nome bjwhfrugby). E quer começar os treinos já em Setembro num dos relvados públicos de Lisboa. A equipa será masculina e gay. É a primeira do género em Portugal em qualquer modalidade.

Já há 45 potenciais interessados, segundo garante Filipe (que não quer dar a cara por considerar que isso o pode prejudicar no trabalho). A ideia tem anos e nunca se tinha concretizado por falta de motivação dos destinatários. “As pessoas acham que os projectos que envolvem homossexuais só podem ser uma de três coisas: panfletários e políticos, relacionados com diversão nocturna ou com sexo”, explica. “Neste caso, não é nada disso. A nossa equipa reponde aos gays ou bissexuais que se sentem discriminados nas outras equipas, mas é um projecto lúdico e desportivo, não sexual, embora seja para pessoas que convivem bem com o seu corpo e a sua sexualidade”. Nome da equipa: BJWHF, isto é, Boys Just Wanna Have Fun (decalcado do título da famosa canção Girls Just Want to Have Fun, cantada por Cindy Lauper nos anos 80).

Antes de avançarmos, é preciso dizer que o râguebi é tido como um desporto muito másculo e ao mesmo tempo homoerótico, principlamente devido ao contacto físico permanente entre os jogadores. O Urban Dictionary, um dicionário na internet construído pelos utilizadores, descreve-o assim: “Desporto de homens gay, que têm de jogar uns com os outros, andar atrás uns dos outros, agarrar-se uns aos outros, assumir posições estranhas, usar calções apertados e curtos e correr atrás de bolas que nem sequer são redondas”.

A melhor prova desse homoerotismo está na iniciativa Dieux du Stade, um calendário onde aparecem nus (com a bola colocada em sítios estratégicos) os jogadores do Stade Français, equipa parisiense da primeira divisão de râguebi. É uma espécie de calendário Pirelli, mas com homens, e que, não sendo um projecto gay, tem milhões de fãs homossexuais. Além disso, acrescenta Filipe, o râguebi está envolto naquela aura erótica das fardas, uniformes e equipamentos, muito cara a muitos homossexuais.

Disto isto, percebe-se que a equipa pode interessar aos gays lisboetas. O que, sendo bom para os objectivos de Filipe, também pode afastar muitos homens que tenham receio de tornar pública a sua orientação sexual. Entrar na equipa implica, obviamente, essa assumpção. “Não asseguramos o resguardo total, mas vamos impor barreiras”, diz o responsável pela BJWHF. “Nunca divulgaremos publicamente o local dos treinos, não vamos participar em competições portuguesas e vamos controlar a presença de elementos externos durante os treinos”.

Não se pense que a ideia é nova. EUA, Reino Unido, França, Dinamarca, Holanda e Austrália há muito que têm equipas gay de râguebi. Há dois campeonatos: a Bingham Cup (internacional) e a Union Cup (europeia). E dois organismos reguladores: IGRAB (internacional) e EUGRA (europeu, ainda em formação).

São estes exemplos que Filipe utiliza para defender que não a BJWHF não é um gueto gay. “Não somos uma equipa escondida, mas discreta”, remata. De resto, qualquer ‘hetero’ pode juntar-se-lhes. “Estamos abertos a isso, mas sabemos que nunca vai acontecer, por preconceito dos homens ‘hetero’”, diz Filipe.

Quem achar que não tem corpo para isto, está enganado. Há mais vida para além dos matulões que é costume aparecerem na televisão. Esses são os profissionais da coisa. “Estamos todos em pé de igualdade, mesmo que uns tenham mais experiência ou físico robusto”, esclarece o treinador.

Última coisa, para os que querem mesmo participar: têm de levar o próprio equipamento e no início não vão ter balneários. Porque o espaço onde treinam é público e porque assim se impede a presença de pessoas com outros objectivos que não os desportivos.

terça-feira, 14 de Julho de 2009"

in: http://timeout.sapo.pt/news.asp?id_news=3899

 

 


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