ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 31.03.12 às 11:00link do post | favorito

Olá

 

Partilhamos hoje um texto de um teólogo amigo para nos ajudar a viver mais intensamente a Semana Santa.

 


 

O Deus que se revela no Crucificado

De toda a narração da Paixão de Jesus que S. Marcos nos deixou, duas palavras me ocuparam de modo mais intenso nestes últimos dias. Refere Marcos que, no momento da morte de Jesus, o véu do templo se rasgou de alto a baixo (15,38) e que um centurião romano, olhando para o crucificado acabado de morrer, exclamou “verdadeiramente este homem era o Filho de Deus” (15,39).

O véu do templo escondia aos olhos do Povo aquilo que era considerado como símbolo por excelência da presença de Deus:  a Arca da Aliança. Estava ali, no templo, num lugar sagrado, o mais santo. Se Deus, porque é Deus, não pode ser visto nem é acessível aos crentes, também os sinais-simbólicos  da presença desse Deus eram inacessíveis ao povo. Apenas o sumo-sacerdote ali entrava.  Uma religião cultivada por “sacerdotes” sabia como manter esta distância entre o povo e Deus. Eram eles os únicos intermediários autorizados.  Mais distante Deus estava, mais o povo precisava deles e do seu templo.

Mas com a morte de Jesus,  rompe-se este véu que no templo escondia o “santo dos santos”. A mensagem é clara: no Crucificado, Deus revela-se. O Deus distante torna-se próximo, perto e visível, de  uma maneira acessível a todos. Próximo de todos, numa proximidade que o jeito de viver, a palavra e os gestos de Jesus de Nazaré já tinham anunciado, mesmo proclamado, mas que agora se torna “patente”.  O “Segredo messiânico” revela-se.  Na cruz mostra-se, pode-se “ ver” o Deus que se identificou com as vítimas e com os que sofrem.

“Quando nós os cristãos erguemos os olhos para o rosto do Crucificado, contemplamos o amor insondável de Deus, entregue à morte para nossa salvação. Se o olhamos mais atentamente, logo descobrimos nesse rosto o de tantos outros crucificados que, longe ou perto de nós, estão a reclamar o nosso amor solidário e compassivo.” (A. Pagola)

A verdadeira religião, a partir de agora, não vive diante dos véus opacos do templo, mas na procura do rosto de Deus na vida das pessoas, sobretudo dos martirizados. A verdadeira religião não cultiva os rituais do “véu fechado”, mas procura o encontro com aqueles em que Deus se revela, para viver o amor como  ele mostrou que é possível viver.

Foi isto que o centurião romano compreendeu. E a sua “observação” não é uma afirmação de catecismo, mas um acto de fé de alguém que, estando do lado dos carrascos, se converte a partir do reconhecimento da vítima e da revelação de Deus nessa mesma vítima.

Se o rasgar do véu do templo era um sinal que os judeus compreendiam bem, a confissão/ “conversão” do centurião era um apelo a todos os de fora, os não judeus, todos os que não tinham obrigação de perceber a problemática do templo e da sua religião, mas eram e são chamados a pensar a partir das categorias de humanidade: “este Homem” era verdadeiramente o Filho de Deus.. Os direitos humanos são traços da dignidade de filhos de Deus. Quem procura a verdade e se deixa interpelar pelo sofrimento dos inocentes, também esse “vê” o Deus que se revela tão claramente em Jesus, o Servo de Javé crucificado, e, nele, em todos os crucificados, de todos os tempos, em todos os expoliados e roubados dos seus direitos, em todos os maltratados na sua dignidade de filhos de Deus.

Deixemo-nos interpelar pelo Crucificado e pelo segredo que nele se revela. O Deus do Amor- que-dá-a-vida está bem visível no meio de nós, sem véus de templo, sem segredos. Basta ver, contemplar, re-conhecer!

 

Joaquim Nunes

Teólogo


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publicado por Riacho, em 30.03.12 às 18:56link do post | favorito

Esta é uma notícia muito importante na aceitação dos homossexuais na Igreja católica. Como a notícia não se deixa copiar aqui fica o link para quem quiser aprofundar a notícia: http://www.abc.es/20120330/sociedad/abci-iglesia-austria-homosexuales-201203301320.html


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publicado por Riacho, em 28.03.12 às 23:34link do post | favorito

Uma decisão em linha com as posições europeias no combate à homofobia!

foto DR
Rapper homofóbico cancelado em Lisboa
 
 

O rapper jamaicano Sizzla Kalo Sizzla Kalonji, que viu esta quarta-feira cancelado um concerto em Barcelona devido ao teor homofóbico das suas canções, corre o risco de não atuar na data prevista em Lisboa, a 5 de Abril.

A promotora portuguesa do espetáculo, JahLive, desde há alguns dias, está a divulgar Sizzla para a Sala TMN. Contudo, o JN sabe que o espaço não acolherá a atuação.

Desde 2002 que o jamaicano se faz notar pelas suas letras incitadoras de atos violentos contra os homossexuais. "Jamais pedirei desculpas a um gay"é apenas uma das letras que Sizzla compôs numa carreira repleta quer de expulsões de vários países europeus, quer de repatriamentos -como aconteceu em Madrid, em 2008.

O anúncio do espetáculo em Portugal está a provocar uma enorme contestação à TMN, por ativistas e movimentos homossexuais. Porém, o JN apurou que a operadora móvel nem gere o espaço, nem tem qualquer responsabilidade na programação de artistas.

O porta-voz da JhaLive, Tiago Romão, acredita que o Sizzla atuará em Lisboa. "Ele (o cantor) mudou a sua atitude desde que teve um acidente, há seis meses. As pessoas não podem ser penalizadas eternamente pelo que fizeram", disse.

 

Fonte: http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Lisboa&Option=Interior&content_id=2390644


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publicado por Riacho, em 27.03.12 às 21:56link do post | favorito

Vozes no interior da Igreja começam a defender as relações afetivas estáveis entre pessoas do mesmo sexo. O Espírito Santo age na Igreja. É preciso confiar e acreditar.

 

Em menos de nem um mês, três golpes de martelo caíram sobre a pretensão da Igreja de bloquear na Itália uma lei sobre os casais de fato. O primeiro foi o clamoroso funeral de Lucio Dalla em Bolonha: celebrado na catedral com todas as aprovações, permitindo que o companheiro homossexual do falecido homossexual o celebrasse falecidos a poucos passos do altar. 

A reportagem é de Marco Politi, publicada no jornal Il Fatto Quotidiano, 24-03-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Depois, no dia 15 de março, veio a sentença da Corte de Cassação, que, embora rejeitando a transcrição na Itália de um casamento homossexual celebrado no exterior, sancionou para o casal gay, na presença de situações específicas, o direito a um "tratamento homogêneo ao assegurado pela lei aos casais conjugados".

Agora se ouve diretamente de dentro da Igreja o cardeal Martini, afirmando que não tem sentido demonizar os casais homossexuais e impedi-los de fazer um pacto. Com a pacatez que o diferencia, o ex-arcebispo de Milão desafia, portanto, aquela "doutrina Ratzinger" que consistiria na obrigação dos políticos católicos se se uniformizarem aos "princípios inegociáveis" proclamados pela cátedra vaticano, impedindo a aprovação de uma lei sobre as uniões civis e menos ainda sobre as uniões gays. 

Há muitos anos, Carlo Maria Martini exerce a sua notável liberdade de julgamento, exortando com humildade a Igreja a não trocar o núcleo da fé pela fossilização de posições insustentáveis para o sentimento contemporâneo. Isso também vale para a posição a ser adotada com respeito às relações homossexuais, em que a instituição eclesiástica está paralisada há anos no meio do caminho. Porque, quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé,Joseph Ratzinger tinha emitido documentos para exortar o respeito pelas pessoas homossexuais e para repudiar todos os tipos de discriminação, ridicularização e perseguição. 

Mas, ao mesmo tempo, havia reiterado que a prática homossexual representa uma grave ofensa contra a ordem moral: daí a condenação sem apelo das relações homem-homem ou mulher-mulher. Com a consequência de sabotar, na Itália, as tentativas do último governo Prodi de aprovar uma lei sobre os casais de fato. 

No livro Credere e conoscere [Crer e conhecer] (Ed. Einaudi), no qual ele dialoga com o cirurgião católico Ignazio Marino, expoente do Partido Democrático [italiano], o cardeal Martini afirma, ao invés, que há casos em que "a boa fé, as experiências vividas, os hábitos adquiridos, o inconsciente e, provavelmente, também uma certa inclinação natural podem levar a escolher para si um tipo de vida com um parceiro do mesmo sexo". 

No mundo atual, defende o purpurado, esse comportamento não pode ser "nem demonizado nem ostracizado". E, por isso, Martini se declara "pronto para admitir o valor de uma amizade duradoura e fiel entre duas pessoas do mesmo sexo".

O ex-arcebispo de Milão, além disso, salienta o significado profundo do fato de que Deus criou o homem e a mulher e, portanto, o valor primário do matrimônio heterossexual e também acrescenta que não considera como um "modelo" a união de casais do mesmo sexo. No entanto, atento às necessidades das pessoas em sua humanidade, o cardeal afirma que, se os dois parceiros do mesmo sexo "aspiram a firmar um pacto para dar uma certa estabilidade ao seu casal, por que queremos absolutamente que assim não seja"?. As motivações do matrimônio tradicional, explica, são tão fortes que não precisam ser sustentadas por meios extraordinários. 

Além disso, muitos na Igreja, bispos e párocos, pensam como ele. Mesmo que não falem. Em 2008, a revista dos jesuítas milaneses Aggiornamenti Sociali publicou um estudo para dizer que – permanecendo firme a doutrina –, do ponto de vista do bem social era positivo dar a possibilidade aos casais gays de ter uma relação estável regulamentada pelo direito. E, portanto, era justo legislar sobre o assunto.

A cúpula eclesiástica, sobre a questão, fecha olhos e ouvidos. No entanto, é um sinal o fato de que, na televisão, falando no programa Otto e Mezzo, o líder católico Pier Ferdinando Casini tenha se dito publicamente de acordo com a sentença da Cassação, reafirmando que "os casais homossexuais têm direito à sua afetividade e de serem protegidos nos seus direitos". Casini deu um exemplo concreto: "Se eu convivo há 30 anos com uma pessoa, em termos de eixo hereditário, é preciso ser sensível a essa pessoa que conviveu comigo". Esse é um dos motivos pelos quais uma lei é necessária. E é bom que, no parlamento [italiano], tenham voltado a falar de algumas propostas de lei até agora congeladas.

 

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/507898-a-igreja-martini-e-os-gays


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publicado por Riacho, em 26.03.12 às 19:11link do post | favorito

"Uma amizade duradoura e fiel sempre foi uma grande honra". Publicamos aqui o diálogo entre o cardeal Carlo Maria Martini e o senador do Partido Democrático italiano Ignazio Marino no livro Credere e conoscere [Crer e conhecer]. 


Eles abordam questões ligadas à vida, à sexualidade e à fé. O purpurado defende "o matrimônio tradicional com todos os seus valores", mas admite: "Não compartilho as posições daqueles que, na Igreja, criticam as uniões civis".

O trecho do livro foi publicado no jornal Corriere della Sera, 23-03-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o diálogo.

Ignazio Marino – 
A propósito das mudanças sociais e culturais com as quais nos enfrentamos nesta nossa época, também se apresenta naturalmente, nesse ponto, a questão da homossexualidade. Parece-me que a hipótese da possibilidade de uma separação completa entre sexualidade e procriação leva a nos interrogarmos também sobre esse ponto.

Carlo Maria Martini – Levando em conta tudo isso, gostaria também de expressar a minha avaliação sobre o tema da homossexualidade. É difícil falar dele com poucas palavras, porque hoje ele assumiu, principalmente em alguns países ocidentais, um relevo público e assumiu como suas aquelas suscetibilidades que são próprias dos grupos minoritários, ou que assim se acreditam, e que aspiram a um reconhecimento social. Daí podem ser entendidas (não necessariamente aprovadas) certas insistências que, em um primeiro momento, poderiam parecer exageradas – penso, por exemplo, em manifestações como a Parada Gay –, que eu só consigo justificar pelo fato de que, neste particular momento histórico, existe, para esse grupo as pessoas, a necessidade de autoafirmação, de mostrar a todos a própria existência, mesmo às custas de aparecer excessivamente provocadores. 

Pessoalmente, considero que Deus nos criou homem e mulher, e que, por isso, a doutrina moral tradicional conserva boas razões sobre esse ponto. Naturalmente, estou pronto para admitir que, em alguns casos, a boa fé, as experiências vividas, os hábitos adquiridos, o inconsciente e, provavelmente, também uma certa inclinação natural podem levar a escolher para si um tipo de vida com um parceiro do mesmo sexo.

No mundo atual, tal comportamento não pode ser, por isso, nem demonizado nem ostracizado. Estou pronto até para admitir o valor de uma amizade duradoura e fiel entre duas pessoas do mesmo sexo. A amizade sempre foi tida em grande honra no mundo antigo, talvez mais do que hoje, embora ela fosse amplamente entendida no âmbito daquela superação da esfera puramente física da qual eu falei antes, para ser uma união de mentes e de corações. Se ela for entendida como doação sexual, então não pode, a meu ver, ser elevada a modelo de vida, como pode ser uma família bem sucedida. Esta última tem uma grande e incontestável utilidade social. Outros modelos de vida não podem sê-lo da mesma forma e, principalmente, não devem ser exibidos de modo a ofender as convicções de muitos.

Ignazio Marino – Não se pode ignorar, contudo, que as uniões de fato, incluindo aquelas entre pessoas do mesmo sexo, são uma realidade do nosso tempo, embora em muitos países não sejam reconhecidas. Consequentemente, a casais unidos por um sentimento de amor são negados alguns direitos fundamentais, por exemplo a possibilidade de uma assistência ao próprio companheiro ou companheira internado no hospital, a partilha de contratos de seguro, até a exclusão da herança dos bens adquiridos juntos ou compartilhados durante a vida e assim por diante. 

Eu não entendo por que o Estado encontra dificuldades para reconhecer tais uniões, mesmo respeitando o papel fundamental da família tradicional para a organização da sociedade, e por outro lado custo a compreender por que a maiores resistências vêm da Igreja Católica, que, ao menos na Itália, se mostra muito pouco tolerante com relação à ideia de ampliar os direitos a todas as uniões. Por que tanta contrariedade, a julgar pelo pensamento que é comumente difundido e divulgado?

Carlo Maria Martini – Eu acredito que a família deve ser defendida, porque é realmente o que sustenta a sociedade de modo estável e permanente, e pelo papel fundamental que ela exerce na educação dos filhos. Mas não é ruim, em vez de relações homossexuais ocasionais, que duas pessoas tenham uma certa estabilidade, e, portanto, nesse sentido, o Estado também poderia favorecê-las. Não compartilho as posições de quem, na Igreja, critica as uniões civis. 

Eu apoio o matrimônio tradicional com todos os seus valores e estou convencido de que não deve ser posto em discussão. Se, depois, algumas pessoas do sexo diferente ou mesmo do mesmo sexo aspiram a firmar um pacto para dar uma certa estabilidade ao seu casal, por que queremos absolutamente que assim não seja? Eu penso que o casal homossexual, enquanto tal, jamais poderá ser equiparado totalmente ao matrimônio e, por outro lado, não acredito que o casal heterossexual e o matrimônio devem ser defendidos ou reafirmados com meios extraordinários, porque se baseiam em valores tão fortes que não me parece ser necessário uma intervenção de proteção.

Também por isso, se o Estado concede qualquer benefício aos homossexuais, eu não criticaria muito. A Igreja Católica, por sua vez, promove as uniões que sejam favoráveis à continuação da espécie humana e à sua estabilidade, mas não é justo expressar qualquer discriminação para outros tipos de uniões.

Ignazio Marino – Com certa frequência, ouvimos declarações públicas, incluindo de homens e mulheres que ocupam cargos institucionais, que defendem como a homossexualidade está, de algum modo, correlacionada com a pedofilia. No dia 13 de abril de 2010, em uma entrevista a uma rádio chilena, o cardeal Bertone, secretário de Estado do Vaticano, afirmou: "Inúmeros psiquiatras e psicólogos demonstraram que não existe relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros – e isso também me foi confirmado recentemente – demonstraram que existe uma ligação entre homossexualidade e pedofilia". É preciso lembrar que o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, explicou depois que o secretário de Estado do Vaticano se referia "à problemática dos abusos dentros da Igreja e não na população mundial".

São afirmações que desorientam. Ainda em 1973, a American Psychiatric Association indicou que a homossexualidade não é uma patologia psiquiátrica, mas sim uma orientação normal da sexualidade humana, alternativa à prevalecente heterossexualidade. É também bem conhecido que a Organização Mundial de Saúdereafirmou claramente o mesmo princípio no dia 17 de maio de 1990. Portanto, a ciência já deixou claro que a homossexualidade não é uma doença, não é um comportamento anômalo, e os homossexuais devem ser respeitados, têm os mesmos direitos que os heterossexuais e não devem ser discriminados. 

Ao contrário, a pedofilia é uma patologia psiquiátrica, e os pedófilos representam um gravíssimo perigo social. Infelizmente, nos últimos anos, surgiram muitos dados que ilustram como um crime tão horrível e repugnante como a pedofilia encontrou espaço dentro da Igreja.

Carlo Maria Martini – Vou me limitar a lembrar que, nesse caso, há um engano e uma violência que são usados contra quem é incapaz de se defender, mesmo que pareça consensual. Além disso, faz-se um dano incalculável, cujas consequências poderão durar toda a vida. Por isso, a opinião pública, geralmente tão permissiva, acompanhou com horror esses acontecimentos. Em alguns, havia depois o agravante de um pacto ao menos implícito, em que se expressava a confiança dos pais e que era violado por aqueles que deveriam educar as crianças. 

Foi com muita dor que vimos que até mesmo alguns sacerdotes e religiosos estavam envolvidos nesses episódios. Mas aprendemos com a experiência que é preciso ser inflexível na identificação oportuna daqueles que têm a inclinação para tal patologia tão perigosa e rigoroso ao excluí-los logo da vida sacerdotal e da consagração religiosa. Tais pessoas deveriam ser submetidas a tratamentos psicológicos.

  • Carlo Maria Martini e Ignazio Marino. Credere e conoscere, editado por Alessandra Cattoi. Ed. Einaudi, 84 páginas.

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publicado por Riacho, em 25.03.12 às 15:02link do post | favorito

Homossexuais: Pais que revelem orientação sexual ao filhos devem fazê-lo sem dogmas - psicólogo

 

Psicólogo, terapeuta familiar e especialista em questões de género, Pedro Frazão não tem dúvidas em afirmar que cada vez mais vão surgir casos de pais que revelam a sua homossexualidade aos filhos.

“A homossexualidade sempre existiu. É importante que as pessoas percebam que não se trata de uma invenção da modernidade e estas são situações que vão acontecer mais porque há uma abertura muito maior do ponto de vista social em Portugal, sobretudo nos últimos 20 anos”, explicou Pedro Frazão à Lusa.

Maria (nome fictício) foi casada durante vários anos e teve uma menina e um rapaz desse relacionamento. Ainda estava casada quando teve “uma relação muito próxima com uma colega de trabalho” e se questionou, pela primeira vez, sobre a sua orientação sexual.

Garante que não foi isso que ditou o fim do seu casamento e que a relação terminou por si própria. Quando se divorciou a filha tinha quatro anos e o filho dez e a primeira relação homossexual aconteceu cerca de um ano depois.

“No início tive bastante medo e chegou a passar-me pela cabeça que os meus filhos quando soubessem iam contar ao pai e ele iria querer ficar com eles porque acharia que os filhos não deveriam ter uma mãe homossexual. Também me passou pela cabeça esconder a relação até eles serem maiores, mas isso era um longo caminho. Depois fui-me acalmando”, contou Maria à Lusa.

Até aos 28 anos, Paulo (nome fictício) nunca assumiu que era homossexual, apesar de sempre ter sabido que essa era a sua orientação sexual.

Viveu com uma namorada durante cinco ou seis anos, têm uma filha e é quando a relação acaba – “mais por ela” – que Paulo ganhou coragem para se assumir. A ex-companheira acompanha a “saída do armário” e apoia-o.

Depois chegou a altura de contar à filha que alguns dos amigos do pai não eram só amigos e que às vezes também eram namorados.

“A escola primária não era uma boa altura porque ela depois poderia confidenciar aos colegas e estes gozarem com ela”, explicou Paulo. A revelação acabou por acontecer durante as férias de verão, o ano passado.

“Já não sei como é que veio a conversa, mas já lhe tinha dito que tinha uma coisa especial para lhe contar e logo na primeira noite fomos fazer uma caminhada na praia e contei-lhe fazendo uma comparação com alguma coisa que ela percebesse”, contou.

A comparação meteu ervilhas pelo meio. Paulo admite que não terá sido “das comparações mais felizes”, mas olhando para trás tem consciência que não há fórmulas ideais.

“Disse-lhe que se calhar não gostamos muito de ervilhas, por exemplo. Comemos uma vez, uma segunda e vamos comendo até que às tantas já não conseguimos comer mais ervilhas e relacionei isso com o que se passou comigo”, adiantou Paulo.

Maria optou por não falar com os dois filhos ao mesmo tempo. Na altura, a filha ia entrar para a escola primária e entendeu que era ainda muito pequena para compreender.

“Resolvi falar com o meu filho mais velho e disse-lhe: Aquela amiga da mãe de quem tu tanto gostas e que achaste bem vir viver connosco, não é só amiga e tenho um sentimento por ela que é mais do que amizade, é como eu senti pelo teu pai na altura em que casei e tu e a tua irmã nasceram. Neste momento ela é minha namorada”, contou.

O psicólogo Pedro Frazão aconselha aos pais a terem uma atitude de abertura, “sem grandes dogmas”, na altura de contarem aos filhos que a sua orientação sexual é diferente daquela que eles pensavam e lembra que “são as bases da relação daquelas pessoas, que já existia anteriormente, que determinam como é que as coisas vão correr”.

“Deve-se adaptar a linguagem consoante a idade das pessoas porque é diferente contar a uma criança ou contar a um adulto ou a um adolescente”, explicou, acrescentando que as reações podem ser as mais diversas.

Para a filha de Paulo, por exemplo, a revelação resultou num misto de surpresa: primeiro de choque e depois num “bombardeamento” de todo o tipo de perguntas. O filho mais velho de Maria disse imediatamente à mãe que desde que ela estivesse feliz, ele também estava, enquanto a irmã disse que não gostava de ser a única criança com duas mães.

Pedro Frazão lembrou que os pais têm de ter a noção que da mesma maneira que eles demoraram muitos anos até lidarem com a sua orientação sexual e assumirem para si essa realidade, “as pessoas a quem contam também vão precisar de tempo para absorver a nova informação e começar a ver essa nova realidade”.

Na opinião do psicólogo, é mais difícil para alguém que durante toda a vida conheceu os pais como heterossexuais ter de reformular essa informação do que uma criança que tem dois pais ou duas mães e que desde sempre conheceu aquele modelo.

“À semelhança da pessoa que revela a sua orientação sexual, estas pessoas têm que lidar com a ideia de terem um pai que é gay ou uma mãe que é lésbica e de terem de escolher se vivem isso de uma forma silenciosa ou se partilham isso com as pessoas que conhecem”, sublinhou.

Acrescentou que esta é uma informação que obriga a uma reformulação da imagem que se tem dos pais, mas que não é muito diferente de um filho achar que os pais têm um casamento feliz e depois perceber que isso não era verdade.

“Aqui é o mesmo, só que a questão é muito mais estigmatizada”, considerou.

Maria e Paulo não se arrependem de ter contado e garantem ter uma relação de maior abertura e de cumplicidade com os respetivos filhos. Agora, o medo é outro, que os filhos se venham a magoar por causa da orientação sexual dos pais.

 

Fonte: http://noticias.sapo.pt/nacional/artigo/homossexuais-pais-que-revelem-or_3061.html


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publicado por Riacho, em 21.03.12 às 19:42link do post | favorito

Quando a cabeça não tem juízo o povo é que paga. Enquanto o Vaticano não fizer uma reflexão séria sobre a orientação homossexual numa perspectiva científica e teológica continuará a incentivar este tipo de atitudes. Para quando uma mudança? O que pensam os cristãos heterossexuais disto?

 

Pelo menos dez rapazes com menos de 21 anos, que estavam a cargo da Igreja Católica hlandesa, foram cirurgicamente castrados nos anos de 1950 para ser "eliminada a sua homossexualidade".

O caso, denunciado no fim de semana numa investigação do jornal holandês "NRC Handelsblad", está a criar uma nova onda de choque em torno da Igreja Católica holandesa. Uma das questões que se levantam é o motivo por que os dados descobertos pelo "NRC Handelsblad" não foram revelados na investigação oficial levada a cabo no ano passado sobre os abusos sexuais perpetrados na instituição.

O repórter Josep Dohmen descobriu que Henk Heithuis terá sido castrado em 1956, enquanto menor, após ter relatado à polícia que tinha sido sexualmente abusado numa residência social da igreja.

Dois padres foram condenados por terem abusado de Heithuis, que apesar disso foi transferido pela polícia para hospital psiquiátrico católico, antes de dar entrada no St. Joseph Hospital em Veghel, mais adiante nesse ano.

Castração em retaliação por denúncia de abusos

 

Os documentos encontrados pelo jornal comprovam que Heithus foi castrado "a seu pedido", apesar de não ter dado entrada nenhum documento escrito com o seu consentimento. Fontes confirmaram que lhe foram retirados os testículos, como tratamento para a homossexualidade, mas também em retaliação por ter acusado membros do clero de o terem abusado sexualmente.

Heithuis morreu em 1958 num acidente de automóvel.

O seu caso foi relatado por Cornelius Rogges - um conhecido esculturo holandês de 79 anos, cuja família conheceu o rapaz nos anos de 1950 - à comissão que investigou os escândalos sexuais perpetrados pela Igreja. A comissão terá, contudo, ignorado estes dados.

Para lá do caso de Heithuis, a investigação jornalística descobriu dados que evidenciam que pelo menos outras nove castrações terão sido realizadas.

"Estes casos são anónimos e já não podem ser reconstituídos", afirmou o jornalista", existirão muitos mais, mas a questão é se esses rapazes, atuais homens de idade, estarão dispostos a contar a sua história".

Comissão vai ter de explicar por que ignorou o caso

 

O ministro holandês da Justiça, Ivo Opstelten, afirmou tratarem-se de alegações "muito sérias e chocantes", referindo que irá investigar o papel que o Governo holandês de então teve no caso.

Entretanto, o primeiro-ministro Mark Rutte anunciou a abertura de um inquérito para investigar as castrações denunciadas pela investigação jornalística.

O chefe de Governo holandês vai pedir também que a comissão que investigou Igreja preste declarações numa audição parlamentar, para explicar o motivo por que estes novos dados não surgiram no relatório efectuado.

A investigação da comissão descobriu que dezenas de milhares de crianças foram alvo de abusos, que iam desde contactos físicos inapropriados a violações.



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/igreja-catolica-holandesa-castrou-rapazes-para-os-livrar-da-homossexualidade=f713355#ixzz1pmZNxTXz


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publicado por Riacho, em 20.03.12 às 23:16link do post | favorito

Este puto de 21 anos sabe de teologia e homossexualidade à séria. Vale a pena ouvir esta conferência até ao fim e discuti-la nas igrejas, nas paróquias, com os padres, com os leigos. Não há que ter medo da bíblia e muito menos da homossexualidade. Se as legendas do video não aparecerem por defeito selecionem o português no ícone CC. Boas reflexões!

 


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publicado por Riacho, em 20.03.12 às 22:31link do post | favorito

São precisos mais activistas pacíficos assim que confrontem as pessoas e os padres com a desumanidade de discriminar os homossexuais por serem como são e por não lhes ser permitido realizar aquilo a que são chamados!

 

Munido de uma câmera, jovem faz discurso pró-gay e posta vídeo polemico no Youtube

 Ativista gay interrompe missa e constrange padre

Um ativista homossexual interrompeu uma missa realizada na paróquia em Teignmouth, Inglaterra. Enquanto o sacerdote se preparava para ler uma carta da conferência de bispos da Inglaterra, posicionando-se contrária aos esforços do governo para legalizar o casamento de pessoas do mesmo sexo, um rapaz se levantou e ligou sua câmera de vídeo.

O padre, de pé no púlpito, encara a câmera que se aproxima e pergunta: “O que é isso?” A respostas que ouviu foi: “Prossiga. É só um registro do que você está prestes a dizer”.

O padre pede para o rapaz sentar e ele concorda. Mas quando o sacerdote ouve que o vídeo será postado na internet, se recusa a ler a carta, temendo novas perturbações. Imediatamente se oferece para lhe entregar a carta após a missa, ao invés de ler seu conteúdo publicamente. Então o ativista foca a câmera sobre a congregação e diz: “OK, estamos todos felizes com isso? Sim? Vocês não querem ouvir? Que bom”.

Um paroquiano grita, “Sente-se”, e o ativista garante aos féis surpresos que ele sairá “daqui a um momento”, mas antes quer saber se algum deles “se sente tão desconfortável quanto eu me sinto” sobre a oposição da Igreja ao “casamento gay”. Ele diz que se sente “muito, muito desconfortável com você fazer julgamentos sobre meu estilo de vida, pois eu não tenho escolha.”

Um outro paroquiano responde, “Você está nos julgando”. Ele responde: “Sim, eu estou julgando vocês, porque vocês estão me julgando… através do apoio da Igreja Católica e sua atitude em relação a mim”.

Ele sugere que os paroquianos “examinem sua consciência” e “se alguém se sentir desconfortável com esta afirmação que o pregador está com muito medo de ler, então talvez gostaria de se juntar a mim e sair da igreja.” O vídeo foi alterado para que as pessoas presentes não sejam  identificadas.

O ativista afirma na página do YouTube que ele decidiu interromper a missa em nome do movimento homossexual, mas que não tinha a intenção de “perturbar ou ofender ninguém.”

“Até o momento eu estava sentado no banco da igreja, minha intenção era simplesmente filmar o sacerdote lendo a carta, em seguida publicar o vídeo no YouTube para estimular a discussão”, escreveu ele. Mas com a decisão do padre em não ler a carta, ele se sentiu encorajado a discursar.

O vídeo recebeu centenas de comentários no YouTube, alguns a favor, outros contra.

Segundo Neil Addison, advogado especialista em discriminação religiosa, o padre pode recorrer à lei. É crime na Inglaterra e na Escócia interromper um serviço religioso, intimidar ou perseguir os ministros. Embora Addison ressalte que essas leis foram elaboradas no século 19, e são amplamente “consideradas obsoletas hoje” ainda continuam válidas e podem ser usadas para punir quem gera desordem pública ou faz ameaças a religiosos.

O incidente postado no Youtube mostra que os ativistas anticristãos estão se tornando cada vez mais ousados e agressivos.

A questão da oficialização religiosa do casamento gay na Grã-Bretanha tornou-se foco de um debate que tomou conta do país,  especialmente depois que o primeiro-ministro conservador David Cameron abriu uma consulta pública de 12 semanas sobre como será feita essa legalização. O casamento gay civil já existe no país e garante aos parceiros os mesmos direitos dos casais heterossexuais.

Segundo a lei vigente no Reino Unido, as igrejas não são obrigadas a fazer cerimônias religiosas para casais LGBT. Enquanto setores da Igreja Anglicana já disseram não se opor, os católicos têm resistido em aceitar. Mas as lideranças receiam que, uma vez oficialmente sancionado o casamento gay, as igrejas poderiam enfrentar problemas legais se continuarem a se recusar.

Assista:



Fonte: http://noticias.gospelprime.com.br/ativista-gay-interrompe-missa-e-constrange-padre/#ixzz1phOwh9kQ


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publicado por Riacho, em 20.03.12 às 19:55link do post | favorito
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