Note-se bem que esta chocante notícia não diz respeito a um casal homossexual. Se fosse esse o caso já ai estavam os movimentos a favor da vida e da moral e dos bons costumes em manifestações e a pedir referendos contra o casamento e a adopção por casais do mesmo sexo. Afinal onde está o superior interesse das crianças? Que sociedade permite que os pais heterossexuais cometam estes actos com os próprios filhos e ninguém dê conta de nada, ninguém saiba de nada? Os abusos ocorriam há anos. O que fez ou fazem as igrejas de concreto para ajudar estas pessoas em vez de apregoar os falsos moralismos? Ser pai e mãe nada tem a ver com orientação sexual, mas em amar do fundo do coração, aqueles que nos são confiados. Carlos "Menina de 9 anos contou na escola que fazia sexo com os pais e os irmãos, rapazes de 11 e 13 anos. Pintor da construção e operária fabril foram detidos, mas ela foi libertada Quando uma menina de 9 anos desabafa na escola primária que gostava de fazer sexo, a professora ficou alarmada. Mas ao ouvir que as relações sexuais eram praticadas com os pais e com os irmãos, de 11 e 13 anos, de imediato o caso chegou à polícia. O casal, um pintor da construção civil de 39 anos e uma operária fabril de 30, foi detido (ele ficou em preventiva) e as três crianças institucionalizadas. "Do mais escabroso que vimos." Assim descreve a PJ o caso em que os pais violavam e obrigavam-nos a praticarem sexo entre eles. A denúncia chegou quarta -feira à Directoria do Norte por via da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Vila do Conde, previamente alertada pela escola. No mesmo dia foram feitas diligências, com inquirições e exames médico-legais às crianças, que levaram à detenção dos suspeitos. Os abusos ocorriam há anos. "Não se consegue precisar desde quando porque as crianças dizem que já acontecia há muito tempo sem saberem exactamente quando começou", explicou ao DN fonte da PJ. O sexo era praticado em conjunto pelos cinco elementos da família, num cenário de "total anormalidade", informou a mesma fonte, considerado que a prova recolhida contém "elementos muito consistentes". O homem ainda negou os factos no interrogatório policial, mas a mulher acabou por confessar. A conversa da menina com a professora foi chocante. Confessou que fazia sexo com a família e acrescentou que preferia relações com os irmãos do que com o pai porque "a coisa do pai era muito grande e magoava". A criança de apenas 9 anos denotava uma total ausência de compreensão daquilo em que estava envolvida. Frisava mesmo que "gostava de fazer sexo". De acordo com a PJ, os pais violavam os filhos, com actos sexuais consumados. "Tanto a mãe como o pai. Foram indiciados por violação e não por abusos sexuais de menores porque houve consumação. É mais grave em termos penais", explicou um investigador policial. As penas serão agravadas já que se trata dos próprios filhos. Os dois detidos foram ontem à tarde presentes a um juiz de instrução no Tribunal de Vila do Conde, tendo José ficado preso e a mulher com a obrigatoriedade de se apresentar diariamente às autoridades. Na freguesia de Retorta, onde o casal e os filhos viviam há menos de um ano, a população ficou incrédula. Viam José "Palhaço" como um pai severo, mas incapaz de tamanho crime. Já a mãe é conhecida por ter algum desequilíbrio mental, assim como as três crianças. A menina, apesar de alguma incapacidade, "era a mais esperta". O irmão de 11 anos mal consegue falar de forma normal para a sua idade. Os dois mais novos frequentavam a escola básica da freguesia. A mãe, a trabalhar numa fábrica de conservas, em Vila do Conde, deixava-os numa ama. "Eu depois passava lá e levava-os para a escola. Ao final da tarde transportava- -os até casa, onde o irmão mais velho, a estudar na cidade, os esperava", explicou ao DN Cristina Soares, motorista do autocarro escolar. A verdade é que anteontem, quando foi buscar as duas crianças à escola, foi informada de que elas iriam permanecer lá. No exterior, dentro de dois automóveis, as professoras esperavam pela chegada das assistentes sociais da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vila do Conde. "Ao passar junto ao cruzeiro vi a mãe e quando lhe contei o que acontecera na escola ela ficou preocupada. Agora sei porquê, deve ter percebido que as crianças tinham falado de alguma coisa", acrescenta a motorista. A família vive numa casa modesta da Rua de Camões da freguesia. "Ele gosta pouco de trabalhar. Chegou a ser funcionário numa empresa juntamente com o meu marido, mas depois saiu. Estava sempre a mentir e a inventar doenças nele e nos filhos", refere Maria Fernanda Tiago. Os vizinhos contam ainda que devido às dificuldades económicas do agregado não faltavam ajudas.
As três crianças estão agora num centro de acolhimento."
Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1557111&seccao=Norte