ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 28.10.10 às 19:21link do post | favorito

A Igreja Católica da cidade de Lucerna, no centro da Suíça, distribuiu, desde a última segunda-feira até ontem, preservativos grátis aos cidadãos, uma iniciativa que faz parte de uma campanha de prevenção contra a Aids.

A reportagem é da agência Efe, 25-10-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Embora sob o risco de contrariar os preceitos do Vaticano, a diocese de Lucerna já distribuiu cerca de 3 mil preservativos em seu posto de distribuição na estação de trem de Lucerna, uma ação que provocou tantas críticas entre grupos católicos como elogios por parte da sociedade civil.

Sob o lema "Esquecer é contagioso. Proteja o próximo como a ti mesmo", a Igreja Católica de Lucerna quer atrair a atenção sobre os riscos das relações sexuais desprotegidas.

"O preservativo não é um remédio milagroso na prevenção contra a Aids, mas é uma possibilidade dentre outras", indicou Florian Flohr, responsável pela comunicação do clero de Lucerna.

"Aquele que não menciona o preservativo – continuou – quando se aborda a questão da Aids age contra a ética".

Além da distribuição dos profiláticos, a campanha inclui um ônibus de informação itinerante e visitas às paróquias de Lucerna, às quais dezenas de estudantes do Ensino Médio da localidade se inscreveram.

Enquanto o bispado de Bale (ao qual Lucerna pertence) já anunciou que quer se informou sobre os "desejos" da campanha, seus promotores defendem que também querem demonstrar que a Igreja Católica "não está velha".

"Nossa ação não é uma provocação", explicou o responsável de uma das paróquias, Alois Metz, a um programa de televisão alemã, e afirmou: "Nós devemos proteger a vida e fazemos isso por meio dos preservativos".

Embora o bispado de Bale ainda não tenha condenado abertamente a iniciativa, outros, como o de Coire e a organização antiabortista Human Life a qualificaram com veemência de "irresponsável".

Por sua parte, a associação Ajuda Suíça contra a Aids se congratulou pela controversa campanha.

 

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=37772


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publicado por Riacho, em 27.10.10 às 22:23link do post | favorito

"It gets better" continua a alastrar agora com uma bonita canção da Broadway dedicada ao projecto.

 

Hey friend
When you feel like you're alone
And the world throws out a lot of hate
It's not the end
You're not out there on your own
There's still so much in life to celebrate

Just look up
Cause those skies are going to clear
There so much more than just the hear and now

Just look up
Cause a better day is here
Tomorrow feel the sunlight shining down

It gets better, better, better
The pain will let up, let up, let up
If you fall just get up, get up, get up
Ohh, cause there's another way
It gets better, better, better
The world gets lighter, lighter, lighter
So be a fighter, fighter, fighter
Ohh, just live to see that day
Yeah, live to see that day (that day)
Live to see that day

Hey friend
We used to feel like you
No end in sight
Fearing everyday
Just defend the part of you that's true
Find yourself and you will find the way

Don't give up (Don't give up)
Just take another look
And you can shine
It's time you took the stage

Don't give up
Cause your life is like a book
All you got to do is turn the page
There are friends yet to meet,
There are songs to be sung
There are beautiful sunsets
And battles are won
There's love to be found if you just stick around
Don't give up your life has just begun

It gets better, better, better
The pain will let up, let up, let up
If you fall just get up, get up, get up
Ohh, cause there's another way
It gets better, better, better
The world gets lighter, lighter, lighter
So be a fighter, fighter, fighter
Ohh, just live to see that day

It gets better, better, better
The pain will let up, let up, let up
If you fall just get up, get up, get up
Ohh, cause there's another way
It gets better, better, better
The world gets lighter, lighter, lighter
So be a fighter, fighter, fighter
Ohh, just live to see that day

It gets better, better, better
The world gets lighter, lighter, lighter
So be a fighter, fighter, fighter
Ohh, just live to see that day

It gets better, better, better
It gets better, better, better
It gets better, better, better
It gets better, better, better

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publicado por Riacho, em 27.10.10 às 21:57link do post | favorito

I heard about all of the suicides around the country and decided to make my contribution to the "It Gets Better" campaign. Thanks to everyone involved including Pace Students, Cast of Memphis on broadway, Washington Irving HS, Todd Caldwell, Peter Forde, Russel Orlov, Wesley Bishop, Jake Grinsted, Virginia Cavaliere, Simeon Buresch, Braden Summers, J'Beau, Eli Zoller, Laquet Sharnell, Ian Paget, Natalia Johnson, Sam Cahn, Liz Gallagher. Please support this project and join in the efforts to stop teenage bullying! Todrick Hall


Hey you, with your head held high well
You got him real good, I hope it feels good
Hey you trying so hard not to cry well
I know you're fed up, but keep your head up

Cuz, people only see what they wanna
People gone believe what they gonna
They don't understand the life that you choose
They never walked a mile in your shoes no no no no
So whatcha gonna do with your haters
Just gotta excuse their behavior
But just don't give up hope
I just want you to know that

Maybe today seems cloudy and gray
So full of sorrow and tomorrow seems so far away
But it gets better, but It gets better
And I know the world keeps throwing you strife
But Keep on strutting down this yellow brick road called life
Cuz it gets better, cuz it gets better

Hey you, wondering who you are saying
"There's something wrong here, I don't belong here!"
Hey you, don't you know you've come so far
and when there's nowhere to run to, I'll always love you

But, people only see what they wanna
People gone believe what they gonna
They don't understand the way that you feel
They never walked a mile in your heels
So whatcha gonna do with your haters
You gotta excuse their behavior
Don't you give up yet
Don't ever forget...that

Maybe today seems cloudy and gray
So full of sorrow and tomorrow seems so far away
But it gets better, but It gets better
And I know the world keeps throwing you strife
But Keep on strutting down this yellow brick road called life
Cuz it gets better, cuz it gets better

 


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publicado por Riacho, em 26.10.10 às 22:41link do post | favorito
 

 

 

A Márcia toca desde os 13, compõe com a guitarra e a voz. As letras dela são poemas, muitos de amor, embora não todos. Quase nunca sai da harmonia. Mantém-se no fio da beleza, correndo o risco do sentimental, sem se assustar com ele, mas resistindo-lhe através do requinte poético e melódico. As letras nem sempre são fáceis de entender — ela cifra-as, troca as voltas da sintaxe, da semântica e da dicção. Aprendeu a tirar proveito da má dicção da língua corrente (o "comer" das palavras, por exemplo) ou dos seus próprios defeitos. Por vezes consegue tornar quase abstracta a língua materna.

 

Quando entra no transe da canção, ela canta com a alma a fazer vibrar as cordas; e todo o corpo é uma caixa de ressonância, propaga-se aquilo pelo espaço… e nós vibramos com ela – por ressonância, somos tocados. Em palco, é um pouco tímida, simples e quase frágil. E essa fragilidade deixa-a brilhar, pois tudo aquilo é seu, límpido e honesto.

 

Estudou Pintura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, mas foi sempre maturando a música. Durante anos manteve a actividade dupla, e só recentemente o caminho de cantora se desenhou à sua frente com toda a nitidez, e aí decidiu dedicar-se-lhe totalmente. Estava só à espera do momento certo, da editora certa, das condições certas, do aperfeiçoamento das canções. O fruto maduro desprende-se agora com suavidade e doçura. E nós colhemos, gratos.

 

No meio da arte, muitos ficam surpresos ao ouvir-lhe a música (“então mas tu afinal agora fazes música?”). No meio da música surpreendem-se também (“mas tu afinal estudaste pintura, e não música?!”). Mal sabiam uns e outros que era necessário percorrer aquele caminho para chegar aqui. Os que acompanharam a gestação da cantora impacientavam-se por vezes e tentavam incentivá−la para gravar, ir falar com editoras, “vender o seu peixe”, porque – diziam- ela era muito boa. Mas o momento não era ainda o certo. Era preciso sair do país, ter saudades, eram precisos ainda alguns amores e desamores, era preciso ganhar a mestria da guitarra, a confiança de estar sozinha em palco, a coragem da simplicidade… trabalhar com fé e paciência. A história deste disco, que se prepara há anos, é uma lição de paciência, da arte de saber esperar o momento.

 

Raquel Feliciano in http://www.optimusdiscos.com/discos/mrcia


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publicado por Riacho, em 25.10.10 às 21:25link do post | favorito

Nas últimas semanas, diversos jovens nos EUA cometeram suicídio depois de suportarem anos de bullying anti-gay.

O escritor homossexual Dan Savage, jornalista e conselheiro em questões sexuais, publicou um texto lamentando o facto de que nunca terá a oportunidade de sentar-se com tais jovens e dizer-lhes que “apesar das coisas negativas, apesar de ter sido isolado e ficado sozinho, as coisas hão-de ficar melhores”. Embora tenha sido tarde demais para Savage falar com esses jovens, ele percebeu que existem muitos como eles que estão a passar pela mesma dificuldade e não é tarde demais para falar com eles.

Em resposta a estes acontecimentos, ele criou o Projeto “It gets better”. Savage decidiu compartilhar com o mundo as suas terríveis experiências no ensino secundário e, mais importante, ele e o seu marido discutiram como eles sobreviveram a essas experiências e passaram a viver uma vida feliz e saudável como adultos gays. O vídeo com tais informações foi postado no YouTube, dando inicio ao projeto:

 

 

“Quando um adolescente gay se suicida é porque ele não pode imaginar para si mesmo uma vida cheia de alegria pela qual valha a pena lutar. Então eu senti que era realmente importante que, como adultos gays, nós mostrassemos que as nossas vidas são boas e felizes e saudáveis e que há uma vida digna”.

O canal do YouTube foi inundado com vídeos de homens e mulheres LGBT em todo o mundo que desejam compartilhar as suas histórias de sobrevivência e esperança.

Aqui fica mais um testemunho do projecto "It gets better" com Joel Burns na assembleia municipal de Forth Worth, Texas sobre a recente onda de suicídios de jovens gays.

 

 

Não deixa de ser triste que muitas das pessoas que testemunham neste projeto sejam oriundas de famílias cristãs que não são capazes de amar, compreender e apoiar os filhos homossexuais baseados numa doutrina homofóbica cristã tão contrária ao espírito evangélico. E, presentemente, muitos cristãos, continuam a apoiar a homofobia explicita e implicita, sem pingo de amor cristão, com a conivência das autoridades católicas, protestantes e ortodoxas em todo o mundo. 

Apoiem o projecto. Nós podemos fazer a diferença: It gets better!


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publicado por Riacho, em 22.10.10 às 19:31link do post | favorito

Muitas vezes a “representação” que fazemos de Deus acaba por identificar-se com “Deus em si mesmo”. Ou seja, identificamos nossa representação “imanente” com o Deus “transcendente”, escreve José María Castillo, teólogo espanhol, no seu blog, Teología sin censura, 20-10-2010. A tradução é do Cepat.

Eis o texto.
 
"Peço a Deus que me livre de Deus". Isto é o que pedia a Deus o Mestre Eckhart, um dos maiores místicos que Igreja já teve ao longo de sua história. Este homem, que nasceu em 1260 (Hochheim - Alemanha) e morreu em 1327 (Avignon - França), foi um dominicano que ocupou cargos de governo e ensino em sua Ordem Religiosa e na Universidade de Paris. Em 1326, o arcebispo de Colônia iniciou um processo contra os ensinamentos de Eckhart em seus sermões. O assunto chegou ao Papa João XXII que residia em Avignon. Mas o místico dominicano se submeteu, de antemão à decisão que pudesse tomar o Pontífice. Eckhart viajou para Avignon para se defender diante do papa, mas antes de poder apresentar a sua defesa, morreu inesperadamente.

Não pretendo expor aqui a doutrina do Mestre Eckhart, ensinamento complexo e nem sempre fácil de interpretar que se fundamenta no mais fundo radicalismo evangélico, em idéias filosóficas que tem sua origem em Plotino, e no “Guia dos Perplexos”, de Maimônides. Como é lógico, tudo isto não cabe em um post de um blog tão simples como este. Dito isto, o que eu quero dizer é que o tema de Deus, que deveria servir para unir os humanos, com frequência serve ao contrário. Porque é um fato que a Deus em si mesmo ninguém o viu e nem pode ver (Jo 1, 18). Por isso cada povo, cada cultura, cada religião, cada grupo humano e cada indivíduo “representa-o” como pode. Ou quem sabe como convém ou interessa a cada um.

O problema não está em que aquele que acredita invente o “seu próprio Deus”, de acordo com suas particulares conveniências. Não se trata disso. O problema radica no fato de que as pessoas que acreditam em Deus - por isso mesmo - têm a tendência (inconsciente) a relacionar determinados aspectos de usa vida e sua conduta, não com Deus em si, mas sim com a “representação de Deus” que cada qual faz. Ou quem sabe com a “representação de Deus” que lhe impuseram no ambiente religioso em que cresceu, em que vive e ao qual acaba se submetendo. Sobretudo, quando o crente de uma determinada religião está persuadido de que essa religião foi “revelada” por Deus mesmo. Inclusive – o que é ainda mais complicado – quando o crente pensa e aceita. Com isso, o que acontece é que a “representação” que fazemos de Deus acaba por identificar-se com  “Deus em si mesmo”. Ou seja, identificamos nossa representação “imanente” com o Deus “transcendente”.

E aqui, no processo íntimo (que se vive na intimidade do espírito) que acabo de destacar, aí é onde começa o perigo. O enorme e assombroso perigo que, sem dúvida, intuiu o Mestre Eckhard. É verdade que o pensamento do grande místico alemão ia muito mais longe, até a idéia de Deus mesmo. Mas eu não estou falando disso agora. Estou falando de nossos comportamentos. E bem sabemos que há aspectos de nossa conduta – de nossas idéias até nossos hábitos de vida – que, explicamos a partir de uma suposta vontade absoluta de Deus e por isso mesmo o fazemos de forma tão absoluta, intocável, indiscutível. Acaba que por detrás de posturas tão férreas, tão intransigentes, tão agressivas e até tão violentas, posturas (tão absolutamente intolerantes), tem-se um “deus intolerante”, quem sabe um “deus violento”. Por isso, às vezes, acontece que as posturas mais profundamente irracionais são, no fundo, posturas profundamente religiosas.

Muitas vezes, ao ver como se comportam ou falam algumas pessoas, me pergunto: “Em que deus acredita esse homem, ou que deus tem em sua cabeça esta mulher”? Eu me coloco muitas vezes essa pergunta por que não me cabe na cabeça que Deus, que é o Deus-Pai de todos os mortais, possa estar legitimando, justificando, impelindo ou promovendo o insulto, a palavra humilhante, a falta de respeito, a intolerância, a dureza de coração… Para não falar da ofensa descarada, do abuso e de tantas outras situações que causam dor, mal-estar, divisão e outras coisas que dá até vergonha em falar.

Quando penso nessas coisas e nesse tipo de situações, não posso deixar de lembrar de numerosos textos dos quatro evangelhos, nos quais Jesus afirma e insiste que quem “recebe”, “acolhe”, “escuta” ou “rejeita” a um ser humano, ainda que seja o ser humano mais frágil, uma criança, é a Jesus e a Deus a quem “recebe”, “acolhe”, “escuta” ou “rejeita” (Mt 10, 40; Mc 9, 37; Mt 18, 5; Lc 10, 16; 9, 48; Jo 13, 20). Mais ainda, no juízo definitivo que Cristo, o Senhor, fará de todas as nações da terra, o critério determinante é o que cada um fez ou deixou de fazer com qualquer ser humano (Mt 25, 31-45). Porque a dignidade de todo ser humano é tanta que se identifica com a dignidade do próprio Deus.

O Mestre Eckhart soube extrair dos ensinamentos de Jesus, o mais profundo que seguramente há nesses ensinamentos: a Deus o encontramos no “outro”, O encontramos ou o depreciamos nos “outros”. O perigo e o horror das religiões consiste em que podemos chegar a “divinizar” nossos sentimentos mais turvos e nossos ressentimentos mais baixos. Quando, em nome da defesa da fé em Deus privamos alguém de sua dignidade, de sua liberdade ou de seus direitos, incorremos em uma autêntica idolatria de blasfêmia. Até o extremo de que, por defender a “deus”, desprestigiamos ou ofendemos ao verdadeiro Deus, o Deus que está em cada ser humano.

O problema está em que, para viver isto, não baste tê-lo na cabeça. O absolutamente necessário é o que o mesmo Eckhart denominava de “despojamento de todo interesse, de todo desejo de possessão, de todo apego”, que nos afaste ou nos coloque frente ao outro, seja quem seja. Nesse caso, a “espiritualidade” se converte em “identidade” do espírito humano como a divindade. Assim, e apenas assim, superamos a religião e a metafísica, a divisão do divino e do humano, o sagrado e o profano, e centramos nossa vida na honradez, no respeito, na bondade sem limites e na sinceridade sem fronteiras.

 

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=37530

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publicado por Riacho, em 18.10.10 às 23:36link do post | favorito

Publicamos hoje uma carta do Pe. Luís Corrêa Lima, S.J, que esteve recentemente entre nós e que desmistifica muitas ideias pré-concebidas sobre a condição homossexual numa perspectiva de um padre católico jesuíta.

 

Carta aos pais dos homossexuais¹

Prezados pais,

Os seus filhos são um presente de Deus criador a vocês e à humanidade, assim como a vida de todo ser humano. E vocês são para eles um instrumento da Providência divina para tenham vida, afeto, educação e valores.

Nós chamamos a Deus de ‘Pai’, conforme a nossa tradição judaico-cristã. Usamos a nossa linguagem e experiência humanas para nos dirigirmos a alguém que ultrapassa os limites do mundo e da nossa vivência. Também reconhecemos nele os traços da ternura materna. A experiência do amor incondicional, que os pais proporcionam, é fundamental para o despertar da fé e para uma sadia relação com Deus.

Ter filhos homossexuais lhes remete à complexa realidade da diversidade sexual. Ao longo da história e em diferentes culturas, esta questão foi tratada de vários modos.

A nossa tradição de séculos longínquos e recentes já considerou a relação entre pessoas do mesmo sexo uma abominação e uma séria doença, impondo um pesado fardo a gays e lésbicas. No entanto, há mudanças que não podem ser negligenciadas, como a evolução dos direitos humanos, a superação da leitura da Bíblia ao pé da letra e, nos anos 1990, a supressão da homossexualidade da lista de doenças da Organização Mundial de Saúde. Trata-se de uma condição, e não de opção, que alguns carregam por toda a vida.

A sociedade e as famílias estão por aprender uma nova maneira de lidar com a homoafetividade; a Igreja Católica, que é parte da sociedade, também. Ao se falar da Igreja, freqüentemente se pensa em proibições e condenações. Este não é um ponto de partida adequado.

A Igreja ensina que ninguém é um mero homo ou heterossexual, mas antes de tudo um ser humano, criatura de Deus e, pela graça divina, filho Seu e destinado à vida eterna. E acrescenta que os homossexuais devem ser tratados com respeito e delicadeza. Deve-se evitar para com eles toda forma de discriminação injusta.

No nível local, há mudanças importantes acontecendo na Igreja. Em 1997, os bispos católicos norte-americanos escreveram uma bela carta pastoral aos pais dos homossexuais. O título é: Always our children (Sempre Nossos Filhos). Segundo eles, Deus não ama menos uma pessoa por ela ser gay ou lésbica. A Aids não é castigo divino. Deus é muito mais poderoso, mais compassivo e, se for preciso, mais capaz de perdoar do que qualquer pessoa neste mundo. Os bispos exortam os pais a amarem a si mesmos e a não se culparem pela orientação sexual dos filhos, nem por suas escolhas. Os pais de homossexuais não são obrigados a encaminhar seus filhos a terapias de reversão para torná-los heteros. Os pais são encorajados, sim, a lhes demonstrar amor incondicional. E dependendo da situação dos filhos, observam os bispos, o apoio da família é ainda mais necessário.

Prezados pais, os seus filhos serão sempre seus filhos. Vocês não fracassaram e nem erraram por causa da orientação sexual deles. O estigma de infâmia e de doença ligado à homossexualidade precisa ser vencido. A aceitação da condição de seus filhos torna a vida de ambos muito melhor e mais feliz. Esta tarefa não é fácil, mas também não é impossível. A prova disso é o depoimento de tantos pais que já conseguiram, ainda que tenham levado alguns anos.

A confiança no bom Deus, fonte de todo o bem e do amor incondicional, há de tornar este caminho mais suave e exitoso.

Cordialmente,

Pe. Luís Corrêa Lima, S.J.

 

¹ Enviada ao Grupo de Pais de Homossexuais (www.gph.org.br), em 3/8/2007.

 

Fonte: http://www.diversidadecatolica.com.br/ponto_vista_detalhes.php?id=6




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