O Papa Bento XVI decidirá a possível remoção do bispo uruguaio Francisco Barbosa, após saber que ele pode ter mantido relações homossexuais nas quais estariam envolvidos dois homens com antecedentes penais, indicou hoje uma porta-voz daConferência Episcopal Uruguaia. A reportagem é do sítio Religión Digital, 26-06-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto. O caso de Barbosa, bispo deMinas (capital do Departamento de Lavalleja, a 120km deMontevidéu), está neste momento nas mão do Papa, de quem se espera um pronunciamento "iminente" sobre essa situação, assegurou o porta-voz à agência EFE Segundo o jornal uruguaio El Observador, os cinco sacerdotes que integram o conselho presbiteriano da Diocese de Minas foram os que pediram a renúncia de Barbosa, depois que ele denunciou um caso de extorsão que revelou as supostas relações homossexuais que ele havia mantido. Nessas relações, aparecem envolvidos dois homens com antecedentes penais – um deles, preso por ter roubado o cartão de crédito do bispo meses atrás – que supostamente ameaçaram o prelado com fotografias, e aos quais se imputou um crime de extorsão na raiz da investigação, explicou o jornal. A investigação policial revelou a suposta violação do celibato por parte de Barbosa, uma conduta que é reprovada pelo Direito Canônico e que pode chegar a se converter em um "delito processável" na jurisdição eclesiástica, disse o vigário judicial do Arcebispado de Montevidéu, Pe. Juan Silveira. Silveira explicou que, para que esse pecado "se configure em delito", é necessária uma série de requisitos, como relações sexuais que sejam mantidas com um menor de idade, que ocorram sob ameaças ou "acarretem uma situação de escândalo público". No caso de Barbosa, "há um conhecimento público que agrava a situação", pelo qual "ela está no marco dos delitos processáveis", afirmou o sacerdote. Além disso, indicou que, "na matéria do pecado" e "também na consideração do delito, os atos contra a natureza (afirmou em referência à homossexualidade) são mais graves, porque o escândalo se agrava". "Corrompe-se o bem comum. O corpo inteiro, a comunidade, está afetada por isso", afirmou. Ele indicou que, ao ostentar a condição de bispos, os tribunais eclesiásticos do Uruguai não têm competência para julgar o caso. "O assunto está no foro da Santa Sé", reforçou Silveira, o que significa que o Papa Bento XVI é o único que pode decidir sobre seu futuro. Se o Papa decidir a remoção de Barbosa, será a primeira vez na história da Igreja uruguaia que um bispo tem que renunciar a seu cargo por fatos relacionados com sua vida privada, indicou a porta-voz da Conferência Episcopal Uruguaia. Segundo essa porta-voz, é "muito possível" que, nas próximas horas, Barbosa se comunique com sua comunidade de fiéis por meio de um escrito que repassaria a seus sacerdotes "em ordem de aceitar sua renúncia". |