ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 08.02.11 às 20:01link do post | favorito
8/2/2011
 
Os bispos alemães avaliam o manifesto dos teólogos como positivo
 

A Conferência Episcopal Alemã considera que o manifesto crítico à Igreja católica, subscrito por um grupo de professores de Teologia, é uma contribuição para a discussão sobre o futuro da fé e da Igreja neste país e reagiu positivamente a essa iniciativa.

A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 04-02-2011. A tradução é do Cepat.

Cento e quarenta e quatro professores de Teologia católica da Alemanha, Áustria e Suíça subscreveram um manifesto no qual exigem profundas reformas da Igreja católica, que incluem, entre outras, o fim do celibato, o sacerdócio feminino e a participação popular na escolha de bispos.

Um comunicado tornado público na sexta-feira passada, dia 4, pelo secretário da Conferência, Peter Hans Langendördf, destaca que o memorando resume em princípio ideias frequentemente discutidas e “não representa mais que um primeiro passo” no debate aberto neste país após os escândalos de pederastia no interior da Igreja no ano passado.

Uma série de questões do memorando dos teólogos “se encontra em tensão” com as convicções teológicas e os princípios eclesiásticos de elevado compromisso, reconhece Langendördf.

“Os diferentes temas necessitam de um urgente esclarecimento”, assinala o porta-voz da Conferência Episcopal, que destaca que falta mais que uma aproximação dos bispos para enfrentar os difíceis desafios da Igreja.

Os erros e fracassos do passado devem ser tratados e reconhecidos, assim como os déficits e exigências de reformas da atualidade, admite Langendördf, que reconhece que “não se pode evitar os temas conflitivos” e anuncia que a Conferência Episcopal fará suas propostas durante a sua próxima reunião plenária.

Para ler mais:

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=40452


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publicado por Riacho, em 07.02.11 às 20:28link do post | favorito
7/2/2011
 
 
Um terço dos teólogos de língua alemã exige o fim do celibato, o sacerdócio da mulher e apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
 

Revolução na pátria de Ratzinger. Um terço dos teólogos católicos de fala alemã residentes na Alemanha, Suíça e Áustria (144 professores de Teologia católica), subscreveu um manifesto em que exigem profundas reformas da Igreja católica, que incluam, entre outras, o fim do celibato, o sacerdócio feminino e a participação popular na escolha de bispos.

A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 04-02-2011. A tradução é do Cepat.

Os assinantes representam mais de um terço dos 400 teólogos da região de fala alemã, segundo revela o jornal Süddeutsche Zeitung, em que se afirma que seu número seria maior se muitos não tivessem negado sua rubrica por medo de represálias.

A iniciativa representa, além disso, o mais importante levantamento contra a cúpula da Igreja católica nos últimos 22 anos, quando 220 teólogos subscreveram, em 1989, a chamada Declaração de Colônia, crítica com o governo da Igreja exercido por João Paulo II.

A professora de Teologia de Münster Judith Könemann, uma das oito pessoas que redigiram o manifesto, reconhece que teriam se contentado com 50 assinaturas, mas destaca que o amplo eco demonstra que “tocaram um nervo”, em declarações ao citado jornal.

Entre os que assinam o documento destacam-se prestigiosos professores eméritos como Peter Hünermann e Dietmar Mieth, velhos lutadores pelas reformas como Heinrich Missalla e Friedhelm Hengsbach, progressistas como Otto Hermann Pesch ou Hille Haker, mas também conservadores como Eberhard Schockenhoff.

Redigido com os escândalos de pederastia no interior da Igreja católica como transfundo, o texto é prudente e louva também o chamamento dos bispos a um diálogo aberto.

Após explicar que se veem “na responsabilidade de dar uma contribuição a um novo começo real”, a tese central do memorando destaca que a Igreja católica só “pode anunciar o libertador e amante Deus Jesus Cristo”, quando ela mesma “for um lugar e um testemunho crível da mensagem de libertação do Evangelho”.

Deve reconhecer e fomentar “a liberdade do homem como criatura de Deus”, respeitar a consciência livre, defender o direito e a justiça e criticar as manifestações que “depreciam a dignidade humana”.

Suas exigências, que prudentemente qualificam de “desafios”, incluem “maiores estruturas sinodais em todos os níveis da Igreja” e a participação dos fiéis na escolha de seus bispos e párocos.

O manifesto destaca que a Igreja católica necessita “também de sacerdotes casados e mulheres no ofício eclesiástico”, assinala que a falta de sacerdotes força a exigência de paróquias cada vez maiores e lamenta que os sacerdotes sejam “queimados” diante destas circunstâncias.

Destaca igualmente que “a defesa legal e a cultura do direito” na Igreja devem “melhorar urgentemente” e comenta que a elevada valorização do matrimônio e do celibato supõe “excluir pessoas que vivem o amor, a fidelidade e a preocupação mútua” em uma relação estável de casal do mesmo sexo ou como divorciados casados em segundas núpcias.

O manifesto critica, além disso, o “rigorismo” da Igreja católica e destaca que não se pode pregar a reconciliação com Deus sem criar as condições para uma reconciliação com aqueles “diante dos quais é culpada: por violência, por negar o direito, por converter a mensagem bíblica de liberdade em uma moral rigorosa sem misericórdia”.

“À tempestade do ano passado (em referência aos escândalos de pederastia) não pode seguir tranquilidade nenhuma”, afirma o texto, que considera que “nas circunstâncias atuais só pode ser a tranquilidade da sepultura”.

E depois de exigir diálogo e comentar que o medo não é bom conselheiro, recorda que os cristãos foram “chamados pelo Evangelho a olhar com valor para o futuro e como o chamamento de Jesus a Pedro para caminhar sobre as águas: ‘por que estais com medo? Vossa fé é tão pequena?’”.

Para ler mais:

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=40422


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publicado por Riacho, em 14.04.10 às 11:25link do post | favorito

por ANA BELA FERREIRA

Movimentos católicos pedem fim do celibato

O número dois do Vaticano relacionou a pedofilia com a homossexualidade, excluindo o celibato. Homossexuais católicos acreditam que pedófilos se escondem no celibato.

O grupo de homossexuais católicos Novos Rumos e o Movimento Nós Somos Igreja pedem o fim do celibato dos padres. O pedido surge em resposta às polémicas declarações do número dois do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, que relacionou a pedofilia com a homossexualidade, excluindo a influência do celibato.

O grupo Novos Rumos considera que nem o celibato nem a homossexualidade estão ligadas à pedofilia, no entanto, acreditam que o fim do celibato impede que os abusadores se escondam. "A hierarquia prestaria um grande serviço à Igreja se olhasse para a questão do celibato como algo que pode impedir as pessoas menos formadas de esconder atrás do celibato as suas perversões", defende o coordenador nacional do grupo, José Leote. Em comunicado de imprensa o grupo escreve que "talvez pondo fim ao celibato, a Igreja deixasse de ser o santuário para todos aqueles que se escondem dos seus demónios interiores ou mentes doentias".

Também o Movimento Nós Somos Igreja defende que está na hora da Igreja pôr fim à proibição dos padres casarem. "O celibato deve acabar porque não é essencial para o desempenho das funções de padre", refere Alfreda Ferreira da Fonseca.

A professora de filosofia acrescenta que as denúncias de pedofilia no seio da Igreja Católica podem servir para a instituição "resolver as questões da sexualidade, que devem ser pensadas não com critérios medievais, mas com critérios contemporâneos".

Na Igreja portuguesa, ninguém comenta as afirmações do secretário de Estado do Vaticano. Mas hoje a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que decorre em Fátima, irá divulgar oficialmente a sua posição. A polémica reacendeu-se por o cardeal Bertone ter dito: "Demonstraram muitos sociólogos, muitos psiquiatras, que não há uma relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros demonstraram, e disseram-mo recentemente, que há uma relação entre homossexualidade e pedofilia". Um argumento criticado por psiquiatras. "Não faz sentido cientificamente e é intelectualmente desonesto", aponta Júlio Machado Vaz, que elogia a postura da Igreja portuguesa nesta matéria. Já o presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria, António Palha, diz que "não vale a pena dar importância" a estas declarações.

 


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publicado por Riacho, em 28.09.09 às 21:17link do post | favorito

Olá

 

O festival de cinema gay e lésbico de Lisboa acabou mas as sugestões de cinema continuam. Desta vez sugerimos um filme já com 15 anos mas talvez ainda desconhecido de muitos: O Padre. O Padre Greg (Linus Roache) é enviado para trabalhar  numa paróquia em Liverpool. Ele fica surpreendido ao ver que o seu novo superior, padre Metthew (Tom Wilkinson), não cumpre o celibato, mantendo um relacionamento com uma mulher. Este é apenas o primeiro factor que fará com que Greg entre em conflito e questione algumas regras da igreja. Um segundo factor é a descoberta da própria homossexualidade, quando se apaixona por um rapaz (Robert Carlyle). Mas o que mais o tortura é quando uma menina de 14 anos lhe conta que sofre abusos por parte do pai, mas Greg está de mãos atadas pelo sigilo da confissão. Dividido entre a sua vocação e a sua sexualidade, entre as regras da igreja e os problemas que testemunha, Greg teme que a sua fé seja seriamente abalada. Aqui fica a trailer do filme:

 

 

Para mais informações clica aqui: http://gayload.blogspot.com/search?q=o+padre

 

Abraço

 


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publicado por Riacho, em 28.06.09 às 17:27link do post | favorito

Como irá o papa decidir sobre este caso? Esperemos que seja um decisão iluminada pelo Espírito Santo...

 

28/6/2009
 
Papa estuda a remoção de bispo uruguaio por manter relações sexuais
 

Papa Bento XVI decidirá a possível remoção do bispo uruguaio Francisco Barbosa, após saber que ele pode ter mantido relações homossexuais nas quais estariam envolvidos dois homens com antecedentes penais, indicou hoje uma porta-voz daConferência Episcopal Uruguaia.

A reportagem é do sítio Religión Digital, 26-06-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O caso de Barbosa, bispo deMinas (capital do Departamento de Lavalleja, a 120km deMontevidéu), está neste momento nas mão do Papa, de quem se espera um pronunciamento "iminente" sobre essa situação, assegurou o porta-voz à agência EFE

Segundo o jornal uruguaio El Observador, os cinco sacerdotes que integram o conselho presbiteriano da Diocese de Minas foram os que pediram a renúncia de Barbosa, depois que ele denunciou um caso de extorsão que revelou as supostas relações homossexuais que ele havia mantido.

Nessas relações, aparecem envolvidos dois homens com antecedentes penais – um deles, preso por ter roubado o cartão de crédito do bispo meses atrás – que supostamente ameaçaram o prelado com fotografias, e aos quais se imputou um crime de extorsão na raiz da investigação, explicou o jornal.

A investigação policial revelou a suposta violação do celibato por parte de Barbosa, uma conduta que é reprovada pelo Direito Canônico e que pode chegar a se converter em um "delito processável" na jurisdição eclesiástica, disse o vigário judicial do Arcebispado de Montevidéu, Pe. Juan Silveira.

Silveira explicou que, para que esse pecado "se configure em delito", é necessária uma série de requisitos, como relações sexuais que sejam mantidas com um menor de idade, que ocorram sob ameaças ou "acarretem uma situação de escândalo público".

No caso de Barbosa, "há um conhecimento público que agrava a situação", pelo qual "ela está no marco dos delitos processáveis", afirmou o sacerdote.

Além disso, indicou que, "na matéria do pecado" e "também na consideração do delito, os atos contra a natureza (afirmou em referência à homossexualidade) são mais graves, porque o escândalo se agrava". "Corrompe-se o bem comum. O corpo inteiro, a comunidade, está afetada por isso", afirmou.

Ele indicou que, ao ostentar a condição de bispos, os tribunais eclesiásticos do Uruguai não têm competência para julgar o caso.

"O assunto está no foro da Santa Sé", reforçou Silveira, o que significa que o Papa Bento XVI é o único que pode decidir sobre seu futuro.

Se o Papa decidir a remoção de Barbosa, será a primeira vez na história da Igreja uruguaia que um bispo tem que renunciar a seu cargo por fatos relacionados com sua vida privada, indicou a porta-voz da Conferência Episcopal Uruguaia.

Segundo essa porta-voz, é "muito possível" que, nas próximas horas, Barbosa se comunique com sua comunidade de fiéis por meio de um escrito que repassaria a seus sacerdotes "em ordem de aceitar sua renúncia".

 

in: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=23463

 


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publicado por Riacho, em 02.06.09 às 19:43link do post | favorito

2/6/2009
 
Celibato, sexualidade e amor
 

Juan Masiá, jesuíta e professor de Bioética na Universidade São Tomás de Osaka(Japão), em artigo para o jornal El País, 31-05-2009, analisa a questão de celibato e o sacerdócio. Segundo ele, viver sem relação sexual pode ter sentido, mas viver sem amar desumaniza. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

O celibato do padre origina abusos? Casamento e ministério são compatíveis? Renunciar ao sexo é inumano? Perguntas desafiantes pedem respostas audazes. Arrisquemo-nos a moldar em aforismos esse tema delicado.

1. Celibato não se opõe a casamento. Ambos contrastam com solteirices ou emparelhamentos insignificantes. A opção religiosa célibe pode ser minoritária; nem por isso elitista, nem melhor do que o casamento, nem monopoliza a dedicação apostólica ou o seguimento radical de Jesus.

2. Sexualidade é mais do que genitalidade, e amor é mais do que sexualidade. A espécie humana, ao amar, se diferencia por escolher na encruzilhada: ajudar-se a crescer pessoalmente ou a se destruir mutuamente.

3. Precisamos redescobrir a ternura, além da permissividade e do moralismo. Um beijo amoroso pode fundir duas pessoas mais intimamente do que um coito sem ternura. A psicologia social critica a obsessão an-orgasmo-fóbica, isto é, o medo a não se alcançar o orgasmo utópico prometido pela literatura excitante.

4. O assédio sexual do clero é abuso de poder e injustiça, não mero descumprimento de voto ou lastro de formação de seminário: crises de puberdade reprimidas explodem com atraso na forma de abusos e desvios na integração sexual. Reconhecidas sem se ocultar, será preciso cortá-las e repará-las.

5. Em vez de ética sexual proibitiva, uma ética construtiva das relações, centrada no respeito e na ajuda ao crescimento mútuo, pode valer para os casais heterossexuais ou homossexuais; para relações interpessoais em comunidades célibes; ou para relações de amizade entre pessoas com diversas opções de vida.

6. Compatível a vida em casal com o ministério, a ordenação poderia ser conferida a pessoas casadas, solteiras ou viúvas de ambos os sexos, com aptidão para animar, servir e unir as comunidades. A orientação sexual também não seria obstáculo para o celibato opcional. Homossexual, heterossexual ou assexual, o decisivo é a aptidão da pessoa.

7. Vários desenlaces são possíveis, se uma paixão incidir na opção celibatária: a)mudança de rumo de vida; b) repressão, mas com semeadura de expectativas daninhas;c) funambulismo por causa da corda bamba da vida dupla; c) na defensiva, a pessoa se incapacita para amar e, portanto, para o ministério; e) re-escolher a opção, com gratidão e dor, assumindo os limites e prosseguindo na aprendizagem de amar mais e melhor.

O celibato não nega o amor, mas acarreta três renúncias: à exclusividade de uma relação íntima; ao exercício da sexualidade; e à procriação e à formação de uma família. Não é fácil, sem repressões nem ambigüidades, integrá-las com a aprendizagem do amor. Viver sem relação sexual pode ter sentido, mas viver sem amar desumaniza.

Para ler mais:

in: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=22781


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publicado por Riacho, em 21.05.09 às 14:59link do post | favorito

 

21/5/2009
 
 
O sexo dos clérigos
 

Qual é o sentido de reprimir as expressões da sexualidade, não apenas entre os clérigos, mas também na vida diária? O que ganha a fé católica com isso?, pergunta Tomás Eloy Martinez, escritor e jornalista, em artigo publicado no jornal El País,  20-05-2009. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Quase se perdem na memória os tempos em que a Igreja Católica enfrentou desafios tão duros quanto os dos últimos anos. O que acontece não tem a gravidade do cisma litúrgico do bispo Marcel Lefebvre, tampouco o fervor revisionista na interpretação dos Evangelhos que desembocaram na Teologia da Libertação, e sim as violações de uma obrigação que não é matéria de dogma, mas de continua perturbação: o sexo dos clérigos.

Primeiro foram os delitos de pedofilia que, em dezembro de 2002, provocaram a renúncia do cardeal de Boston, Bernard Law, de quem se suspeitou de ocultação; 450 demandas milionárias por décadas de abusos contra menores deixaram a arquidiocese à beira da falência. 

Agora, mais uma vez, como costuma acontecer, o escândalo surge quando vem à tona algo que se tentava ocultar: a descendência do ex-bispo paraguaio Fernando Lugo,agora presidente do Paraguai. O bispo de Ciudad del Este, no Alto Paraná, Paraguai,Rogelio Livieres, disse que os seus colegas sabiam sobre Lugo faz tempo. “Não sei por que se mascaram os temas da Igreja e não se ventilam. Em nossa época (...) tudo se descobre no final”, afirmou Livieres

E encontrou uma instantânea refutação oficial: "O Conselho Episcopal Permanente lamenta e rejeita as expressões do monsenhor Livieres, que dá a entender que houve encobrimento e cumplicidade dos bispos do Paraguai sobre a conduta moral do então membro do colegiado episcopal, monsenhor Fernando Lugo".

As palavras de Livieres lembram às que o argentino monsenhor Jerónimo Podestá, impulsor do Movimento Latino-americano de Sacerdotes Casados, escreveu, em 1990, ao então presidente do Episcopado Argentino, cardeal Raúl Primatesta: "Vejo com pena que, em geral, vocês tenham uma visão bastante alienada e tímida: não sabem o que pensam e sentem as pessoas no mundo de hoje. A Igreja é o Povo de Deus e vocês sabem disso, mas no fundo continuam pensando que vocês são a Igreja".

Quando era bispo de Avellaneda na província de Buenos Aires, Argentina, no final dos anos de 1960, Podestá converteu-se em um pesadelo para a ditadura do general Juan Carlos Onganía. Reunia multidões de até 1 milhão de pessoas para cerimônias religiosas que se transformavam em espontâneas manifestações políticas. Para o regime foi um alívio quando o bispo anunciou, em 1967, a decisão de se casar. 

Podestá bateu várias vezes na porta do Vaticano sem conseguir que Paulo VI lhe retirasse a suspensão a divinis. Insistia em recordar que, se Jesus optou pelo celibato, não o impôs aos seus apóstolos, entre eles havia casados e solteiros. O ex-bispo de Avellaneda dizia que o celibato é um dom, não um mandato divino, e que nada impede de sentir a vocação sacerdotal ao estar privado dessa graça. 

A maioria dos católicos ignora que os sacerdotes e os bispos não tinham proibido o casamento durante os primeiros 10 séculos de vida cristã. Além de São Pedro, outros seis papas eram casados e – o mais chamativo ainda – 11 papas foram filhos de outros papas ou de membros da Igreja. 

Em 1073, Gregório VII impôs o celibato. Um dos seus teólogos, Pedro Damián,afirmou que o casamento dos sacerdotes era herético, porque os distraia do serviço ao Senhor e contrariava o exemplo de Cristo. Se a intenção do papa era restaurar a derrocada moral do clero e purificar a igreja com exemplos de castidade, dezenas de historiadores supõem que a decisão de impor o celibato também foi um meio para evitar que os bens dos bispos e dos sacerdotes casados fossem herdados pelos seus filhos e viúvas em vez de beneficiar à Igreja. 

Qual é o sentido de reprimir as expressões da sexualidade, não apenas entre os clérigos, mas também na vida diária? O que ganha a fé católica com isso? Teme-se que o prazer distraia da oração, da relação com Deus, mas o desprezo pela mulher nos seminários e a contradição dos impulsos naturais do homem na realidade não fortalecem os vínculos entre a Igreja e o povo de Deus. Ao contrário, o celibato obrigatório costuma desanimar algumas vocações sacerdotais e provoca deserções no clero. 

Pensava-se que "a vigente lei do sagrado celibato" devia seguir "unida firmemente o ministério eclesiástico", Paulo VI, atento aos clamores da modernização do Concílio Vaticano II, analisou as objeções em uma encíclica memorável, Sacerdotalis caelibatus, de 1967. Ali se perguntou: "Não terá chegado o momento de abolir o vínculo que, na Igreja, une o sacerdócio ao celibato? Não poderia ser facultativa esta difícil observância? Não sairia favorecido o ministério sacerdotal se fosse facilitada a aproximação ecumênica?" 

Por acaso Deus não se preocupou com os deslizes do ex-bispo Lugo, porque a sua glória está além do que estabelecem os seres humanos. Mas a inflexibilidade da doutrina deixa entre os católicos a pergunta sobre o sentido e as normas criadas pela Igreja há 10 séculos, que não existiam antes e não teriam por que existir para sempre. 

Jesus pregou a humildade, o amor a Deus e aos seus semelhantes. Suas lições de vida continuam sendo claras. Às vezes, no afã por interpretá-las, os seres humanos as escurecem.

Para ler mais:

in: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=22441


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publicado por Riacho, em 26.03.09 às 20:57link do post | favorito

26/3/2009
 
Cardeal de Nova York pede o fim do celibato
 

Faltando poucos dias para se aposentar, o  cardeal e arcebispo da Arquidiocese de Nova York até o próximo dia 15 de abril, Edward Egan, disse que a Igreja católica deveria rever o fim do celibato e permitir o casamento dos sacerdotes. “É uma discussão perfeitamente legítima”, afirmou o cardeal em Albany, a capital de Nova York, durante uma entrevista a uma emissora de rádio, a Talk 1300.

A informação é do boletim eletrônico Religión Digital, 23-03-2009. A tradução é do Cepat.

“Penso que é preciso considerar esse assunto”, disse Egan ao locutor Fred Dicker.

“Não estou certo se não seria uma boa ideia tomar uma determinação [se os sacerdotes podem se casar] que não faça uma passagem de fronteira com base na cultura e na geografia”, continuou.

“Há muitas Igrejas orientais, católicas, católicas romanas, nas quais se permite o casamento sem nenhum problema”, acrescentou o Cardeal.

Na entrevista de 10 de março disse ainda que não era uma sugestão para o seu sucessor, o arcebispo de Milwaukee, Timothy Dolan.

A Igreja católica se opôs durante séculos ao casamento dos sacerdotes e os últimos três Papas se recusaram a falar sobre o assunto.

A controvérsia cresceu nos Estados Unidos. Em 2003, cerca de 200 sacerdotes da Arquidiocese de Milwaukee pediram à Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos para que considere a ideia, já que o número de sacerdotes estava diminuindo. A ideia foi rechaçada por Dolan.

Para ler mais:

in: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=20844


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publicado por Riacho, em 27.02.09 às 19:47link do post | favorito

Olá

 

O padre brasileiro Luis Couto foi suspenso de funções porque defende o uso de preservativo como medida de saúde publica, defende o celibato dos padres como opção e não como obrigação e tem defendido abertamente a não discriminação dos homossexuais. Claramente ideias demoníacas. O bispo suspendeu-o porque "a doutrina católica ficou ferida e comprometida". Claro que para os cristãos o mais importante é a doutrina e não o amor a Cristo e aos irmãos. A doutrina imposta pelo Vaticano está a tornar a Igreja desfasada da realidade e do mundo. A doutrina não está claramente a servir o povo de Deus. É por tudo isto que o teólogo suiço Hans Kung afirma hoje numa entrevista publicada na Unisinos que a Igreja corre o risco de converter-se numa seita. Muitos católicos não esperam mais nada desse Papa. E isso é muito doloroso.

 

Aqui fica a triste notícia.

 

Abraço

 

Carlos

 

"João Pessoa - O padre e deputado federal Luiz Couto (PT) perdeu ontem o direito de exercer o sacerdócio. A decisão foi tomada pelo arcebispo da Paraíba, dom Aldo di Cillo Pagotto, em virtude de uma entrevista publicada na edição de ontem de O Norte, jornal integrante dos Diários Associados, grupo ao qual o Diario de Pernambuco faz parte. Na reportagem "Padre, deputado e adversário do celibato", Couto afirma, entre outras coisas, que é contra a obrigatoriedade do celibato e a discriminação de homossexuais, além de ser favorável ao uso de preservativo.

Durante a entrevista, o padre-deputado alega que a restrição à vida afetiva e sexual dos religiosos deveria ser opcional e não uma imposição. "Não tem fundamentação bíblica. Deveria ser optativo", afirmou. Ele também opinou sobre outros temas considerados tabus dentro da Igreja como o uso de preservativo e a diversidade sexual. "Defendo o uso da camisinha como uma questão de saúde pública", declarou.

Luiz Couto, que votou a favor do projeto de lei que torna crime a discriminação por causa da orientação sexual, ressaltou seu posicionamento em favor da punição para os que cometem atos de preconceito em relação aos homossexuais. "Devemos lutar no dia a dia contra o preconceito e a intolerância", disse. O parlamentar fez as declarações durante entrevista concedida ao site Congresso em Foco (www.congressoemfoco.com.br).

Por conta dessas declarações, Couto teve o uso de Ordem suspenso por dom Aldo Pagotto. "Quero que ele se retrate publicamente porque foram declarações infelizes e ambíguas", exigiu o arcebispo. Ainda segundo dom Aldo, "a doutrina católica ficou ferida e comprometida com as declarações de Luiz Couto".

Em nota divulgada ontem pela Arquidiocese da Paraíba, dom Aldo argumenta que tomou a decisão tendo como base a confusão que as afirmações de Couto teriam gerado entre os fiéis. "Preposto à Arquidiocese da Paraíba, vejo-me na grave obrigação de suspender o referido sacerdote do uso de Ordem em nossa circunscrição eclesiástica, porquanto, por suas afirmações sumárias, e enquanto perdurem sem retratação explícita, provoca confusão entre os fiéis cristãos, e contraria 'in noce' as orientações doutrinais, éticas e morais sustentadas pela Igreja Católica (Cf. Cânon 1317 CDC)", diz o arcebispo na nota.

Luiz Couto foi informado da determinação de dom Aldo pela reportagem do O Norte. O padre se disse surpreso com a decisão principalmente porque ele e o arcebispo teriam um encontro hoje. O deputado também preferiu não polemizar e alegou apenas que ele tem o direito de expressar suas opiniões, assim como dom Aldo possui suas obrigações dentro da arquidiocese.

Com a suspensão da ordem, que coincide com o início da quaresma, Couto fica impedido de desempenhar atividades próprias de um sacerdote, como celebrar batizados, casamentos e as missas que realizava todos os sábados e domingos na paróquia de São José Operário, em João Pessoa."
 

in: http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/02/26/brasil1_0.asp

 


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