ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 08.11.09 às 16:06link do post | favorito

Ainda a propósito do livro com este título da autoria do padre católico Daniel Helminiak (Edições GLS, S. Paulo, Brasil) que refere entre outros que Jesus ter-se-á deparado com um relacionamento homossexual durante o seu ministério (Mt 8, 5-13 e Lucas 7, 1-10), o que para mim é uma novidade, tendo ressaltado a fé do centurião e tendo-lhe devolvido o seu companheiro em boa saúde, gostaria de partilhar o resumo e conclusão da obra:

 

"(...) O pecado de Sodoma foi o da falta de hospitalidade, e não o da homossexualidade. Judas condenou o sexo com os anjos, mas não o sexo entre dois homens. Não há um único texto da bíblia que faça uma referência clara ao sexo entre lésbicas. E a partir dos ensinamentos positivos da bíblia sobre a heterossexualidade não se segue nenhuma conclusão válida acerca da homossexualidade. Há apenas cinco textos que com certeza fazem referência ao sexo entre homens: Levítico 18, 22 e 20, 13, Romanos I, 27, I Coríntios 6,9 e I Timóteo 1, 10. Todos estes textos tratam de temas outros que não a própria actividade homogenital, e os cinco se resumem a apenas três diferentes questões.

Primeiro, o Levítico proíbe a homogenitalidade como uma traição à identidade judaica, pois supostamente o sexo entre homens era uma prática canaanita. A questão tratada pelo Levítico com relação ao sexo entre homens era a da impureza, uma ofensa contra a religião judaica e não uma violação da natureza intrínseca do sexo.

Segundo, a Epístola aos Romanos pressupõe o ensinamento das leis judaicas no Levítico, e em Romanos o sexo entre homens é mencionado como um exemplo de impureza. Entretanto, a sua inclusão em Romanos tem a finalidade precisa de demonstrar que as questões de pureza não tinham importância em Cristo.

Finalmente, através do obscuro termo arsenokoitai, I Coríntios e I Timóteo condenam os abusos associados à atividade homogenital no século I: exploração e libertinagem.

Portanto, a Bíblia não assume diretamente nenhuma  posição definida sobre a moralidade dos actos homogenitais enquanto tais, e nem sobre a moralidade dos relacionamentos de gays e lésbicas. De facto, o mais extenso tratamento que a Bíblia concede ao assunto - em Romanos - sugere que em si os actos homogenitais não têm qualquer significado ético. Entretanto, compreendidos em seu contexto histórico, os ensinamentos  de I Coríntios e I Timóteo deixam claro o seguinte: as formas abusivas de sexo entre homossexuais e entre heteossexuais devem ser evitadas.

Embora a Bíblia não faça qualquer condenação generalizada dos actos homogenitais e muito menos da homossexualidade, isso não significa que, para as lésbicas e para os gays, tudo seja válido. Se eles se utilizarem da Bíblia para encontrar orientação e inspiração, as lésbicas e os gays seguramente serão guiados pelos ensinamentos morais da tradição judaico-cristã a: ser uma pessoa de fé, reverenciar a Deus, respeitar os outros, ser delicado e gentil, ter compaixão e saber perdoar, ser honesto e justo. Trabalhar pela harmonia e pela paz. Erguer a voz em defesa da verdade. Dar de si mesmo a tudo o que é bom, e evitar tudo aquilo que se sabe ser ruim. Fazer isso é seguir o caminho de Deus. Fazer isso é amar a Deus de todo o coração e alma. Fazer isso é ser um verdadeiro discípulo de Jesus.

Ao viver conforme a Bíblia, os gays e as lésbicas se submeterão a estes severos mandamentos morais, mandamentos esses que também se aplicam ao sexo e às relações íntimas.

Isto é tudo o que pode ser dito honestamente acerca dos ensinamentos bíblicos sobre a homossexualidade. Se as pessoas ainda quiserem saber com certeza se o sexo entre gays ou lésbicas em si é bom ou ruim, se os actos homogenitais enquanto tais são certos ou errados, eles terão de procurar a resposta em algum outro lugar. Sim, porque o simples facto é que a Bíblia nunca aborda essa questão. E mais: a Bíblia parece deliberadamente não estar preocupada com este assunto"

 

Esta conclusão está fabulosa. Mais uma vez, este é um livro imprescíndivel para ter lá em casa, diria mesmo obrigatório.

 

Abraço

 

Carlos  


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