ESPAÇO DE ENCONTRO E REFLEXÃO ENTRE CRISTÃOS HOMOSSEXUAIS em blog desde 03-06-2007
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publicado por Riacho, em 30.07.10 às 14:23link do post | favorito
Teólogo homossexual é demitido de universidade romana

Expulsão com debate teológico. Ou talvez com pequena espionagem nos bares gays de Colônia, na Alemanha. David Berger (foto) é um jovem teólogo conservador alemão. Um emergente, muito estimado. Tem 42 anos. Como primeira atividade, ensina no Villa-Gymnasium de Erftstadt, escreve, até pouco tempo atrás dirigiu uma revista e, atividade de grande prestígio, desde setembro de 2003, é professor da Pontifícia Academia São Tomás de Aquino em Roma. Perdão, era.

A reportagem é de Danilo Taino, publicada no jornal Corriere della Sera, 29-07-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O presidente da Academia, Mons. Lluis Clavell, afiliado da Opus Dei, nos últimos dias, exonerou-o do magistério. Foi licenciado porque é homossexual declarado. O que torna tudo mais interessante é o fato de que, nestas horas, na Alemanha, abriu-se uma discussão: Berger é homossexual só como orientação, e por isso não licenciável, ou também nos comportamentos concretos, e por isso pecador?

No clima criado pelos abusos sexuais descobertos nos últimos meses na Alemanha, Berger decidiu, em abril, escrever um artigo para o jornal Frankfurter Rundschau. "Não podia mais me calar", explicou, ouvindo alguns prelados relacionando as violências com a homossexualidade de quem as havia cometido. Depois de ter assistido a um debate televisivo particularmente áspero, decidiu agir. Renunciou a seu cargo de diretor da revista conservadora Theologisches e, em um artigo, disse abertamente que era gay. Acrescentou que as posições da Igreja Católica sobre a homossexualidade eram "hipócritas e beatas" e que, "no catolicismo, há um aumento das tendências homofóbicas".

Três meses depois, Mons. Clavell lhe informou que não poderá mais ensinar na Academia São Tomás. O prelado disse ter sabido da admissão de Berger com "profunda dor e horror", e que a sua posição "em um ponto do magistério da Igreja" não lhe permite permanecer na Academia. O jovem teólogo defende, pelo contrário, que o Catecismo de 1992 veta estritamente todo ato de homossexualidade, mas acrescenta que as pessoas homossexuais devem "ser aceitas com respeito, compaixão e sensibilidade" e não devem ser tratadas injustamente. Porém, ninguém – conclui – lhe perguntou se ele praticava a sua sexualidade.

O ponto levantado por Berger poderia abrir um debate teórico interessante, diferenciando entre sentimento e prática. Neste momento, porém, a discussão está menos refinada. O site de direita Kreuz.net entrou em campo com o objetivo de demonstrar "a vida dupla como homossexual" de Berger. O site pergunta se o jovem teólogo preferia que Clavell "contratasse um investigador privado". Acrescenta que "Berger vive com um homem em um apartamento de Colônia", que tem muitos amigos homossexuais no Facebook e que ele "está se afundando em um ambiente gay".

Final mais político: o Kreuz.net pergunta ao arcebispo de Colônia, cardeal Joachim Meisner, como ele pode continuar suportando na sua diocese um professor de religião homossexual. Subentendido: se um teólogo católico é gay, não pode trabalhar.

Para ler mais:

Fonte - http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=34811

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    publicado por Riacho, em 29.07.10 às 00:41link do post | favorito
    A ministra da Saúde, Ana Jorge, reconhece que "será necessário voltar a fazer recomendações" Hugo Delgado, Lusa

     

    Ana Jorge admite que os serviços do Ministério da Saúde vão ter de reforçar as recomendações aos “locais de colheita de sangue” para que expurguem os inquéritos a preencher pelos dadores de quaisquer questões relativas à orientação sexual. É esta a reacção da ministra da Saúde a um inquérito distribuído no Porto que formula uma questão nesse sentido: “Se é homem, alguma vez teve relações sexuais com outro homem?”.

    Tutela obrigada a insistir na exclusão de questões sobre orientação sexual.
    A pergunta sobre a orientação sexual dos dadores de sangue faz parte de um inquérito do Hospital de Santo António obtido pela agência Lusa. Confrontada com o teor do documento, a ministra da Saúde alega que a questão pode ter resultado de uma abordagem clínica individual: "O que pode ter acontecido é que, na abordagem individual, no contexto clínico da responsabilidade do médico no que está a fazer, eventualmente pode haver uma ou outra pergunta mais específica". Questionada pela agência de notícias, à margem de uma visita ao Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão, no Estoril, Ana Jorge garantiu que o modelo elaborado pelo Instituto Português do Sangue, distribuído em "todos os locais de colheita" a "doentes e potenciais dadores", não comporta "nenhuma referência à orientação sexual dos indivíduos". "Do inquérito constam apenas perguntas relacionadas com o comportamento das pessoas, independentemente de serem homo, hetero ou bissexuais", insistiu a governante. No entanto, a ministra da tutela reconhece que "será necessário voltar a fazer recomendações". E no caso da unidade hospitalar do Porto, indicou, é necessária "uma orientação por parte dos serviços competentes"."Obrigar o Governo a seguir normas comunitárias" Da parte do Ministério da Saúde, reforçou Ana Jorge, "tem havido uma recomendação segura e que, provavelmente, será necessário voltar a fazer, que é a seguinte: aquilo que está em causa não é a opção sexual do indivíduo, mas sim os comportamentos da actividade sexual, ou seja, aquilo que é mais importante perguntar é se já teve actividades sexuais com diferentes parceiros nos últimos seis meses, independentemente da sua orientação sexual". "Aquilo que nós precisamos de garantir é a qualidade do sangue que transfundimos para as pessoas e uma das formas de garantir isso é ter um inquérito bem feito, exclusivamente em relação àquilo que são as actividades e o comportamento das pessoas e não à sua orientação sexual", reiterou. Na segunda-feira, durante uma deslocação a Barcelos, Ana Jorge fora já confrontada com a persistência de obstáculos às doações de sangue por parte de homossexuais. Segundo uma fonte do próprio Ministério, citada pela agência Lusa, pouco ou nada se alterou nos procedimentos dos serviços de recolha, quatro meses depois de o Parlamento ter aprovado, por iniciativa do Bloco de Esquerda, uma recomendação para que fossem removidas dos inquéritos todas as questões dirigidas a homens homossexuais. A governante sublinhava, então, que "aquilo que está definido como boas práticas é que não há nenhuma discriminação do ponto de vista da orientação sexual". Em declarações à Lusa, o deputado José Soeiro deu conta da intenção, por parte do partido de Francisco Louçã, de apresentar, já na abertura da próxima sessão legislativa, um projecto com o objectivo declarado de "obrigar o Governo a seguir normas comunitárias": "Países como Espanha e Itália há já algum tempo que retiraram, através de uma decisão política, a homossexualidade da lista dos factores de exclusão, sem nunca terem registado qualquer aumento na incidência de infecções no sangue colhido".

    http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Tutela-obrigada-a-insistir-na-exclusao-de-questoes-sobre-orientacao-sexual.rtp&article=363732&visual=3&layout=10&tm=2


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    publicado por Riacho, em 28.07.10 às 23:38link do post | favorito
    28/7/2010
    Luteranos dos EUA acolhem pastores gays

    Com uma imposição de mãos, a Igreja Evangélica Luterana na América (ELCA), nos Estados Unidos, no último domingo, recebeu em seu rebanho sete pastores abertamente gays, que haviam sido barrados, até recentemente, do ministério da Igreja.

    A reportagem é de Laurie Goodstein, publicada no jornal The New York Times, 25-07-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

    A cerimônia na Igreja Luterana St. Mark, em San Francisco, foi a primeira de várias cerimônias planejadas desde que a denominação obteve uma ampla margem de votos em sua convenção do ano passado para permitir que ministros gays não celibatários em relacionamentos comprometidos sirvam a Igreja.

    "Hoje, a Igreja está falando com uma voz clara", disse o Rev. Jeff R. Johnson, um dos sete pastores gays que participaram da cerimônia. "Todas as pessoas são bem-vindas aqui, todas as pessoas são convidadas a ajudar a conduzir esta Igreja, e todas as pessoas são amadas incondicionalmente por Deus".

    A Igreja Evangélica Luterana na América, conhecida como ELCA, com 4,6 milhões de membros, é hoje a maior Igreja protestante dos Estados Unidos que permite ministros homossexuais não celibatários a servir nas fileiras do seu clero – uma questão que tem provocado divisões dolorosas para ela, assim como para muitas outras denominações.

    Desde que a Igreja votou, no ano passado, pela permissão de que membros do clero gay não celibatário pudessem servir a Igreja, 185 congregações usaram as duas votações consecutivas exigidas para sair da denominação, disse Melissa Ramirez Cooper, porta-voz da Igreja, citando um número que ela afirma ser atualizado mensalmente. Há 10.396 congregações em todo o país.

    A Igreja Episcopal e a Igreja Unida de Cristo também permitem ministros gays. E a Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana dos EUA votou, em sua convenção no início deste mês, pela sua aprovação, apesar de que a votação irá se tornar lei da Igreja só se for ratificada por uma maioria de 173 presbíteros regionais da Igreja. Duas denominações luteranas menores, a Lutheran Church Missouri Synod e a Wisconsin Evangelical Lutheran Synod, não ordenam ministros que tenham relacionamentos homossexuais.

    Os sete ministros  acolhidos na cerimônia de domingo já tinham sido ordenados e estavam servindo em igrejas ou ministérios da Bay Area de San Francisco, mas não haviam sido oficialmente reconhecidos na lista do clero.

    "O efeito deles serem trazidos ao nosso plantel é que agora eles farão parte do nosso banco de dados nacional de pastores que estão disponíveis para o serviço em qualquer uma de nossas 10.500 igrejas", disse o bispo Mark W. Holmerud, que lidera o Sínodo de Sierra Pacific, que inclui San Francisco. Ele observou que, embora algumas congregações sejam abertas para considerar a contratação de ministros abertamente gays, outras não são – e cada congregação é livre para escolher.

    Os luteranos evangélicos marcaram o rito especial de domingo como um "rito de reconciliação" para marcar a inclusão formal dos ministros homossexuais que foram ordenados em "ritos extraordinários", que não haviam sido reconhecidos pela Igreja, por terem sido conduzidos por um grupo chamado Ministérios Luteranos Extraordinários. Mais três pastores gays serão acolhidos em cerimônias em setembro e outubro, duas na área de St. Paul-Minneapolis e uma em Chicago, disse Cooper.

    Amalia Vagts, diretora-executiva dos Ministérios Extraordinários Luteranos, disse: "Foi uma viagem longa e difícil para muitas pessoas, e parece que este é um novo começo na história da ELCA".

    Ela disse que, somando todos, havia 46 ministros abertamente homossexuais que haviam sido previamente excluídos da lista do clero da Igreja e que agora passariam a ser aceitos.

    A mudança foi possível depois que a Churchwide Assembly, o principal órgão legislativo dos luteranos evangélicos, votou em sua reunião de 2009 pela permissão da ordenação de pastores gays não celibatários que estão em relações monogâmicas. A denominação indicou uma força-tarefa para estudar a questão em 2001 e passou os outros oito anos em debate. No final, a proposta de permitir membros abertamente homossexuais ao clero ganhou apenas dois terços dos votos, o mínimo exigido para sua aprovação.

    Alguns dos que se opuseram à decisão estão prestes a sair. O Rev. Mark Chávez, diretor da Lutheran CORE, uma coalizão de Igrejas luteranas teologicamente conservadoras, disse que seu grupo deve formar uma nova denominação, a North American Lutheran Church, em agosto.

    Ele disse que da cerimônia do domingo "é apenas mais um passo firme tomado pela ELCA para mover a denominação para mais e mais longe da maioria das Igrejas luteranas ao redor do mundo e de toda a Igreja cristã, infelizmente".

    Antes da cerimônia, um dos pastores gays, a Rev. Megan M. Rohrer, disse que tinha sido uma longa jornada desde sua casa em South Dakota – onde seus companheiros luteranos consideravam a sua sexualidade como um demônio a ser exorcizado – para finalmente ser acolhida como uma ministra da Igreja Luterana.

    "É um convite", disse ela sobre a cerimônia, "para se unir a nós nos bancos da igreja todos os domingos, onde nenhum destes pastores vai se importar se você concorda conosco ou se você pensa que as nossas famílias são apropriadas. Vamos lhe dar a comunhão, vamos rezar com você e vamos visitá-lo no hospital".

    Para ler mais:

    http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=34728


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    publicado por Riacho, em 28.07.10 às 01:13link do post | favorito

    Um bispo que se encontra com um grupo de fiéis gays e um jornal diocesano que dá um amplo destaque ao evento seria algo impensável até poucos anos atrás.

    A reportagem é de Valerio Gigante, publicada na revista Adista, 26-07-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

    Mas o fato de que alguma coisa está se movendo na relação entre hierarquia católica e grupos homossexuais já foi demonstrado por diversos episódios recentes: do surgimento, em Cremona, de um grupo diocesano para a pastoral com as pessoas homossexuais, até a publicação por parte da diocese de Turim de um livrinho sobre "Fé e homossexualidade"; da hospitalidade concedida pelos padres somascos de Albano Laziale, em março passado, ao I Fórum Italiano dos Cristãos Homossexuais, até a organização, em muitas igrejas cristãs, de vigílias de oração por ocasião da IV Jornada Mundial contra a Homofobia.

    E mesmo que nem todas as dioceses tenham uma mesma abordagem pastoral acerca do tema da homossexualidade – basta lembrar as palavras de alguns bispos eméritos ou, mais recentemente, a proibição do vicariato de Roma aos párocos da cidade de hospedar as iniciativas do grupo "Nuova Proposta" –, a linha do diálogo parece ter quase decisivamente conseguido o seu espaço.

    Assim, foi possível que o grupo de cristãos homossexuais de Parma "Arco" (que reúne, desde 1998, crentes e não crentes em Deus, com a presença também de duas missionárias xaverianas que animam a oração, embora o grupo se autoadministre tanto na escolha dos trechos quanto dos subsídios para a meditação bíblica) recebesse, nas últimas semanas, a visita do bispo da cidade, Dom Enrico Solmi (foto).

    Uma visita de uma certa importância, especialmente se considerarmos que, no dia 26 de março passado, na ocasião da última Assembleia Geral da Conferência dos Bispos da Itália (CEI), Dom Solmi foi eleito o responsável da Comissão Episcopal para a Família e a Vida, no lugar do bispo de Aosta, Dom Giuseppe Anfossi.

    É provável, portanto, que, justamente na sequência do seu novo cargo, Solmi tenha pretendido dar ressonância à sua visita ao grupo "Arco", para assinalar uma vontade de abertura não só por parte da Cúria de Parma, mas da própria Conferência Episcopal.

    Senão, não se explicaria o fato de que, no dia 2 de julho passado, o jornal diocesano Vita Nuova tenha dedicado uma página inteira ao relato do encontro, comentando seu êxito. Dom Solmi, escreveu a publicação, "encontrou o grupo de Parma no seu encontro de maio. Ele se inseriu na sua oração: uma hora abundante sobre a Palavra de Deus". "Um sinal não só da sensibilidade pessoal de Dom Solmi", mas principalmente "um apelo claro a se não discriminar ninguém (e Deus sabe o quanto é necessário esse apelo aos nossos dias)".

    Uma forma de reafirmar, "com autoridade inequívoca, que ninguém está excluído da comunhão eclesial por causa de seu pertencimento a determinadas categorias sociais". Uma atitude "inclusiva" de Dom Solmi, que, para o Vita Nuova, sempre foi "explícita", também por parte do magistério eclesiástico, "desde o documento de 1975 sobre a Pessoa Humana", e do "Catecismo da Igreja Católica, no número 2357".

    Portanto, continua a publicação, se o encontro entre um bispo e um grupo gay provocasse "perplexidade em algum leitor", bastaria citar "o texto magisterial da Congregação para a Doutrina da Fé, emitido em 1986, com o título 'O cuidado pastoral das pessoas homossexuais'", em que se afirma que a Igreja "rejeita considerar a pessoa puramente como um 'heterossexual' ou um 'homossexual' e destaca que todos têm a mesma identidade pessoal: ser criatura e, por graça, filho de Deus, herdeiro da vida eterna".

    E é "muito positivo – afirma o Vita Nuova – que, com a sua visita, o bispo Enrico tenha reforçado isso para a nossa diocese. É um encorajamento para quem se acha vivendo essa condição existencial e um apelo à comunidade, para que exerça, com relação a eles, a acolhida da fraternidade. O novo encargo confiado pela CEI talvez o levará a se interessar mais diretamente por esse problema em nível nacional".

    No número posterior, do dia 9 de julho, o Vita Nuova publicou outra página dedicada ao encontro dos gays com o bispo, desta vez comentado, em termos extremamente positivos, por meio das palavras de uma leitora.

    Recentemente, Dom Solmi havia manifestado uma certa abertura com relação ao mundo gay. Em um encontro em fevereiro de 2009 com os estudantes de um instituto superior, o "Toschi", entre os numerosos temas "sensíveis" sobre os quais aceitou abordar com os jovens (castidade, contracepção, casamento, política), o bispo tocou também a questão da homossexualidade.

    "Não acho que se deva afirmar – disse naquela ocasião – que o projeto de Deus é ter homossexuais, mas digo que aquela pessoa é uma grande riqueza, que ama e tem certamente uma boa relação com Deus. Todos têm o direito de viver plenamente a sua existência, com o próprio conceito de amor e na aceitação dos ideais alheios".

    Para ler mais:

    http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=34704


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      publicado por Riacho, em 26.07.10 às 00:26link do post | favorito

      Será por esta amostra de padres da diocese de Roma que o Vaticano julga que todos os homossexuais são promíscuos? Há milhares de exemplos de casais do mesmo sexo  que levam uma vida digna cujas experiência o Vaticano se devia esforçar mais por conhecer e por se deixar surpreender.

       

      Consternadas, autoridades católicas dizem que sacerdotes homossexuais devem abrir mão dos benefícios da vida na Igreja


      Capa da revista italiana "Panorama" com a reportagem "As Noitadas dos Padres Gays"

      Capa da revista italiana "Panorama" com a reportagem "As Noitadas dos Padres Gays"

      A edição desta semana da revista italiana Panorama, de propriedade do primeiro ministro Silvio Berlusconi,  leva mais um escândalo às portas do Vaticano. Baseada em um mês de investigação com câmeras escondidas, uma longa reportagem expõe três religiosos sob o título As Noitadas dos Padres Gays. Há fotos dos padres em clubes e a capa da revista mostra um homem de batina, segurando um rosário, com as unhas pintadas de rosa.

      Depois que a revista chegou às bancas, autoridades “consternadas” da Igreja Católica divulgaram uma nota oficial dizendo que padres homossexuais deveriam revelar-se e deixar a vida monástica. “Aqueles que levam uma vida dupla, que não compreendem o que significa ser um padre católico, não deveriam abraçar o sacerdócio”, afirma o comunicado da Diocese de Roma, a maior da Itália. “A honestidade exige que eles se revelem.”

      Recentemente, o Cardeal Tarcisio Bertone, número dois do Vaticano, causou furor ao sugerir que a homossexualidade, e não o celibato, estaria na origem dos diversos casos de pedofilia que macularam a imagem da Igreja Católica em diversos países. O Papa Benedito XVI já condenou, em diversas oportunidades, o casamento gay, qualificando-o de “ameaça insidiosa e grave ao bem comum.”

       

      http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/revista-italiana-expoe-noitadas-de-padres-gays

       


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      publicado por Riacho, em 21.07.10 às 22:49link do post | favorito


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      publicado por Riacho, em 21.07.10 às 21:09link do post | favorito

      Recebemos este e-mail com um convite à resposta a um questionário para homosexuais, bissexuais e transexuais com mais de 50 anos. A nossa colaboração é importante no estudo do envelhecimento e minorias sexuais. Participa, não custa nada!

       

      "Ola, O meu nome é Julieta Azevedo e venho contactar-vos para vos pedir ajuda, para divulgar a investigação que estou a desenvolver, com a ajuda do Professor Henrique Pereira, meu supervisor, sobre as necessidades psicossociais e de saude no envelhecimento das minorias sexuais. Este tema, foi proposto pela Unidade de Investigação em Psicologia da Saúde, sediada no Instituto Superior de Psicologia Aplicada e gere-se pelo regulamento de Formação Avançada e Qualificação dos Recursos Humanos da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Eu sou aluna do 2º ano de Psicologia, 2009/2010, na Universidade da Beira Interior e esta investigação surge no âmbito de uma Bolsa de Integração na Investigação que estuda o GÉNERO, IDENTIDADE E SAÚDE SEXUAL, tendo como tema específico: Envelhecimento e minorias sexuais: ambiente psicossocial e necessidades de saúde. A realidade é que no nosso país existem poucos estudos que nos digam qual é o status da nossa população sénior homossexual. Para conseguir uma amostra significativa que possa dar resultados consistentes e fiáveis, é necessário que este estudo seja divulgado em massa! Por isso deixo em seguida o link que permite aceder ao questionário que pretende averiguar qual a realidade das minorias sexuais, com mais de 50 anos, em Portugal. Eu estou a fazer este estudo através de um questionario, que está disponível online e para divulgar mais facilmente o estudo, fiz um blog com toda a informaçao sobre a investigação que gostaria que divulgassem : http://www.investigacaominorias.blogspot.com/ e nesse blog as pessoas podem aceder e responder ao questionário online através do link: http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dDhqcGtPOWZlMTFUNk9tVWtaanNKc0E6MA Gostaria ainda que se fosse possível me enviassem mais contactos de pessoas pertencentes a esta amostra, homossexuais, bissexuais e transexuais com mais de 50 anos.

      Obrigada desde já, e agradecia que respondessem assim que possivel.

      Atenciosamente Julieta Azevedo"


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      publicado por Riacho, em 20.07.10 às 20:24link do post | favorito

      O Movimento Internacional Nós Somos Igreja – Portugal com o apoio do Centro Nacional de Cultura tem o prazer de anunciar uma CONFERÊNCIA "SER IGREJA, HOJE, NO BRASIL, TESTEMUNHO DE UM PADRE JESUITA"

      Pelo Padre Luis Corrêa Lima SJ

      Leonor Xavier fará a apresentação do conferencista e será a moderadora do debate

      Data: 22 de Julho de 2010 às 18.30
      Local: Centro Nacional de Cultura
      Largo do Picadeiro, 10 em Lisboa
      Metro: Baixa/Chiado, saída Largo do Chiado

      Entrada Livre

      Luis Corrêa Lima é doutor em História pela Universidade de Brasília, Professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) – Rio, e líder do Grupo de Pesquisa Diversidade Sexual, Cidadania e Religião da PUC-Rio.

      Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

      Visite também a página do Movimento em http://www.we-are-church.org/pt/


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      publicado por Riacho, em 19.07.10 às 20:01link do post | favorito

      Alguns padres na Argentina propõem uma desobediência civil contra as leis injustas e anticristãs impostas pelo Vaticano. É uma proposta de um caminho para fazer a reforma por dentro da Igreja, mesmo que a missa seja celebrada do lado de fora, junto ao povo.

      19/7/2010
      Padre argentino a favor do casamento gay celebra missa na porta de sua paróquia

      O padre Nicolás Alessio (foto), que foi proibido de exercer o sacerdócio por se mostrar a favor do casamento gay na Argentina, voltou a desafiar a Igreja e concelebrou uma missa na porta de sua paróquia na bairro Altamira. Alessio, sancionado pelo arcebispo de Córdoba, Carlos Ñañez com a proibição de exercer o sacerdócio, desobedecia assim o seu bispo.

      A reportagem é do sítio Religión Digital, 18-07-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

      Rodeado por um grupo de religiosos aos quais apresentou como "padres casados" e com a participação de numerosos fiéis, Alessio iniciou o ofício na porta da paróquia San Cayetano após indicar que se tratava de "celebrar a diversidade da vida", ao mesmo tempo em que questionou a sanção que lhe foi aplicada pela diocese.

      Anteriormente, deram-se a conhecer várias adesões à atitude assumida pelo sacerdote, que, junto com os 12 padres – alguns em exercício e outros aposentados – que integram o Grupo Sacerdotal Enrique Angelelli, assinou dias atrás uma declaração de apoio ao matrimônio entre pessoas do mesmo sexo.

      Antes de começar a missa, um dos membros do grupo, Adrián Vitale, que se apresentou como "padre casado", também criticou a atitude de "negar aquilo que, com toda liberdade e responsabilidade, assinamos a favor do matrimônio homossexual".

      "Além do tema pontual em questão, que pode e deve continuar sendo debatido, de nenhuma maneira pode-se aceitar a tentativa de silenciar ou censurar a liberdade de expressão, a liberdade de opinião, a liberdade de pensar de acordo com as próprias convicções", acrescentou.

      Após indicar que "não aceitamos um discurso único que deve ser acatado por todos", disse que "nos parece um exagero a proibição ao padre Alessio de exercer o ministério sacerdotal por pensar diferente à hierarquia eclesial", pois "nem sequer o padre Grassi, nem Dom Storni, condenados por abuso sexual, foram proibidos de celebrar os sacramentos".

      Mais adiante disse que "a estrutura canônica, eclesiológica, monárquica e verticalista que a Igreja sustenta, anula toda possibilidade de compreensão e aceitação da diversidade".

      "A Igreja, mais do que nunca, deve caminhar para o diálogo, a colegialidade, para assumir com respeito, seriamente, os desafios da sociedade de hoje", acrescentou, indicando que "a Igreja deve deixar o medo de perder o poder. A autoridade está na humildade, para buscar a verdade com os homens e no serviço".

      A celebração religiosa esteve a cargo do padre Adrián Vitali e foi concelebrada por Alessio, que questionou novamente o arcebispo Ñañez, "de quem sou amigo pessoalmente – esclareceu –, e talvez por isso entendo menos essa atitude que ele tomou como bispo".

      Entre as adesões recebidas, foram mencionadas as que foram enviadas pelas deputadas nacionais Carmen Nebreda e Cecilia Merchán, da legisladora provincial Liliana Olivero, do secretário de Direitos Humanos do município local, Vitín Baronetto, da Frente Cívica e Social e dos agrupamentos Libres del Sur e Barrios de Pie, dentre outras.

      Para ler mais:

      http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=34463


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      publicado por Riacho, em 17.07.10 às 00:47link do post | favorito
      16/7/2010
      O que a Igreja chama de ‘família’?

      A partir da questão do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, o autor adverte sobre a intervenção da Igreja católica: “Que uma forma histórica seja apresentada como natural exige uniformizar, homogeneizar, e esta é uma razão pela qual as hierarquias eclesiásticas se adaptaram melhor à ordem das ditaduras que à desordem democrática”.

      O artigo é de Jorge Jinkis, psicanalista, diretor da Revista Conjetural e autor do livro Indagaciones (Ed. Edhasa), e está publicado no jornal Página/12, 08-07-2010. A tradução é do Cepat.

      Eis o artigo.

      Há uma suposição: que existem especialistas, cientistas da psicologia, da biologia, da genética, da jurisprudência, que são chamados a dizer suas ocorrências com a roupagem da ciência. Certa ingenuidade e também um pouco de impostura alentam esta espécie de confusão democrática que a pobreza e a mediocridade teológica que dominam em nosso meio confundem com um sabá.

      Não vou apelar a documentos etnográficos nem recordar as múltiplas estruturas de parentesco que existiam e que persistem para sublinhar o caráter social e histórico de algumas instituições das culturas, entre elas o chamado matrimônio. Esta ideia romana que adquiriu um estatuto jurídico em nosso Ocidente, facilitava que uma mulher passasse da tutela, proteção ou servidão de seu pai à obediência de um marido que garantia o caráter “legítimo” de seus filhos. Ainda há pegadas deste modo de dominação, mas também é certo que existem muitas outras formas de convivência social, também familiares, que não se reduzem ao matrimônio e que são hoje reconhecidas pelo direito.

      Não é imprescindível o matrimônio para “se conjugar”, para estabelecer um “enlace” ou para “contraí-lo”, como ocorre às vezes com um resfriado. Há inúmeras palavras que falam daquelas pegadas às quais aludimos. Além disso, o “matrimônio entre pessoas do mesmo sexo” é uma denominação pouco feliz. Em primeiro lugar, porque costuma ocorrer que cada uma das pessoas tem o seu e obrigá-las a compartilhar “o mesmo” me parece uma extralimitação abusiva. Se acrescenta a isso que qualquer perspectiva histórica sobre o matrimônio entre pessoas – como se dizia até há pouco tempo – do “sexo oposto” deixa ver que se trata de um dos cenários preferidos da famosa disputa ou guerra entre os sexos, gente estranha que muitas vezes cisma, precisamente, em compartilhar o mesmo sexo.

      É fácil advertir que não sou um fanático do matrimônio, do matrimônio simplesmente, mesmo que essa falta de umidade atente contra instituição tão respeitável. E como em nosso país existe um casamento civil, também não me parece conveniente instalar alguma instância jurídica que supervisione a fé, a boa fé como condição de um casamento religioso, qualquer que seja a religião. Isso é conhecido como separação do Estado e da Igreja.

      A questão que se discute pode passar despercebida em meio a tanto barulho. Não se trata de saber se há formas psicopatológicas da sexualidade, assim como a ingerência das autoridades da Igreja católica argentina, que pretende legislar sobre os nossos amores e gozos sexuais. Tem todo o direito de defender sua posição em relação a esses assuntos e tratar de incidir sobre sua grei; nenhum direito sobre essa pretensão.

      É difícil falar disso sem historiar as complexíssimas relações que existiram entre a Igreja e os governos de Perón, em algum momento idílicas, em outros ásperas e até incandescentes. Não há lugar aqui para recordar esses antecedentes. Mas é preciso dizer que naqueles tempos a Igreja acentuou sua milenar tendência (que remonta aos anos 300) a se recostar no Estado, no poder secular, perdendo confiança em sua influência espiritual para alcançar seus fins. Também é certo que em nosso país isto leva o selo do estilo da Igreja espanhola, que colocou a tarefa da evangelização sob o guarda-chuva do que era o império nacional.

      Em fevereiro de 1929, Mussolini, por parte da Itália, e o cardeal Gasbarri, representando Pio XI, assinaram um tratado político e um acordo econômico pelo qual ficou estabelecido o Estado soberano da Cidade do Vaticano. Menor que a República de San Marino, mas com maior reputação, foi reconhecido pela legislação internacional e mantém relações diplomáticas com outros países. O chefe desse Estado é o Sumo Pontífice, que reúne em sua pessoa funções executivas, legislativas e judiciais. Para ocupar esse cargo não se precisa ter nascido em algum lugar específico: todos os cardeais que moram no Vaticano têm nacionalidade vaticana sem perder a de origem. Para dar um exemplo, se Francisco de Narváez tivesse a vocação e a aptidão adequada, não encontraria em sua nacionalidade um obstáculo para sua candidatura. Trata-se de um Estado propriamente dito, que cunha sua moeda, que dispõe de seus serviços econômicos, sanitários, educativos, e como se lhe reconhece uma missão espiritual, seus dignitários intervêm na política de outros Estados sem as travas que encontram ou a prudência que se espera dos diplomáticos de outros países. Gozam de uma imunidade ecumênica de limites insondáveis, como foi o caso, para dar outro exemplo, do bispo castrense monsenhor Baseotto, que propunha medidas apocalípticas para proteger a saúde pública.

      Há sete anos circula em língua italiana um Léxico da Igreja Católica, que define a homossexualidade como um “problema psíquico”, “contrário ao vínculo social”. Fidelíssima à doutrina de Estado da Santa Sé, a Conferência Episcopal Argentina emitiu em abril deste ano um documento que declara: “A união de pessoas do mesmo sexo carece dos elementos biológicos e antropológicos próprios do matrimônio e da família”.

      É difícil (mas acontece) que um psicanalista se faça de surdo a estas afirmações apresentadas como considerações espirituais sobre instituições sociais e históricas. Quando os psicanalistas escutam sacerdotes homossexuais, não se encontram com uma circunstância clínica que não seja política. Acontece que chegam ao consultório por sua condição de sacerdotes e não por sua homossexualidade, convencidos de que a Igreja não tem a menor ideia de quais são “os elementos biológicos e antropológicos próprios da família”. É certo, como disse Juan B. Ritvo (Página/12, 3-07-2010), que o inconsciente se presta pouco às discussões parlamentares, “no melhor das hipóteses porque comove as próprias bases da sociedade civil no particular ligame do erotismo com a morte”. Estou de acordo, e esse plano não é alheio à política, assim como a política não se reduz às discussões parlamentares. Assim como o inconsciente, ela entra volta e meia nos consultórios dos psicanalistas.

      O cardeal Jorge Bergoglio não deixou passar a oportunidade do Te Deum do Bicentenário para rechaçar o matrimônio entre pessoas homossexuais durante a sua homilia. E já antes, o arcebispo havia declarado que: “Dado que o Poder Executivo da Cidade de Buenos Aires é o garante da legalidade na cidade, o chefe de Governo, através do Ministério Público, tem a obrigação de apelar da sentença”. Esta intervenção de um argentino, e que é legítima para qualquer argentino seja ou não jesuíta, seria inadmissível para qualquer um que tivesse uma investidura concedida por outro Estado, mesmo que fosse nativo destas terras e tivesse motivos espirituais análogos.

      Mas, a que coisa a Igreja chama de “família”? O que ela entende por “matrimônio”? Recordará que Israel foi a Esposa de Deus (antes que se prostituísse)? Leva em conta que ela é “Esposa” de Cristo mesmo que Jesus Cristo tenha milhares de “Esposas”? Por que chama “irmãos” e “irmãs” a pessoas que não estão unidas por nenhum laço jurídico ou de sangue? Não há na Igreja “Pais”, “Mães”, “Filhos”? Teríamos que pedir-lhes que concorram aos tribunais mundanos para legitimar esses títulos? Me desculpe, mas a pergunta é irresistível: não faltam avós e netos? Ou tudo isto é um modo de falar sem consequências? Não creio.

      Tudo é mais pobre. A Igreja aceita mais ou menos chamar “família” à unidade de consumo burguesa composta por mãe e pai casados com filhos concebidos (não só pensados) dentro de um matrimônio consagrado (e estende sua benevolência a formas próximas). O problema é que quer fazer passar esta forma da família como forma “natural”, base da estrutura social (também natural) e condição da reprodução da espécie (mesmo que a espécie se arranjava bastante bem antes da existência da Igreja).

      Enunciamos o problema no começo. Que uma forma histórica (de qualquer instituição) seja apresentada como natural da espécie humana é colocar uma exigência de uniformizar, de homogeneizar, de universalizar, uma espécie de “globalização” avant la lettre. E para isso, que melhor recurso senão apelar a uma legislação que imponha ou proíba? É por isso, entre outras razões – mas esta é uma razão um pouco descuidada –, que a hierarquia eclesiástica da Igreja católica argentina se adaptou melhor à ordem imposta pelos governos ditatoriais em nosso país do que às desordens democráticas.

      Deve ser penoso para os cristãos convencidos que uma de suas igrejas acredite que a lei aperfeiçoa o crente melhor que a graça.

       

      Para ler mais:

      http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=34368

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