ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 30.09.10 às 18:20link do post | favorito
Em cerca de quatro meses realizaram-se 131 casamentos em Portugal entre pessoas do mesmo sexo, segundo dados divulgados hoje à agência Lusa pelo Ministério da Justiça.
O primeiro casamento homossexual foi entre Teresa Pires e Helena Paixão O primeiro casamento homossexual foi entre Teresa Pires e Helena Paixão (PÚBLICO)

 

A lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo entrou em vigor a 31 de Maio último, tendo-se realizado o primeiro casamento a 7 de Junho.

De acordo com o Ministério da Justiça, desde essa data realizaram-se 131 casamentos homossexuais.

O primeiro casamento homossexual foi entre Teresa Pires e Helena Paixão. As duas mulheres viviam juntas há oito anos e em Fevereiro de 2006 deram entrada com um processo de casamento na conservatória, mas viram o processo recusado, primeiro pelo conservador e depois pelos tribunais.

O polémico diploma só foi promulgado pelo Presidente da República a 17 de Maio, no penúltimo dia do prazo e após o fim da visita do Papa a Portugal.

Depois de ter submetido o diploma à fiscalização preventiva do Tribunal Constitucional - que o considerou constitucional -, Cavaco Silva acabaria por promulgar o diploma no Dia Mundial contra a Homofobia.

Este diploma teve origem numa proposta do Governo e foi aprovado pelo Parlamento, contando com os votos favoráveis do PS, BE, PCP e PEV e contra do CDS-PP e PSD, tendo seis deputados social-democratas abstiveram-se.

 

Fonte: http://www.publico.pt/Sociedade/casamento-homossexual-131-unioes-desde-que-lei-entrou-em-vigor_1458820


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publicado por Riacho, em 30.09.10 às 18:06link do post | favorito

"As igrejas gostariam de uma sociedade em que seja crime tudo o que, para elas, é pecado", escreve Contardo Calligaris, psicanalista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 30-09-2010.

Eis o artigo.

 

"Em maio passado, durante uma visita ao santuário de Fátima, o papa Bento XVI declarou que o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo estão entre os mais "insidiosos e perigosos desafios ao bem comum".

Atualmente, quase todas as igrejas cristãs (curiosamente alinhadas com as posições do papa) negociam seu apoio aos candidatos à presidência cobrando posições contra a descriminalização do aborto e contra o casamento gay.

Em 2000, segundo o censo, havia, no Brasil, 125 milhões de católicos, 26 milhões de evangélicos e 12 milhões de sem religião. É lógico que os principais candidatos inventem jeitos de ficar, quanto mais possível, em cima do muro - tentando satisfazer o lobby cristão, mas sem alienar totalmente as simpatias de laicos, agnósticos e livres pensadores (minoritários, mas bastante presentes entre os formadores de opinião).

Adoraria que as campanhas eleitorais fossem mais corajosas, menos preocupadas em não contrariar quem pensa diferente do candidato. Adoraria também que soubéssemos votar sem exigir que nosso candidato pense exatamente como nós. Mas não é esse meu tema de hoje.

Voltemos à declaração do papa, que junta aborto e casamento gay numa mesma condenação e, claro, tenta pressionar os poderes públicos, mundo afora. Para ele, o que é pecado para a igreja deve ser também crime para o Estado.

No fundo, com poucas exceções, as igrejas almejam um Estado confessional, ou seja, querem que o Estado seja regido por leis conformes às normas da religião que elas professam. De novo, as igrejas gostariam de uma sociedade em que seja crime tudo o que, para elas, é pecado: o sonho escondido de qualquer Roma é Teerã ou a Cabul do Talibã.

Há práticas sexuais que você julga escandalosas? Está difícil reprimir sua própria conduta? Nenhum problema, a polícia dos costumes vigiará para que ninguém se dedique ao sexo oral, ao sexo anal ou a transar com camisinha.

Para se defender contra esse pesadelo (que, ele sim, é um "insidioso e perigoso desafio ao bem comum"), em princípio, o Estado laico evita conceber e promulgar leis só porque elas satisfariam os preceitos de uma confissão qualquer. As leis do Estado laico tentam valer por sua racionalidade própria, sem a ajuda de deus algum e de igreja alguma.

Por exemplo, é proibido roubar e matar, mas essa proibição não é justificada pelo fato de que essas condutas são estigmatizadas nas tábuas dos dez mandamentos bíblicos. Para proibir furtos e assassinatos, não é preciso recorrer a Deus, basta notar que esses atos limitam brutalmente a liberdade do outro (o assaltado ou o assassinado).

Agora, imaginemos que você se oponha ao casamento gay invocando a santidade do matrimônio. Se você acha que o casamento é um sacramento divino que só pode ser selado entre um homem e uma mulher, você tem sorte, pois vive numa democracia laica e sua liberdade é total: você poderá não se casar nunca com uma pessoa do mesmo sexo. Ou seja, você poderá manter quanto quiser a santidade e a sacramentalidade de SEU casamento.

Acha pouca coisa? Pense bem: você poderia ser cidadão de uma teocracia gay, na qual o Estado lhe imporia de casar com alguém do mesmo sexo.

Argumento bizarro? Nem tanto: quem ambiciona impor sua moral privada como legislação pública deveria sempre pensar seriamente na hipótese de a legislação pública ser moldada por uma outra moral privada, diferente da dele.

Parêntese: Se você acha que essa história de casamento gay é sem relevância, visto que a união estável já é permitida etc., leia "Histórias de Amor num País sem Lei. A Homoafetividade Vista pelos Tribunais - Casos Reais", de Sylvia Amaral (editora Scortecci).

PS. Sobre a dobradinha sugerida pela declaração do papa: talvez, para o pontífice, aborto e casamento gay sejam unidos na mesma condenação por serem ambos consequências da fraqueza da carne (que, obstinadamente, quer gozar sem se reproduzir).

Mas, numa perspectiva laica, a questão do aborto e de sua descriminalização não tem como ser resolvida pelas mesmas considerações que acabo de fazer para o casamento gay. Ou seja, não há como dizer: se você for contra, não faça, mas deixe abortar quem for a favor. Vou voltar ao assunto, apresentando alguns dilemas que talvez nos ajudem a pensar.

 

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36828


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publicado por Riacho, em 28.09.10 às 00:20link do post | favorito

Em "Reis que Amaram como Rainhas" o investigador Fernando Bruquetas de Castro tira do armário várias personalidades históricas.

 

"Confesso que dormi com um homem." Ricardo Coração de Leão, o rei inglês mais corajoso das Cruzadas, subiu muitas vezes ao púlpito da igreja para confessar os seus pecados. Depois de ter mantido um romance com o rei de França, Filipe II, e de não resistir aos encantos do trovador da corte, Ricardo pediu ajuda à Igreja. As confissões públicas (peccatum illud) eram a resposta no século XII.

"Ricardo Coração de Leão era muito religioso e os clérigos defendiam que a única maneira de se libertar da ''doença'' era o sacramento da confissão. Subia ao púlpito e confessava os pecados: sexo com outros homens", explica ao i o autor do livro "Reis que Amaram como Rainhas", Fernando Bruquetas de Castro. "Transforma-se num ícone gay, quando o filósofo Michel Foucault revelou estas confissões públicas. Ricardo Coração de Leão era um exemplo de coragem e homossexual."

O monarca inglês é uma das 45 personalidades históricas, deuses e santos, que Fernando Bruquetas de Castro, professor na Universidade de Las Palmas de Grã Canária, incluiu no livro (editado agora em português). Durante dois anos e meio, o historiador investigou o tema, consultou documentos originais e falou com outros historiadores. De Júlio César, imperador romano de quem se dizia ser "marido de todas as mulheres e mulher de todos os maridos", ao duque de Windsor, o monarca inglês que em 1936 abdicou do trono para casar com uma mulher divorciada, traça-se um percurso histórico da homossexualidade. Ficaram de fora outros exemplos, como as suspeitas que recaem sobre Alberto do Mónaco.

Na edição portuguesa, Fernando Bruquetas de Castro dá mais destaque às figuras lusas. Entre elas estão o rei D. Pedro, o rei D. Sebastião, o Infante D. Henrique, Afonso de Albuquerque, o conde de Vila Franca, o marquês da Valada e outros aristocratas. O historiador, que esteve em Lisboa a promover o livro, escolheu dois exemplos para nos explicar como fundamentou as suas teorias.

D. Pedro

Ficou na história como um romântico. O rei D. Pedro I era o Justiceiro, porque vingou a morte de D. Inês de Castro, a mulher que amou e coroou já morta. Segundo o livro de Fernando Bruquetas de Castro, o monarca português que viveu no século XIV era bissexual. "Pedro amava Inês, mas também tinha outro tipo de amores e paixões. Na crónica de Fernão Lopes há uma frase que o explica ''e como o rei muito o amasse, mais do que se deve aqui dizer...'' Um cronista não escreve isto ao acaso quando se refere às intimidades entre um rei e o seu escudeiro."

Mas o historiador espanhol dá mais pormenores sobre este episódio. O escudeiro em questão era Afonso Madeira, mais tarde é mandado castrar pelo rei quando é apanhado com uma mulher. O argumento oficial era que D. Pedro não queria adultérios na sua corte. "Eram claramente ciúmes", diz Bruquetas de Castro.

Infante D. Henrique

O herói dos Descobrimentos era homossexual, garante Fernando Bruquetas de Castro. "Foi o que mais me surpreendeu, mas quando comecei a investigar, não há dúvidas", diz ao i. Quando perdeu um companheiro na campanha em Ceuta, em 1414, o Infante D. Henrique, o Navegador, fez um luto de três meses e chorou muito. Tanto que o seu pai, o rei D. João I, chegou a pedir-lhe que se contivesse. Os comportamentos fora do normal levaram até ao irmão, o futuro rei D. Duarte, a dizer-lhe para que "não desse mais prazer aos homens para lá do que se deve fazer de forma virtuosa".

O Infante D. Henrique ficou na história como casto, já que nunca se casou nem lhe foi referida alguma ligação a mulheres. "Três investigadores apontam a sua homossexualidade como algo claríssimo. Em Sagres, Henrique estava sempre rodeado de adolescentes que iam para os Descobrimentos e lhe traziam como prenda escravos negros. Mas o mais estranho é o desaparecimento do seu cronista, seu contemporâneo, que escreveu a sua história. Por que desapareceu? Porque estava lá tudo e não queriam que a Igreja soubesse."

 

Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/80345-os-novos-icones-gays-d-sebastiao-d-pedro-i-infante-d-henrique


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publicado por Riacho, em 26.09.10 às 20:02link do post | favorito

Três dos cinco galardões do Queer Lisboa 14 foram entregues a filmes argentinos. O júri apresentou as escolhas na noite de domingo no Cinema São Jorge, na cerimónia de encerramento do 14º Festival de Cinema Gay e Lésbico.

  

O júri da Secção Competitiva para a Melhor Longa-Metragem, formado pela actriz Rita Blanco, o escritor José Luís Peixoto, Michèle Philibert, directora artística e programadora, o jornalista e crítico Thomas Abeltshauser e o jornalista e realizador Gorka Cornejo escolheu para filme vencedor «El Último Verano de la Boyita», de Julia Solomonoff (Argentina).

"Através da história de amizade entre uma jovem curiosa e um hermafrodita, o filme oferece-nos um exemplo de empatia e solidariedade, combinando beleza e crueldade. Evitando julgamentos, clichés e superficialidade, frequentemente presentes em filmes convencionais com crianças", declarou o júri. O prémio, no valor de 1.000,00 €, é patrocinado pela Absolut Vodka.

Foi atribuída ainda uma Menção Honrosa ao filme «Open», do norte-americano Jake Yuzna, pela "sua autêntica, ousada e comovente representação da vida e amor queer, desafiando os conceitos de género e identidade".

O prémio para Melhor Actor foi para Lucas Ferraro pela sua performance em «Plan B», do argentino Marco Berger, filme exibido após a entrega dos prémios. "O actor, de modo convincente e cativante, guia-nos através das suas inseguranças enquanto explora a sua sexualidade e questiona as suas próprias definições de masculinidade", defendeu o júri.

No prémio para a Melhor Actriz o júri decidiu premiar as três performances femininas do filme «El Último Verano de la Boyita», da também argentina Julia Solomonoff: Guadalupe Alonso, Mirella Pascoal e Nicolas Treise. Esta decisão especial baseia-se na "leveza com que encarnam os três complexos papéis. Enquanto Guadalupe nos encanta e contagia com o seu generoso olhar sobre a vida, Mirella constrói com mestria uma abordagem subtil e complexa ao que é ser mãe de uma criança queer. Nicolas Treise tem uma representação queer e sincera, ao mesmo tempo contida e comovente".

Na secção documental, o júri, formado pela realizadora Veronika Minder, em conjunto com Rui Pedro Tendinha, jornalista de cinema, e Adília Godinho, jornalista da RTP, escolheu o documentário «Angrarna - Regretters» para filme vencedor da Secção Competitiva para o Melhor Documentário.

Realizado pelo sueco Marcus Lindeen, «Regretters» é, "pela forma como cruza o teatro com a vida, sempre com um cuidado cinematográfico notável, um filme que nos desvenda duas histórias surpreendentes que levantam questões de identidade/género, e a própria existência", disse o júri. O prémio é de 3.000,00 €, atribuído pela televisão oficial do Queer Lisboa 14, a RTP2, pela compra dos direitos de exibição do filme.

A Menção Especial foi para «I Shot My Love», realizado pelo israelita Tomer Heymann, merecedor de destaque "pela bravura de uma exposição íntima inédita num documentário que "redefine as fronteiras da intimidade em cinema".

Já o vencedor da Secção Competitiva para a Melhor Curta-Metragem, escolhido pelo público, foi «Toiletzone», realizada pelo francês Didier Blasco, que relata, sob o olhar de Théo, a estranha realidade vivida num WC de um grande centro comercial. O prémio, no valor de 500,00€, é patrocinado pela Manhunt.

O Queer Lisboa 14 decorreu entre 17 e 25 de Setembro no Cinema São Jorge, em Lisboa, e para o ano está já garantida mais uma edição do festival entre 16 e 24 de Setembro.

SAPO Cinema

Fonte: http://cinema.sapo.pt/magazine/festival/argentina-foi-a-grande-vencedora-do-queer-lisboa


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publicado por Riacho, em 24.09.10 às 19:59link do post | favorito

Sugestão de cinema para hoje às 22 horas, no cinema S. Jorge. Children of God conta-nos a história de três indivíduos: Lena, a esposa de um pastor gay no armário; Romeo, um jovem negro que esconde a sua sexualidade e Jonny, um artisto branco com um problema de inspiração. Os três dirigem-se até à tranquila ilha de Eleuthera, cada um por uma razão diferente...

 


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publicado por Riacho, em 24.09.10 às 01:36link do post | favorito

Um tema lindissimo na versão de Leo Jackson.

 


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publicado por Riacho, em 21.09.10 às 23:42link do post | favorito

Vocal


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publicado por Riacho, em 19.09.10 às 21:45link do post | favorito

Vi o filme e recomendo, é uma ternurinha! Fica a trailer para abrir o apetite:

 

 

 

 

E vale também pela banda sonora!

 


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publicado por Riacho, em 18.09.10 às 22:05link do post | favorito

Uma sugestão da Sofia Andreazza. Obrigado e beijinhos!

 


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publicado por Riacho, em 18.09.10 às 10:09link do post | favorito

O primeiro filme em exibição na 14ª edição do Queer Lisboa é uma boa surpresa do cinema sul-americano recente. «El Cuarto de Leo» pode ser visto este sábado no Cinema São Jorge.

Muito simpática, esta primeira longa-metragem do uruguaiano Enrique Buchichio. Tanto que «El Cuarto de Leo», lá para o final, quase consegue fazer esquecer a sensação de déjà vu deixada pelo arranque.

O que começa como um olhar sobre a (re)descoberta da sexualidade de Leo, o jovem protagonista (novamente abandonado por uma namorada), aparenta tornar-se em mais um filme que apenas muda o cenário de um argumento-tipo (iniciado por títulos como «Coming Out») mas acaba por oferecer algumas nuances e desvios, mesmo que não inverta totalmente as expectativas.

O reencontro do protagonista com uma amiga de infância, a circunspecta Caro, não só permite que esta primeira obra desenhe um curioso retrato dos acasos do quotidiano (e da amizade) como reforça a sua intensidade, concedendo um novo fôlego à narrativa.

Com uma realização cuja sobriedade tem paralelo no argumento, Buchichio demonstra saber contar uma história e tem um evidente respeito (e carinho) pelas suas personagens. E assim é difícil não sentir empatia quer por Leo, protagonista com tanto de hesitante como de genuinamente simpático, quer pelo coeso elenco de secundários (onde o colega de apartamento, pelo seu sedentarismo quase inacreditável, merece uma referência especial).

Uma banda sonora acolhedora e uma fotografia de tons outonais ajudam a construir algumas cenas memoráveis (como aquela em que Leo e Caro ouvem música no quarto e a câmara desliza discretamente) e se o resultado final nem sempre é tão inspirado, a sua combinação de modéstia e sensibilidade garante-lhe um carisma que muitos filmes (alguns até melhores) gostariam de ter.

«El Cuarto de Leo» é exibido às 15 horas deste sábado, 18 de Setembro, na sala 1 do Cinema São Jorge, em Lisboa. O filme insere-se na secção Panorama Longas-Metragens do Queer Lisboa 14, que arrancou hoje e decorre até dia 25.    Gonçalo Sá

 

Fonte: http://cinema.sapo.pt/magazine/festival/do-uruguai-para-o-queerlisboa


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