A proposta do PS para a coadoção por casais ou unidos de facto do mesmo sexo foi aprovada hoje no Parlamento, com 99 votos a favor, 94 votos contra e 9 abstenções.
Após a aprovação, as galerias irromperam em gritos de celebração e palmas, com muitas pessoas em lágrimas. A deputada socialista Isabel Moreira, uma das primeiras subscritoras da proposta, conjuntamente com Pedro Delgado Alves, mostrou-se muito emocionada.
Apesar da proposta ser da autoria do PS, houve 16 deputados do PSD a votá-la favoravelmente, já que o partido deu liberdade de voto à bancada, tal como no PS, aliás, ontem se registaram três abstenções. No CDS não houve votos a favor, mas registaram-se três abstenções. As bancadas do BE, PCP, PEV votaram favoravelmente.
Teresa Leal Coelho, Luís Menezes, Francisca Almeida, Nuno Encarnação, Mónica Ferro, Cristóvão Norte, Ana Oliveira, Conceição Caldeira, Ângela Guerra, Paula Cardoso, Maria José Castelo Branco, Joana Barata Lopes, Pedro Pinto, Sérgio Azevedo, Odete Silva e Gabriel Goucha foram os sociais-democratas que votaram a favor do diploma. Abstiveram-se Pedro Silva Pereira, Miguel Laranjeiro e José Junqueiro, do PS; Duarte Marques, João Prata e Sofia Bettencourt, do PSD; e João Rebelo, Teresa Caeiro e Michael Seufert, do CDS. Os dois socialistas que votaram contra foram António Braga e João Portugal.
O diploma do PS sobre coadoção por casais ou unidos de facto do mesmo sexo pretende estender o vínculo de parentalidade de um dos elementos do casal (pai ou mãe biológica ou adotante) ao cônjuge que ainda não o possui em relação à criança.
Logo depois, foi votada a proposta do Bloco de Esquerda, que foi rejeitada, com 77 votos a favor, 104 votos contra e 21 abstenções. Os votos contra foram provenientes da maioria da bancada do PSD, do CDS e de seis deputados socialistas.
O diploma apresentado pelo BE diferia do diploma do PS porque eliminava a impossibilidade legal de adoção por casais do mesmo sexo e alterava o Código do Registo Civil, tendo em conta a procriação medicamente assistida, a adoção e o apadrinhamento civil por casais do mesmo sexo.
Do mesmo modo, a proposta d' Os Verdes que pretendia alargar as famílias com capacidade de adoção também foi rejeitada
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/parlamento-aprova-coadocao-por-casais-homossexuais=f807709#ixzz2TZZ8fLos
Os psicoterapeutas podem ser utilizados como magos com a esfera de cristal? E, aos ativistas gays, escapa o alcance antropológico das modificações postas em ação? Na França os tons da discussão sobre os casamentos gay são acaloradas e registram um pronunciamento dos psicanalistas que também comparece como petição já firmada por quase dois mil profissionais. “Sustentamos que não compete à psicanálise mostrar-se moralizadora ou portadora de predições. Pelo contrário, nada do nosso corpus teórico nos autoriza a prever o futuro das crianças, qualquer que seja o tipo de casal que os cria. A prática psicanalítica nos ensina há muito tempo que é impossível obter relações de causa e efeito entre um tipo de organização social ou familiar e um destino psíquico individual“.
A reportagem é de Delia Vaccarello e publicada pelo jornal L'Unità, 16-01-2013. A tradução é de Benno Dischinger.
E, na Itália? O verdadeiro debate parece encerrado nos subentendidos. De uma parte, se tem visto as intervenções de alguns profissionais que invocam velhos modelos e, de outra, as teses de ativistas gays que se cansam em analisar a complexidade das situações. “É preciso apelar a um método científico enquanto tal, perfectível e revocável, na base de pesquisas e contra-argumentações fundadas numa verificação aguda de dados de realidade e de cada passo metodológico, de cada objeto, de cada assunção do fazer ciência”, propõe Paolo Rigliano, psiquiatra e psicoterapeuta, dirigente de um centro psicossocial em Milão, autor de numerosos textos sobre a questão gay, entre os quais o último, Curare i gay? (ed. Cortina, escrito junto com Jimmy Ciliberto e Federico Ferrari).
Além de basear-nos na premissa metodológica, - essencial se pensamos nos assuntos das terapias reparadoras não demonstráveis e semelhantes aos artigos de fé, - e na afirmação precisa “melhor falar de profissionais de psicologia e psiquiatria”, Rigliano se detém sobre as recaídas de amplo alcance postas em ação pela homossexualidade, de modo particular daquela “moderna”, isto é, vivenciada como dimensão central da vida, a partir da qual se cumpram escolhas e se ponham em campo projetos. “O ponto importante é o seguinte: a homossexualidade põe em discussão um posicionamento antropológico. Por trás do levantamento de escudos contra as famílias gays está o pavor de que o posicionamento antropológico, no qual fomos educados há milênios, se exponha a uma incerteza repleta de perigos e de possíveis danos”.
Há uma análise em Curare i gay?, onde se lê: “toda a estrutura social é interrogada, toda ordem “natural” é chamada em causa pela homossexualidade”, quais sejam forma, legitimidade, escopo do desejo, o que significam a forma feminina e masculina, quais os valores, o poder, a identidade, o reconhecimento social, os direitos e deveres, que relações tenha tudo isto com a filiação.
No tom das intervenções de quem é contrário às famílias gay os temores permanecem, no entanto, embutidos, enquanto afloram os anátemas. “Eu o repito: ou cada coisa é demonstrada nas atas, fazendo afirmações precisas e aduzindo dados de realidade, ou então fazemos sermões que parecem “ipse dixit””, continua Rigliano.
Os ativistas gays, de seu lado, parecem concentrados principalmente nas conquistas a obter. “É uma tarefa dos diversos modos de incumbir-se da vulnerabilidade que está por trás dos assim chamados normais. A questão gay recoloca em discussão o masculino e o feminino, o que é o paterno e o que é o materno. Para enfrentar os debates é preciso elaborar um pensamento altíssimo, capaz de desmontar as diretrizes milenares e reconstruir outras. Não se pode evitar a dimensão antropológica aninhada no coração do problema. Aos militantes gays digo que se empenhem num estrênuo trabalho cultural. Pretender saltar as passagens da análise e da construção social, simbólica, psíquica e relacional para chegar às leis pode ser um risco que não permite um real crescimento coletivo”.
O que sugerir aos profissionais da psicoterapia? “Não se fechar nas próprias presumidas certezas, assumindo, ao invés, uma conduta atentíssima com a realidade, criativa e original, confrontando-se com os dados que a ciência produz. Uma conduta aberta, informada e extremamente crítica, tendente a entender, com reflexões, toda forma e tipo de velhos modelos que se mostraram obsoletos”.
Veja também:
A batalha perdida da Igreja. Artigo de Danièle Hervieu-Léger
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/517007-quem-tem-medo-dos-gays-ate-a-psicanalise-permaneceu-com-o-pe-atras
A ministra da Justiça francesa anunciou, esta terça-feira, em entrevista ao diário cristão "La Croix", que o Governo pretende permitir aos casais homossexuais a adoção de crianças "num quadro idêntico ao atualmente em vigor" para os casais heterossexuais.
foto LIONEL BALTEIRO/GLOBAL IMAGENS |
O projeto de lei que o Governo tem em preparação, e que deve apresentar no final de outubro ao parlamento, vai permitir aos casais homossexuais casarem e adotarem crianças, tal como o presidente francês, François Hollande, prometeu durante a campanha eleitoral.
"O projeto de lei vai estender às pessoas do mesmo sexo as disposições atuais do casamento, da filiação e da parentalidade", declarou Christiane Taubira.
A ministra sublinhou que o Governo pretende autorizar a adoção de crianças por casais homossexuais "num quadro idêntico ao atualmente em vigor" para os casais heterossexuais.
Os homossexuais vão "poder, como os outros, adotar em nome individual ou conjunto, acendendo ao processo de adoção nas mesmas condições que os heterossexuais", acrescentou.
No início de julho, no discurso de política geral, o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, prometeu que "no primeiro semestre de 2013, o direito ao casamento e à adoção" seria "aberto a todos os casais, sem discriminação".
A presidente do Partido Cristão-Democrata, Christine Boutin (ministra da Habitação do ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy), já veio defender um referendo sobre o casamento gay.
De acordo com uma sondagem realizada pelo instituto Ifop e citada pela agência noticiosa francesa AFP, 65% dos franceses são favoráveis ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Contudo, as opiniões estão mais divididas quanto à possibilidade de estes casais adotarem crianças.
Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=2763443&page=-1
Convidamos a assinar a petição pela legislação da parentalidade por casais do mesmo sexo em Portugal:
No filme Patrik 1.5, Göran (Gustaf Skarsgård) é um médico e tem o sonho de ser pai. O seu companheiro Sven (Torkel Petersson), pouco sensível, e alcoólatra no passado, teve um casamento heterossexual e tem uma filha adolescente. É este é o casal que se candidata a adoptar uma criança numa pequena e conservadora cidade sueca.
Apesar das dificuldades em conseguir a autorização para a adopção, eles não desistem. Quando recebem uma notificação a dizer que foram aprovados para adoptar uma criança, começam a decorar o quarto do fiho com muito cuidado. Berço, carrinho e tudo o que um bebé de um ano e meio precisa.
Porém, por um erro de digitação da Segurança Social, que colocou uma vírgula fora do sítio, o filho deles é Patrik (Thomas Ljungman), um adolescente de 15 anos, homofóbico, órfão e com um passado criminal. A convivência é hostil no princípio, mas, aos poucos, Patrik começa a aproximar-se dos seus pais adoptivos com os seus dotes de jardinagem.
Para mais informações sobre o filme clica aqui: http://www.megaupload.com/?d=1KS8Q0LF
O sacerdote José de Jesús Aguilar (foto), subdiretor da Radio e Televisão da Arquidiocese do México, pronunciou-se a favor da adoção de crianças entre pessoas do mesmo sexo – contrário à posição dos cardeais Norberto Rivera e Juan Sandoval Íñiguez – e disse que a "Igreja Católica está cheia de homossexuais" que participam no trabalho pastoral. A reportagem é de Eugenia Jiménez, publicada no jornal Milenio, 23-08-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto. Para ler mais:
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=35633 |
A Igreja Católica continua a ter dificuldade em acatar as leis dos países em que se insere. Tem duas soluções possíveis: ou acata a lei de um país democrático ou desiste da sua actividade específica. Pedir isenção da lei britânica é um caminho que a pode deixar pelo caminho.
Londres, 19 ago (Lusa) - Uma agência católica de adoção perdeu um recurso no Reino Unido em que contestava a lei que proíbe a discriminação de homossexuais, anunciou hoje a entidade que fiscaliza o trabalho das instituições sociais. A agência Catholic Care, localizada na cidade de Leeds, pretendia ficar isenta da lei britânica, de modo a poder acatar os ensinamentos da igreja católica, que se opõe à adoção por casais gay. Segundo a Charity Commission, regulador britânico das instituições sociais, os homossexuais podem ser pais e as opiniões baseadas na religião não justificam a sua discriminação. Fonte: http://dn.sapo.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=1644763
Esta reportagem é um exempo de jornalismo pela positiva e um testemunho da capacidade de casais gays para adoptar crianças inclusive com o apoio de uma organização católica de S. Francisco, Estados Unidos (Catholic Charities). Faz-nos ver também como deste lado do Atlântico estamos neste campo quase na idade da pedra.