A pressão internacional sobre o Malawi resultou e foi determinada a libertação do casal gay de que já aqui haviamos falado. Parabéns ao casal, parabéns ao Malawi e parabéns a quem contribuiu para a causa.
O Presidente do Malawi, Bingu Wa Mutharica, anunciou que irá perdoar o casal gay que tinha sido condenado a 14 anos de prisão por protagonizar o primeiro casamento entre homossexuais no país.
Mutharika disse que ordenou a libertação imediata de Steven Monjeza, de 26 anos, e de Tiwonge Chimbalanda, de 20. “Decidi dar-lhes o perdão, que entra hoje mesmo em vigor, e eles serão libertados”, disse o Presidente do Malawi após um encontro com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que se encontra de visita ao país. “O perdão foi decidido por razões humanitárias”, adiantou, citado pela AFP.
No Malawi a homossexualidade é um crime e o casal tinha sido condenado por “violar a ordem da natureza”. Tinha sido condenada à pena máxima prevista – 14 anos de detenção e trabalhos forçados - depois de ter organizado a primeira cerimónia simbólica de um casamento entre homossexuais no Malawi.
Steven Monjeza e Tiwonge Chimbalanda conheceram-se no início de 2009 e viviam junto há cinco meses quando decidiram oficializar a sua relação com uma cerimónia a 28 de Dezembro em Blantyre, a capital comercial do país.
“Saúdo esta decisão corajosa de perdoar estes dois homens gays", disse Ban Ki-moon, que apelou à revogação da lei “obsoleta” que permitiu a condenação. O Malawi é um dos 38 países africanos que condena a homossexualidade.
A sentença tinha gerado inúmeras críticas. A comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, Navy Pillay, disse ter ficado “chocada e consternada” com a condenação e a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, condenou a decisão e apelou ao Governo do Malawi para “mostrar que está determinado a promover e proteger os direitos humanos de todas as pessoas, qualquer que seja a sua orientação sexual”.