ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 06.11.13 às 23:09link do post | favorito

O Riacho congratula-se com o “Documento Preparatório” do próximo Sínodo dos Bispos, que o Vaticano enviou à Conferência Episcopal Portuguesa, com as 38 questões sobre “Os desafios pastorais da família, no contexto da evangelização”.


Deixamos aqui as questões recolhidas no blog http://caldas-sao-jorge.blogspot.pt/2013/11/as-38-perguntas-do-inquerito-da.html para que a reflexão possa começar desde já.

 

Como prévios necessários são o conhecimento da Sagrada Escritura ( Biblia), do Magistério da Igreja: [da constituição pastoral] “Gaudium et spes”, [da exortação apostólica] “Familiaris consortio”, a encíclica “Humanae vitae”, Sacramentos e Liturgia, outros documentos do Magistério pósconciliar.

Inquérito inédito mostra que Francisco quer ouvir as bases, diz Carreira das Neves. Conferência Episcopal reconhece "coragem" da iniciativa.

Questionário
Se há muita gente a viver junto antes do casamento ou qual é a atitude dos fiéis perante os casais do mesmo sexo são algumas das perguntas preparadas pela Santa Sé. O questionário de nove temas está a ser distribuído em todo o mundo. Cada conferência episcopal deverá fazer chegar o resumo das respostas nacionais ao Vaticano até ao final de Janeiro do próximo ano.

GRUPO 1
Sobre a difusão da Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja a propósito da família
1. Qual é o conhecimento real dos ensinamentos da Bíblia, [da constituição pastoral] “Gaudium et spes”, [da exortação apostólica] “Familiaris consortio” e de outros documentos do Magistério pósconciliar sobre o valor da família segundo a Igreja católica?
Como são os fiéis formados para a vida familiar em conformidade?
2. Onde é conhecido, o ensinamento da Igreja é aceite integralmente? Há dificuldades de o pôr em prática? Quais?
3. Como é difundido no contexto dos programas pastorais nos planos nacional, diocesano e paroquial o ensinamento da Igreja? Que tipo de catequese sobre a família é promovida?

4. Em que medida – e em particular sob que aspectos – este ensinamento é realmente conhecido, aceite, rejeitado e/ou criticado nos ambientes extraeclesiais?
Quais são os factores culturais que impedem a plena aceitação do ensinamento da Igreja sobre a família?

GRUPO 2
Sobre o matrimónio segundo a lei natural

5. Que lugar ocupa o conceito de lei natural na cultura civil, quer nos planos institucional, educativo e académico, quer a nível popular?
Que visões da antropologia estão subjacentes a este debate sobre o fundamento natural da família?

6. O conceito de lei natural em relação à união entre o homem e a mulher é geralmente aceite por parte dos baptizados?

7. Como é contestada, na prática e na teoria, a lei natural sobre a união entre o homem e a mulher, em vista da formação de uma família?
Como é proposta e aprofundada nos organismos civis e eclesiais?

8. Quando a celebração do matrimónio é pedida por baptizados não praticantes, ou que se declaram não-crentes, como enfrentar os desafios pastorais que daí derivam?

GRUPO 3
A pastoral da família no contexto da evangelização

9. Que experiências surgiram nas últimas décadas na preparação para o matrimónio? 
Como se procurou estimular a tarefa de evangelização dos esposos e da família? 
De que modo se pode promover a consciência da família como “Igreja doméstica”?

10. Conseguiu-se propor estilos de oração em família, capazes de resistir à complexidade da vida e cultura contemporânea?

11. Perante a actual crise geracional, como são as famílias cristãs capazes de cumprir a sua vocação de transmitir a fé?

12. De que modo as Igrejas locais e os movimentos de espiritualidade familiar souberam criar percursos exemplares?

13. Qual é a contribuição específica que casais e famílias conseguiram oferecer para difusão de uma visão integral do casal e da família cristã credível nos dias de hoje?

14. Que atenção pastoral a Igreja mostrou para sustentar o caminho dos casais em formação e dos casais em crise?

GRUPO 4
Sobre a pastoral para enfrentar algumas situações matrimoniais difíceis

15. A convivência ad experimentum [coabitação antes do matrimónio] é uma realidade pastoral na sua igreja particular? 
Em que percentagem a calcula?

16. Existem uniões livres de facto, sem o reconhecimento religioso nem civil? Há dados estatísticos confiáveis?
17. Os separados e os divorciados recasados constituem uma realidade pastoral relevante na sua Igreja particular? 
Em que percentagem se poderiam calcular? 
Como se enfrenta esta realidade, através de programas pastorais adequados?
18. Em todos estes casos: como vivem os baptizados a sua irregularidade?
Estão conscientes da mesma? 
Simplesmente manifestam indiferença? 
Sentem-se marginalizados e vivem com sofrimento a impossibilidade de receber os sacramentos?

19. Quais são os pedidos que as pessoas separadas e divorciadas dirigem à Igreja, a propósito dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação?
Entre as pessoas em tais situações, quantas pedem estes sacramentos?

20. A simplificação da práxis canónica em ordem ao reconhecimento da declaração de nulidade do vínculo matrimonial poderia oferecer uma contribuição positiva real para a solução das problemáticas das pessoas interessadas? Se sim, de que forma? Existe uma pastoral para ir ao encontro destes casos? Como se realiza esta actividade pastoral?

GRUPO 5
Sobre as uniões de pessoas do mesmo sexo

21. O vosso país tem uma lei civil de reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo, equiparada de alguma forma ao matrimónio?

22. – Qual é a atitude das Igrejas locais, quer diante do Estado civil promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, quer perante as pessoas envolvidas neste tipo de união?

23. – Que atenção pastoral é possível prestar às pessoas que escolheram viver em conformidade com este tipo de união?

24. No caso de uniões de pessoas do mesmo sexo que adoptaram crianças, como é necessário comportar-se pastoralmente, em vista da transmissão da fé?

GRUPO 6
Sobre a educação dos filhos no contexto das situações de matrimónios irregulares

25. Qual é nestes casos a proporção aproximativa de crianças e adolescentes, em relação às crianças nascidas e educadas em famílias regularmente constituídas?

26. Com que atitude os pais se dirigem à Igreja? O que pedem? Somente os sacramentos, ou inclusive a catequese e o ensino da religião em geral?
27. Como as Igrejas particulares vão ao encontro da necessidade dos pais destas crianças, em oferecer uma educação cristã aos próprios filhos?

28. Como se realiza a prática sacramental em tais casos: preparação, a administração do sacramento e o acompanhamento?

GRUPO 7
Sobre a abertura dos esposos à vida

29. Qual é o conhecimento real que os cristãos têm da doutrina da encíclica Humanae vitae a respeito da paternidade responsável? Que consciência têm da avaliação moral dos diferentes métodos de regulação dos nascimentos?
Que aprofundamentos poderiam ser sugeridos a respeito desta matéria, sob o ponto de vista pastoral?

30. Esta doutrina moral é aceite? Quais são os aspectos mais problemáticos que tornam difícil a sua aceitação para a grande maioria dos casais?
31. Que métodos naturais são promovidos por parte das Igrejas particulares, para ajudar os cônjuges a pôr em prática a doutrina da encíclica “Humanae vitae”?

32. Qual é a experiência relativa a este tema na prática do sacramento da penitência e na participação na Eucaristia?

33. Quais são, a este propósito, os contrastes que se salientam entre a doutrina da Igreja e a educação civil?

34. Como promover uma mentalidade mais aberta à natalidade? Como favorecer o aumento dos nascimentos?

GRUPO 8
Sobre a relação entre a família e a pessoa
35. – Jesus Cristo revela o mistério e a vocação do homem: a família é um lugar privilegiado para que isto aconteça?

36. Que situações críticas da família no mundo contemporâneo podem tornar-se um obstáculo para o encontro da pessoa com Cristo?

37. Em que medida as crises de fé incidem sobre a vida familiar?

GRUPO 9
Outros desafios e propostas

38. Existem outros desafios e propostas a respeito dos temas abordados neste questionário, sentidos como urgentes ou úteis?

Da última vez que houve um encontro oficial de bispos dedicado à família, em 1980, nenhum país tinha aprovado o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A exortação apostólica que resultou desse sínodo sobre o papel da família cristã no mundo moderno, e que ainda hoje é um dos documentos orientadores das famílias e das igrejas locais, nada diz sobre casamentos homossexuais.
Mas perante o número crescente de divórcios, João Paulo II, que convocou o encontro e escreveu a exortação, reconhecia o fenómeno.
Mas dizia que, no caso de pessoas que se divorciaram e, mais cientes da "indissolubilidade do matrimónio", não tornaram a casar, não deveria haver obstáculos a receberem sacramentos.
Trinta anos depois, o tema da família volta a ser o mote para um sínodo. E há, desde já, a garantia que nenhum assunto será esquecido. Não só se vai discutir as dificuldades e desejos dos divorciados e recasados, mas também a situação dos casais em união de facto ou do mesmo sexo, assim como situações em que adoptaram, e o que procuram para os filhos junto da Igreja.
O Vaticano já tinha anunciado, no mês passado, que o Papa Francisco convocou para Outubro de 2014 um sínodo de bispos, que será o terceiro de carácter extraordinário desde que estes encontros foram reinstituídos nos anos 60.
De acordo com a lei canónica, estes concílios só podem ser convocados quando em causa estão "assuntos que exijam resolução rápida." Agora, e a um ano do encontro, os pontos da agenda tornaram-se públicos . E, numa decisão inédita, o Vaticano em vez de consultar apenas padres e movimentos da Igreja sobre os temas que vão ser debatidos, preparou um inquérito que deverá ser colocado à disposição de todos.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) confirmou a recepção do questionário em Outubro, que já enviou para as dioceses para ser distribuído.
Em Inglaterra, os bispos optaram por preparar uma sondagem online, disponível desde 31 de Outubro.
Ao jornal i, Manuel Morujão, porta-voz da CEP, admitiu que essa poderá ser uma opção, informando que de 11 e 14 de Novembro terá lugar uma assembleia de bispos em Fátima, onde haverá mais orientações.
O questionário, igual para todo o mundo, já está traduzido para português.
Num total de nove temas, há questões sobre a forma como as famílias são apoiadas para viver de acordo com a doutrina católica mas também sobre dificuldades práticas com que têm de lidar.
Uma das intenções do sínodo, revelada em Outubro, é perceber o que fazem as diferentes paróquias, no sentido de harmonizar práticas.
Se o tema do casamento entre pessoas do mesmo sexo é inédito, com o Vaticano a querer saber qual a atitude nas paróquias em relação ao reconhecimento de uniões civis mas também aos casais nestas circunstâncias, há temas retomados onde parece haver uma abertura para a mudança.
É o caso dos entraves colocados a divorciados e recasados, com o Vaticano a perguntar se simplificar a "declaração de nulidade do vínculo matrimonial" seria positivo.
O Riacho tem dado o seu modesto contributo na reflexão como ser homossexual solteiro, casado ou em união de facto e poder ser/estar integrado na igreja. Sugere-se também sobre este tema o livro do José António de Almeida:
 
Fontes:

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publicado por Riacho, em 02.08.10 às 22:53link do post | favorito

Há bastante tempo que não falava com o (nosso) Carlos. Os motivos são sempre os mesmos: é a vida …. (a de costas largas, que serve para todas as culpas e desculpas).

Mas há umas 2 semanas e até por um desencontro no Arraial Gay, voltamos à fala, o Carlos e eu.

Duma troca de mail’s acertamos revermo-nos no CNC para a Conferencia do Padre Luís Correia Lima SJ, brasileiro, que ia falar sobre o seu apoio a minorias “excluídas” da Igreja.

Duas horas, entre conferencia, perguntas e respostas.

Um dos grupos que o Pd. Luís segue, é de casais “recasados”.

Esta situação dos casais divorciados é uma das situações que a Igreja gere “ad-hoc”, isto é, consoante o elemento do clero com quem dialoguemos: desde a recusa liminar da comunhão, à sua aceitação sempre e quando não voltem a casar (e portanto não oficializando o casamento no registo civil, não oficializam perante a Igreja a sua situação de pecadores confessos), até aqueles que não julgando nem condenando os aceitam, não recusando nem apoio espiritual nem os sacramentos.

Sobre esta situação recordo uma amiga que me referiu uma conversa que teve com um monge beneditino e este, relativamente à comunhão, lhe ter dito: “ …. e imagina que Cristo, convidando-a para jantar em Sua casa, lhe recusaria alimento?”. Destes há-os, são é poucos!

Mas o Pd. Luís referiu também o seu apoio pastoral a grupos de católicos gays, concretamente em S. Paulo. Da sua palestra o que mais retive de substancial foi a forma de abordar todas estas problemáticas, no seio da sua cadeia hierárquica:

Ele considera que nos últimos anos, em discursos dos mais altos responsáveis da Igreja, inclusive dos últimos Papas, muitas portas que estavam fechadas foram abertas. E sobre muitos temas controversos, para além dos referidos.

Desta forma todas as intervenções do Pd. Luís se iniciam ou fundamentam explicitamente em palavras ditas, ou doutrinas proclamadas. Ele limita-se a tirar conclusões ou consequências dessas declarações.

A imagem que me ficou impressa foi a do aproveitamento inteligente das tais novas portas abertas e que nos permitem, pedra a pedra, ir fazendo persistentemente o nosso caminho.

Num momento fez uma referência especial a Bento XVI, insistindo na força modernizadora da sua palavra. Criticou-nos, àqueles que como muitos de nós, não o lêem e nos deixamos ficar pelos títulos “imparciais” dos jornais.

Como acusei o toque, lembrei-me que de Bento XVI só tinha lido a sua 1º encíclica “Deus é Caridade” e de como fiquei surpreendido perante os conceitos que defendeu.

 

Em resumidas palavras, diz o Papa, há duas formas de amor:

  • Ágape, amor oblativo de dedicação ao próximo (amor caridade)
  • Eros, o amor de alguma forma egoísta, (eventualmente, penso eu, sublimável numa exegese religiosa profunda)

e, concluía Bento XVI, não pode haver uma forma de amor sem a outra, isto é, não se pode dar sem se receber, como recebendo é-se “obrigado” a devolve-lo.

Assim resolvi ler outra encíclica: “Caridade na Verdade”, esta de 2009, recente portanto.

Nunca imaginei ver tratada toda a problemática moderna que nos assola: desde a globalização, à deslocalização das fábricas para os “low cost countries”, ao turismo sexual, à problemática da manipulação genética, às uniões de facto, à sobrevivência do planeta, ao comércio justo, ao diálogo urgente com as outras confissões e com os não crentes, às distorções da pirâmide etária nas sociedades mais desenvolvidas e suas consequências para os estados sociais, à fome, à miséria, à bipolarização do mundo, à ………………

Mas Bento XVI não se limita a identificar os problemas. Enumera os factos, analisa-os à luz da razão e da fé e aponta caminhos claros! Abre as tais portas e indica os caminhos de forma inequívoca. Desafia-nos a fazer o caminho para avançar.

Não há duvida que o Pd. Luís tem toda a razão na sua estratégia de acção.

 

Mas o título desta nota é: “Há coincidências!”

É que foi na mesma sala do CNC e há mesma hora, que há muitos anos fui assistir a uma conferência do Bispo Jacques Gaillot. Mas o meu motivo principal era conhecer o Riacho, no qual depois comecei a participar de forma regular.

Faz-me falta aquela água, agora seca!


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publicado por Riacho, em 10.01.09 às 16:18link do post | favorito

Olá

 

Hoje destaco uma notícia de abertura aos casais "irregulares" nomeadamente aos divorciados.

 

Bom fim de semana

 

Carlos

 

Associação de cristãos divorciados será recebida no Vaticano
 

O presidente do Conselho Pontifício para a Família, o Cardeal Ennio Antonelli receberá, no próximo dia 23 de Janeiro, o presidente da Associação das Famílias Separadas Cristãs, Ernesto Emanuele. A notícia é adiantada pela Rádio Vaticano, que cita fontes do referido Conselho.

 

Esta será a primeira vez que representantes de divorciados - que para o magistério da Igreja Católica não podem receber a Comunhão se iniciarem um novo relacionamento - serão recebidos em audiência oficial no Vaticano.

 

Na Sexta-feira, durante a apresentação do VI Encontro Mundial das Famílias, o Cardeal Ennio Antonelli ressaltara que o evento da Cidade do México será aberto a todos, pois a Igreja não exclui ninguém.

 

“A Igreja é próxima e acolhedora também para os casais irregulares e convida-os a fazer todo o bem possível e a rezar, porque Deus os ajuda”, disse o Cardeal italiano respondendo a uma pergunta sobre divórcio e filhos gerados fora do casamento.


 

in: http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=68117&seccaoid=4&tipoid=81


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