ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 05.02.18 às 20:12link do post | favorito

O presidente da Conferência Episcopal Alemã declarou que, em sua opinião, os sacerdotes católicos podem realizar cerimônias de benção para casais homossexuais.

O cardeal Reinhard Marx disse ao serviço de rádio da Radiodifusão do Estado da Baviera que "não pode haver regras" sobre esta questão. Em vez disso, a decisão de se uma união homossexual deve receber a bênção da Igreja deve ser "um sacerdote ou um agente pastoral" e feito em cada caso individual, afirmou o prelado alemão.

Falando em 3 de fevereiro, por ocasião de seu 10º aniversário como Arcebispo de Munique e Freising, o Cardeal Marx perguntou por que "a Igreja nem sempre avança quando se trata de exigências de alguns católicos sobre, por exemplo, a ordenação feminina diáconos, a benção de casais homossexuais, ou a abolição do celibato obrigatório [sacerdotal] ".

Marx disse que, para ele, a questão importante a ser feita ressalta como "a Igreja pode enfrentar os desafios colocados pelas novas circunstâncias da vida hoje -, mas também por novas idéias, é claro", particularmente em relação à pastoral.

Descrevendo isso como uma "orientação fundamental" enfatizada pelo Papa Francisco, Marx pediu que a Igreja tome "a situação do indivíduo, ... sua história de vida, sua biografia, ... seus relacionamentos" mais seriamente e acompanhá-los, como indivíduos em conformidade.

Marx recentemente pediu uma abordagem individualizada da pastoral, que, segundo ele, não está sujeita a regulamentos gerais nem é relativismo.

Esse "cuidado pastoral mais próximo" também deve se aplicar aos homossexuais, disse o cardeal Marx ao radiodifusor do estado bávaro: "E também é preciso incentivar os sacerdotes e os pastores a encorajar as pessoas em situações concretas. Eu realmente não vejo nenhum problema lá".

A forma litúrgica específica que tais bênçãos - ou outras formas de "encorajamento" - deve tomar é uma questão bastante diferente, continuou o arcebispo de Munique, e que exige uma análise mais aprofundada.

Perguntado se ele realmente estava dizendo que "poderia imaginar uma maneira de abençoar casais homossexuais na Igreja Católica", Marx respondeu, "sim" - acrescentando, no entanto, que não poderia haver "nenhuma solução geral".

"Trata-se de cuidados pastorais para casos individuais, e isso também se aplica em outras áreas, que não podemos regular, onde não temos conjuntos de regras".

A decisão deve ser tomada por "o pastor no terreno e o indivíduo sob cuidado pastoral", disse Marx, reiterando que, na sua opinião, "há coisas que não podem ser regulamentadas".

(Aciprensa/InfoVaticana)

Foto de Escolástica da Depressão.
 
 
 
 

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publicado por Riacho, em 26.06.15 às 21:43link do post | favorito

Supremo Tribunal legaliza casamento gay em todos os estados dos EUA

Supremo determina que a Constituição americana garante a todos os cidadãos o direito de contrair casamento.

Numa decisão histórica, o juiz conservador Anthony Kennedy juntou-se aos quatro juízes escolhidos pelos Democratas e votou a favor do casamento gayem todos os estados norte-americanos, moção que saiu vencedora através de cinco votos favoráveis contra quatro.

“Nenhuma união é mais profunda que o casamento, porque incorpora os mais altos ideais do amor, da fidelidade, da devoção, do sacrifício e da família”, escreveu Kennedy em nome do tribunal, referindo que os casais homossexuais “não podem ser excluídos de uma das mais antigas instituições da civilização” e que a Constituição garante a “igualdade de todos os cidadãos aos olhos da lei”.

Antonin Scalia, um dos juízes do tribunal que votou contra, também divulgou a sua posição, escrevendo que esta decisão é uma “ameaça à democracia americana”. John Roberts, presidente do Supremo, mostrou-se igualmente decepcionado com o resultado da votação.

A decisão do Supremo Tribunal é “um grande passo para a igualdade” e uma “vitória para a América”, afirmou o Presidente Barack Obama, a partir da Casa Branca. A decisão reflecte o ideal norte-americano de que “todos os cidadãos estão igualmente protegidos pela lei, independentemente de quem amam”, afirmou. O Presidente realçou ainda a “rapidez da mudança de mentalidade” no país e agradeceu a todos os que contribuíram, “durante décadas”, com “pequenos actos de coragem”, para esta decisão “histórica”.

A Casa Branca mudou mesmo a fotografia de perfil das suas contas oficiais do Twitter e do Facebook, apresentando o histórico edifício com as várias cores do arco-íris, associando-se aos festejos dos milhões de cidadãos e activistas dos direitos LGBT, um pouco por todo o mundo.

Para além de Obama, outras personalidades reagiram de forma positiva à decisão do Supremo Tribunal. A candidata presidencial Hillary Clinton partilhou no Twitter uma mensagem, afirmando-se “orgulhosa por celebrar uma vitória histórica para a igualdade no casamento”. Através da conta deemail da sua campanha, Hillary disse que hoje é “um daqueles dias de que iremos falar aos nossos netos”. Bernie Sanders, também candidato à nomeação presidencial pelo Partido Democrata, disse no Twitter que a decisão é uma “vitória para os casais do mesmo sexo”, “marginalizadas durante muito tempo” pelo sistema judicial norte-americano.

Mas as reacções não foram todas favoráveis. No site oficial da sua campanha para a presidência, o republicano Jeb Bush, que partilhou acreditar no “casamento tradicional”, escreveu que o “Supremo Tribunal devia deixar os estados tomarem esta decisão [de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo]”. Também Marco Rubio, senador e candidato presidencial republicano, criticou o tribunal. Citado pela Reuters, afirmou que acredita no casamento entre “um homem e uma mulher” e que são as pessoas que discordam desta ideia que “têm o direito de mudar as leis do Estado”, “não os juízes do Supremo Tribunal”.

O jornal The New York Times refere que a decisão é o culminar de várias décadas de litigação e activismo, e que a actuação “cautelosa e metódica” do Supremo contribuiu decisivamente para o crescente número de legalizações do casamento entre pessoas no mesmo sexo, fixado, actualmente, em 36 dos 50 estados norte-americanos. A actuação pouco assertiva do tribunal contribuiu também para que crescesse o apoio ao casamento gay na opinião pública dos EUA .

Texto editado por Clara Barata 

Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/supremo-tribunal-norteamericano-aprova-casamento-gay-1700221

 


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publicado por Riacho, em 07.06.15 às 18:57link do post | favorito

Em 1987, os cidadãos da Irlanda responderam, via referendo, se queriam, ou não, que o divórcio se tornasse legal no país. A esmagadora maioria votou Não. Nenhuma surpresa aqui, dizia-se à época, já que este era o país mais católico da Europa. Hoje, não mais.

A reportagem é de Paul Vallely, publicada pelo jornal The Independent, 24-05-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Paul Vallely é professor visitante de ética pública na Universidade de Chester, no Reino Unido e autor de uma importante biografia do Papa Francisco intitulada Pope Francis: Untying the Knots. London: Bloomsbury, 2013. Em breve estará publicando o livro Pope Francis: The Struggle for the Soul of Catholicism.

A votação maciça a favor da legalização do casamento homoafetivo no território nacional demonstrou uma transformação – clara e profunda – pela qual a sociedade irlandesa passou em apenas uma geração.

Em menos de três décadas, a Igreja Católica perdeu o seu controle sobre os irlandeses. Deixando de ser uma das sociedades europeias mais conservadoras, a Irlanda se tornou o primeiro país no mundo a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo – uma das questões definidoras do mundo moderno – não a partir da legislação de uma elite parlamentar, e sim através de uma consulta popular.

A autodestruição da Igreja institucional foi espetacular. As revelações sobre a extensão dos casos de abuso sexual cometidos por sacerdotes predadores enfraqueceram a autoridade moral da hierarquia católica e derrubaram a coisa mais próxima que a Europa tinha de uma teocracia. Os culpados não eram apenas os sacerdotes pedófilos. Desnudaram-se escândalos com irmãos e irmãs consagrados à vida apostólica, muitos dos quais envolvidos em regimes de crueldade física e psicológica em escolas. Sem falar em casos de violência ocorridos em lares assistenciais e nas “Lavanderias de Madalena”, locais de moradia para mães solteiras e “mulheres caídas”.

Pior ainda foi quando se evidenciou que alguns bispos haviam abrigado, por décadas, estes sacerdotes e religiosos abusadores. Os regimes destas instituições abusadoras contavam com a aprovação da hierarquia eclesiástica. Muitas vezes estas instituições contavam com a aprovação de agentes inspetores do governo, mas – de forma reveladora – o Estado secular evitou, em grande parte, o opróbrio que acabou recaindo só sobre a Igreja. Isso sugere que algo mais estava acontecendo na Irlanda do que uma simples desilusão com o catolicismo por causa de abusos nutridos sob uma cultura clerical.

A Igreja Católica foi o elemento singular mais poderoso durante os primeiros 60 anos da República Irlandesa. Ela moldava a política governamental via pressão pública e consultas clandestinas, mas principalmente através da forma como definia as normas culturais, políticas e sociais da sociedade irlandesa. Durante décadas, a sua autoridade moral autoconfiante não foi contestada.

Vendo hoje, o ponto alto do seu poder foram uns poucos dias, em setembro de 1979, quando João Paulo II se tornou o primeiro papa a visitar a Irlanda. Na ocasião, 1 em cada 3 da população irlandesa se fez presente no Parque Fênix, em Dublin, para ver o papa rezar uma missa. Foi o maior encontro de irlandeses em um único lugar – e o pináculo da influência do catolicismo no Estado irlandês.

Porém, algo mais estava em jogo na sociedade irlandesa. Seis anos antes de o papa chegar, a Irlanda havia se unido à União Europeia, ganhando acesso a mercados muito maiores do que até então, quando o seu comércio se dava predominantemente com a Inglaterra. Isso, junto com um influxo advindo de investimentos estrangeiros, transformaram a Irlanda profundamente – de um dos países mais pobres na Europa para um dos mais ricos. A sua economia cresceu de maneira tão poderosa na década de 1990 que o país ficou conhecido como o “Tigre Celta”.

Com essa afluência, e com um envolvimento cada vez maior junto à Europa, ocorria uma mudança nas atitudes sociais. A emigração, que por tanto tempo foi norma na sociedade irlandesa, deixou de existir. Pessoas com talentos específicos, nascidas no país, não mais olhavam para o exterior em busca de melhores condições de vida, mas permaneciam aí mesmo e fomentaram uma transformação social. A revista The Economist considerou a Irlanda o melhor lugar do mundo para se viver. “O aumento da riqueza material parece ter expandido as mentes bem como as carteiras”, como disse um analista social irlandês. Na imaginação pública, o secularismo acabou se associando a benefícios da modernidade urbana, e a religião foi relegada a uma associação com a pobreza de um passado rural.

Vozes começaram a se levantar em público pela liberalização de leis sobre o uso de métodos contraceptivos, o divórcio e até mesmo o aborto. Se a paz chegou aos poucos e lentamente na Irlanda, a transformação social veio rápida. Suspenderam-se as restrições contra o emprego de métodos contraceptivos. Ainda que um referendo para a legalização do divórcio fora derrotado em 1986 com ampla vantagem, um outro foi aprovado em 1995. Descriminalizou-se a homossexualidade em 1993, 30 anos depois que o mesmo havia ocorrido na Inglaterra. Um distanciamento entre a Igreja e a sociedade começou a tomar forma, lenta e silenciosamente.

Foram, evidentemente, os sacerdotes pedófilos quem mais contribuiu para o desfalecimento desta relação. A frequência às missas de domingo, que era mais de 90% na década de 1970, estava em 34% em 2013. Dom Diarmuid Martin, arcebispo de Dublin, estima que, na capital, este número está em apenas 18%. Hoje, muitos na Irlanda se descrevem como “pós-católicos”. Segundo Michael Kelly, editor do jornal The Irish Catholic, estes são “funcionalmente ateus”.

Um impasse se deu entre o governo irlandês e a Igreja diante da negação dos (e da falta de ação contra os) casos de abuso no país – tanto por parte dos bispos locais como por Roma. O primeiro-ministro irlandês disse que uma investigação oficial estatal “expôs a disfunção, a desconexão, o elitismo e o narcisismo” presente no Vaticano. De forma dramática, Dublin rompeu as relações diplomáticas com a Santa Sé – situação que permaneceu por quase três anos.

Isso tudo explica por que Dom Diarmuid Martin decidiu que a Igreja Católica não lideraria a oposição no referendo ocorrido nessa sexta-feira (22). Ele votou Não no referendo, porém acrescentou: “Não quero, de forma alguma, impor goela abaixo as minhas opiniões religiosas às outras pessoas”.

O tom da retórica do arcebispo baixou extraordinariamente. “O casamento não tem a ver só com duas pessoas se apaixonando. É mais complexo do que isso”, disse o prelado. “O meu voto no Não não é um voto contra as pessoas gays ou lésbicas”. Com isso, o religioso atenuou um bispo que costumava usar uma linguagem mais animada e divisionista. No passado, a Igreja tratou os gays e as lésbicas de um “jeito severo e hostil”, disse Dom Diarmuid Martin, que deixou que a oposição ao casamento gay fosse liderada por grupos de leigos católicos.

No final das contas, as frases de efeito da campanha pelo Não – tal como “Dois homens não conseguem substituir o amor de mãe” – não foram o suficiente para deter as mudanças advindas de uma maré inexorável.

 

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/542929--irlanda-decisao-da-igreja-de-nao-fazer-campanha-contraria-ao-casamento-homoafetivo-e-o-reconhecimento-de-uma-nova-realidade


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publicado por Riacho, em 14.10.14 às 21:57link do post | favorito

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 Disponível, por exemplo, em: http://www.wook.pt/ficha/o-casamento-sempre-foi-gay-e-nunca-triste/a/id/1498990

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 Disponível, por exemplo, em: http://www.fnac.pt/Arco-da-porta-do-mar-ALMEIDA-JOSE-ANTONIO/a738359

 

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Disponível, por exemplo, em: http://livrariautopia.blogspot.pt/2014/10/almeida-jose-antonio-memoria-de-lapis.html

Este último livro relata a história do Riacho e conta, portanto, parte das nossas próprias memórias. A não perder!

 

 


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publicado por Riacho, em 11.03.14 às 00:37link do post | favorito
O Papa Francisco declarou um cessar de hostilidades nas guerras culturais sobre o casamento homossexual, contracepção e aborto, temas que haviam definido a Igreja Católica durante grande parte da era moderna.

A reportagem é de Joshua Norman, editor da CBS News, 05-03-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Na quarta-feira, ele assinalou uma nova direção a esse respeito quando discutiu a união civil em uma entrevista curta, mas de grande alcance, na qual também falou sobre o seu desconforto com a adoração da figura de herói que tem surgido em torno dele. Embora ainda insistindo que o casamento é "entre um homem e uma mulher", ele explicou por que acha que as uniões civis foram criadas.

"Os Estados laicos querem justificar as uniões civis para regular diversas situações de convivência, impulsionados pela exigência de regular aspectos econômicos entre as pessoas, como por exemplo assegurar a assistência de saúde", disse o papa.

Quando perguntado até que ponto a Igreja poderia entender essa tendência, o papa respondeu: "É preciso ver os diversos casos e avaliá-los na sua variedade".

Uma matéria escrita por John Thavis, ex-chefe da sucursal de Roma do Catholic News Services, disse que isso indica que a Igreja "pode tolerar algumas uniões civis".

Vaticano, em janeiro passado, disse que o papa e a Igreja Católica não estão abertos às uniões civis de pessoas do mesmo sexo, e Thavis disse à redação da CBS News que as palavras do papa foram deliberadamente vagas nessa recente entrevista.

"Ele parece sugerir que a Igreja não é simplesmente contrária a qualquer discussão sobre isso", disse Thavis. "Mas não está claro se isso incluiria a união civil gay. Talvez ele esteja pensando que ela poderia ser tolerada em termos de benefícios sociais ou conjugais para casais não casados, mas que vivem uniões civis".

Essas declarações recentes, contudo, estão alinhadas com uma filosofia clerical mais tolerante e pacífica pela qual oPapa Francisco ficou famoso por defender.

"O papa está dizendo que não é assunto da Igreja interferir nessas soluções jurídicas para problemas complexos", disse Massimo Faggioli, professor de teologia na Universidade de St. Thomas, em Minnesota, em uma entrevista àCBS News. "Ele está reconhecendo que certas coisas não fazem parte da competência da Igreja".

Como instituição, "eu não acho que a Igreja vai apoiar" as uniões civis de pessoas do mesmo sexo, disse Faggioli.

O professor de origem italiana também acrescentou que as declarações do papa estão bem alinhadas com a "trégua" que ele pediu nas guerras culturais sobre gays e aborto quando disse a famosa frase "Quem sou eu para julgar?", em referência ao clero gay.

A parte mais importante da entrevista do papa na quarta-feira é a parte em que ele tenta se distanciar dos pontos de vista passados da Igreja Católica sobre "valores inegociáveis", segundo Faggioli.

"É uma mudança de paradigma na forma como o papa vai abordar algumas questões", disse Faggioli.

Um sínodo de bispos que será realizado em outubro irá analisar muitas posições sobre questões sociais oficialmente defendidas pela Igreja, e assuntos como a contracepção e o casamento serão provavelmente discutidos. Embora o papa tenha ficado famoso por uma espécie de populismo pastoral, pelo tom tolerante em várias questões morais, ele tem consistentemente ficado aquém ao indicar qualquer grande mudança na direção da doutrina católica.

Em sua entrevista de quarta-feira, o Papa Francisco explicou: "A questão não é a de mudar a doutrina, mas sim de ir fundo e fazer com que a pastoral leve em conta as situações e o que é possível fazer pelas pessoas".

 


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publicado por Riacho, em 09.01.14 às 00:09link do post | favorito

A imprensa começou a repercutir uma palestra dada pelo Papa Francisco em novembro no colóquio com os membros da União dos Superiores Gerais - USG - dos institutos religiosos masculinos, publicada em reportagem da revista Civiltà Cattolica no dia 03-01-2014. Temos visto manchetes como a do Globo, "Papa afirma que casamento gay é desafio educativo para a Igreja", ao do G1, "Papa Francisco pede nova atitude da Igreja com os filhos de homossexuais", e a do UOL, "Papa Francisco pede nova atitude da igreja com os filhos de homossexuais". Desde ontem, vi essas matérias despertarem reações positivas e negativas dentro da comunidade LGBT. Contudo, me parece que há um esclarecimento importante a fazer, que coloca o caso sob uma nova perspectiva.

O comentário é de Cristiana Serra e publicado por Diversidade Católica, 5-01-2014.

Um exame do documento revela que o papa não se referiu ao casamento gay em sua palestra em nenhum momento, ao contrário do que essas manchetes podem dar a entender. Provavelmente o mal entendido se deve ao fato de que o papa citou o caso de uma menina que estava triste porque "a namorada da minha mãe não gosta de mim". Esse é o único momento em que ele fala em gays. Acontece que o trecho completo é o seguinte:

"Para o Papa, os pilares da educação são: 'transmitir conhecimentos, transmitir modos de fazer, transmitir valores. Através deles se transmite a fé. O educador deve estar à altura das pessoas que educa, de interrogar-se quanto a como anunciar a Jesus Cristo a uma geração em transformação'. Para tanto, insistiu: 'a tarefa da educação hoje é uma missão chave, chave, chave!', e citou algumas de suas experiências em Buenos Aires sobre a preparação necessária para que se receba, em contextos educativos, crianças, adolescentes e jovens que vivem em situação complexa, especialmente em família: 'lembro-me do caso de uma menina muito triste que acabou confidenciando à professora o motivo de sua tristeza: 'a namorada da minha mãe não gosta de mim'. A porcentagem de crianças que estudam nas escolas e têm pais separados é altíssima. As situações que hoje vivem criam, portanto, novos desafios que, para nós, às vezes são até difíceis de entender. Como anunciar Cristo a esses meninos e meninas? Como anunciar Cristo a uma geração em transformação? É preciso que estejamos atentos, para que não lhes ministremos uma vacina contra a fé." (p. 14)

O curioso, portanto, é que essa frase da menina não é citada para falar sobre casais gays. Não é uma crítica aos gays, como a matéria do G1, por exemplo, pode fazer parecer. Pelo contrário: ele está falando sobre os desafios da educação da nova geração, fala que há situações complexas, dá esse exemplo, da menina que estava triste porque "a namorada da minha mãe não gosta de mim", e segue falando sobre a alta porcentagem de filhos da pais separados nas escolas, que as situações requerem novas estratégias, etc. Quer dizer: ele se refere, no contexto de um colóquio para religiosos, falando sobre a formação de religiosos, a um casal de mulheres com uma filha como um casal separado qualquer.

Vou repetir: o papa se refere a um casal de mulheres como um casal separado qualquer e que usa esse exemplo para refletir sobre como as fórmulas antigas para se lidar com as novas situações familiares não servem mais, estão alienando e afastando as pessoas ("ministrando uma vacina contra a fé"), e, em vez de assumir alguma postura rígida e preestabelecida, pergunta e convida os demais a pensar com ele:

"Como anunciar Cristo a esses meninos e meninas?". Pode parecer sutil, mas o impacto disso, no contexto de uma instituição milenar que não pode mudar por meio de grandes rupturas, é imenso, e vai muito, mas muito além do que a maneira apressada e até equivocada como a imprensa vem repercutindo essas suas palavras.

Que a abertura do papa Francisco para a dúvida, o questionamento das certezas preestabelecidas, o encontro e o diálogo com o outro nos sirvam de exemplo e inspirem, também nós, a partir ao encontro do nosso irmão.

Veja também:

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/527041-o-que-o-papa-disse-e-o-que-ele-nao-disse-sobre-o-casamento-gay-


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publicado por Riacho, em 21.08.13 às 14:02link do post | favorito

É bem conhecido o mantra: o casamento – cristão, é claro – é a união de um homem e uma mulher. Só que a igreja da Idade Média celebrou – ao que parece – bodas homossexuais. Sabe-se, graças ao historiador americano Richard John Boswell (As uniões de mesmo sexo na Europa antiga e medieval [1]). Foi ele quem descobriu que os cristãos gregos dos séculos X e XI  abençoaram oficialmente "uniões do mesmo sexo". Tal consideração enfurece a atual igreja ortodoxa, que jura que só se tratavam de castas "confraternizações". É possível.

A reportagem é de Arnaud Gonzague,  publicada no sítio Religión Digital, 17-08-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Ícone surpreendente

No entanto, um surpreendente ícone do Monte Sinai representa a união de dois homens santos do século IV, São Sérgio e São Baco, com Jesus, que tem todo o jeito de ser um "pronubus" (testemunha da boda).

Boswell afirma que existiam análogas "disposições para abençoar a união de dois homens" entre os cristãos eslavos desde o ano mil, que teriam durado na Europa até os tempos modernos.

Na França da Idade Média também há sinais: de acordo com o medievalista Allan A. Tulchin, existiam uniões masculinas especiais, os chamados "contratos de irmanamento", pelos quais os "irmãos" ("affrèrés" – "frères") se comprometiam, diante de testemunhas, a viver juntos, compartilhando "um pão, um vinho e uma bolsa de dinheiro".

Obviamente, ninguém está em condições de comprovar as consequências concretas desse tipo de amável coabitação, mas uma coisa é clara: nenhum dos bons cristãos daquele tempo se escandalizava com isso.

Nota:

[1] Les unions du même sexe dans l'Europe antique et médiévale, Fayard, 1996.


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publicado por Riacho, em 10.01.13 às 23:42link do post | favorito
Catedral de Washington vai celebrar casamentos gay
Fotografia © Gary Cameron/Reuters

A catedral nacional de Washington, de tradição episcopal, anunciou esta quarta-feira que passaria a celebrar casamentos entre casais homossexuais.

Em comunicado, a Igreja afirmou que os casamentos entre homossexuais poderiam ser celebrados conforme uma adaptação do tradicional rito de casamento. "Afirmamos com entusiasmo que cada pessoa é um filho amado de Deus. Como tal, integraremos plenamente os gays e as lésbicas na vida desta casa espiritual da nação", afirmou o eclesiástico da Igreja em comunicado.

O Supremo Tribunal dos EUA analisará em março a delicada questão do casamento homossexual, proibido a nível federal, mas legal em nove estados, incluindo a capital Washington.

Barack Obama, que foi o primeiro presidente a apoiar abertamente o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, participará numa celebração na catedral a 22 de janeiro, um dia depois da tomada de posse do seu segundo mandato.

 

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2985977&seccao=EUA%20e%20Am%E9ricas

 


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publicado por Riacho, em 28.11.12 às 22:14link do post | favorito

O ator veterano Morgan Freeman (trilogia “Batman”) é o narrador de um novo comercial a favor do casamento gay. O vídeo traz imagens de casais homossexuais, da Estátua da Liberdade e de Martin Luther King, um ícone na luta pela igualdade, enquanto Freeman, que já viveu Deus no cinema, diz que “Liberdade, justiça e dignidade humana sempre guiaram nossa jornada por uma união mais perfeita. Agora, por todo o país, nós estamos nos unindo para garantir o direito de gays e lésbicas se casarem com as pessoas que eles amam.”

Intitulado “O Início de um Novo Dia para o Casamento Igualitário”, o comercial é iniciativa da fundação Campanha pelos Direitos Humanos, que defende os direitos de gays, lésbicas e transgêneros nos EUA. O astro Brad Pitt (“A Árvore da Vida”) também endossa a iniciativa, e contribuiu recentemente com uma doação de U$S 100 mil dólares ao Fundo Nacional para Casamento, criado pela Campanha.

Freeman falou sobre o tema em uma entrevista realizada pela revista Newsweek. “Eu cresci no Sul, mas comecei a dançar com mais ou menos 20 anos quando eu saí da Força Aérea, e quando você estuda dança, você está rodeado de homossexuais o tempo todo”, disse. “Quando você os conhece, você precisa ter uma nova visão!”

O ator também narrou outra propaganda recente, em apoio à reeleição do presidente americano Barack Obama, que é favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

.

Dawn of a New Day for Marriage Equality

 

(EUA, 2012)


Fonte: http://pipocamoderna.com.br/morgan-freeman-narra-comercial-a-favor-do-casamento-gay/218511



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publicado por Riacho, em 13.11.12 às 01:10link do post | favorito

Voltam as velhas ideias católicas da Idade Média!

 

Lideranças católicas ficam contrariadas com decisões dos Estados Unidos e da Europa

por Jarbas Aragão

 

Vaticano promete “guerra ao casamento gay”Vaticano promete “guerra ao casamento gay”

O jornal L’Osservatore Romano, principal publicação do Vaticano, publicou como matéria de capa os esforços que serão adotados pela Santa Sé para lutar, mesmo que sozinha, contra as iniciativas de conceder o reconhecimento legal de casais do mesmo sexo.

O ensinamento católico é que os homossexuais devem ser respeitados e tratados com dignidade, mas que seus atos são “intrinsecamente desordenados”. “Pode-se dizer que a igreja, pelo menos nesta frente de batalha, foi derrotada”, diz o L’Osservatore.

Em um comunicado paralelo, feito pelo porta-voz do Papa, à Rádio Vaticano, Federico Lombardi perguntou sarcasticamente por que os defensores do casamento entre homossexuais não pedem também o reconhecimento legal de casais poligâmicos. “Fica claro que, nos países ocidentais, existe uma tendência disseminada de modificar a visão histórica do casamento entre um homem e uma mulher. Ou mesmo de renunciar a ela, eliminando seu reconhecimento legal específico e privilegiado na comparação com outras formas de união”, disse o padre Lombardi.

O editorial de Lombardi na Rádio oficial da ICAR, transmitida para o mundo todo em cerca de 30 línguas, classificou as decisões como “míopes”, afirmando que “essa lógica não pode ter uma percepção de longo prazo visando o bem comum”.

As palavras de Lombardi tem muita força, considerando que além de porta-voz do Vaticano, é diretor da Rádio Vaticano e da Televisão do Vaticano. Ele afirmou ainda ser de “conhecimento público” que o “casamento monogâmico entre homem e mulher é uma conquista da civilização”.

A forte reação dos católicos é resultado das “conquistas” do movimento em diferentes partes do mundo. Três estados dos EUA aprovaram o casamento homossexual em referendos realizados junto com a eleição presidencial. Reeleito, Barack Obama já se disse favorável a esse reconhecimento que em breve deve ser legalizado em outros Estados americanos. Embora tenha parabenizado Obama pela reeleição, o Papa Bento XVI disse estar rezando para que os ideais de liberdade e justiça continuem a ser acolhidos no mundo.

Na mesma semana, a Espanha manteve a lei do casamento gay, e a França avançou com a legislação que promete legalizar o casamento gay no início do próximo ano. Contudo, no ambiente europeu cada vez mais liberal, não houve manifestações contrárias de vulto.

A reação da mídia do Vaticano deve ter repercussões imediatas dentro da Igreja Católica Romana. Ao que parece, a fortes reações indicam que seus líderes, prometeram “nunca parar de lutar contra as tentativas de “eliminar” o casamento heterossexual.

A Mídia do Vaticano insiste ainda que os católicos devem se esforçar nessa “luta corajosa para defender a doutrina da Igreja em face de ideologias politicamente corretas que tentam invadir todas as culturas do mundo”. “A Igreja é chamada a apresentar-se como o crítico solitário da modernidade”, disse Lombardi, ao enfatizar que os governos deveriam respeitar os valores essenciais defendidos pelo Vaticano, isso inclui a liberdade religiosa e a oposição ao aborto, eutanásia e outras questões classificadas como “pró-vida”. Traduzido do jornal The Australian.

 

http://noticias.gospelprime.com.br/vaticano-promete-guerra-ao-casamento-gay

 

 

 


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